32- Dia louco, longo.

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Mas o que é isso?-  As palavras saltaram da boca de Elizabeth  enquanto olhava atordoada em volta. Sua casa, com os móveis revirados, material estilhaçado, estava parecendo um campo de guerra e aquela coisa na parede...Era intimidador.

- Vamos descer e ligar para a policia. -  Falando mais baixo que o normal, Cléo agarrou o braço da amiga. A tensão se apoderou de seu corpo, e sinais de alerta forma mandados por toda parte. Era como se estivesse no quarto de Marieta, no dia em que ela desapareceu...E certamente não lhe fazia bem.

- Espere, eu vou ver os outros cômodos. - Falou Elizabeth  se desvenciliando dela.

- Não. - Cléo protestou se colocando na frente.

- Como assim não? Olha o estado em que está minha casa. - Rebateu a anfitriã, ainda na tentativa de passar.- Saía Cléo, eu quero passar. - Pediu meio impaciente.

- Isso é uma cena de crime, e imagina só se quem entrou aqui ainda está por cá. - Esclareceu. Naquele momento, Elizabeth  entendeu porque ela estava falando mais baixo que o normal. - Vamos. - Falou lhe puxando para fora. Tomando consciência do que acontecia, Elizabeth  obedeceu sem contestar. Afinal já sentia medo. - Me passe o seu telefone. - Pediu depois que se fechou a porta do elevador.  Cléo estava nervosa, mas já se sentia bem mais segura do que quando estavam passando pelo corredor. - Liz. - Repetiu. Sua voz estava tensa e as mãos de Elizabeth  trémulas quando lhe estendeu o telefone.

- O que vai fazer? - Questionou vendo-a procurar algo em sua lista telefonica.

- Ligar para Allarick. - Respondeu colocando o telefone em alto-falante. Elizabeth pensou em lhe avisar que talvez ele não fosse atender uma chamada sua pelas coisas que disse mais cedo, mas se surpreendendo, ele atendeu.

- Alô. - Ouviu-se a voz de Allarick do outro lado da linha.

- Oi. - Elizabeth começou por dizer com a voz meio tremula. - Aconteceu uma coisa. Acho que invadiram meu Apartamento. - Contou. Estava pensando se a pessoa que o fez, ainda estaria lá quando chegaram e porquê raios a chamou de ladra... E claro, estava tremendo feito gelatina.

- Você está bem, e onde está agora?- Absorvendo o que ela disse, o detetive entrou em alerta.

- Estou. - Respondeu fazendo menção a primeira pergunta. - Estou no elevador agora. Descendo para a recepção com a Cléo. - Contou.

- Estou indo para aí agora, me passe seu endereço. - Pediu já se movimentando. Colocou o casaco enquanto sinalizava para André que estavam saindo. - Não saía da recepção. - Instruiu.

- Não vou sair. - Garantiu olhando para Cléo que  segurava o telefone.

- Fique calma Liz, vai ficar tudo bem. - Cléo disse assim que terminou a ligação. A porta do elevador se abriu, e então saíram. Nada de anormal do lado de fora.  Foram se sentar nas cadeiras perto do balcão da recepção. Cléo estava digitando algo no telefone,  fazendo a outra pensar que provavelmente era o endereço que Allarick pediu. - Liz. - Cléo chamou. - Quer um pouco de água? - Perguntou de forma atenciosa.

- Não, estou bem. - Respondeu. Sua boca estava seca, mas não era da sede. Tentava entender o que aconteceu. Invadiram sua casa e a chamaram de ladra, o que poderia ter feito para ser considerada uma?

- Srat Elizabeth, algum problema? - Perguntou o porteiro que lembrou chamar-se Pedro.

- Alguém veio me procura hoje, senhor Pedro? - Perguntou pondo-se em pé.

- Não, ninguém. - Respondeu o senhor. - Ao menos não quando estive aqui. - Reformulou movendo os olhos de forma confusa. - Algum problema? - Voltou a perguntar.

O Segredo da Mentira.Onde histórias criam vida. Descubra agora