23- Depoimentos.

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Pela manhã, após não ter dormido quase nada na noite anterior, Allarick chegou ao seu local de trabalho com o copo de café em mãos, e na outra uma pasta com arquivos que considerava importantes para o caso...Saudou os colegas que encontrou e prontamente se dirigiu até sua sala, tendo parando apenas quando viu sua amiga saindo da sala que agora lhes pertencia.

- Bom dia. - Saudou.

- Bom dia chefe, chegou um pouco tarde, não? -  Devolveu a moça. Allarick assentiu antes de deixar escapar um breve bocejo. - Há que horas dormiu? - Questinou preocupada.

- Cedo. Mas depois fui acordado e fiquei trabalhando até tarde. - Respondeu.

- Encontrou alguma coisa nos casos do trabalho dela? - Questionou indicando com cabeça a pasta por ele carregada.

- Apenas dois casos que merecem maior atenção. Os outros são tão sem atritos que parece até brincadeira - Allarick comentou antes de sorver do líquido em seu copo.

- Não ouviu o que disseram os colegas? Uma santa. - Devolveu Becky.  -  André está cuidando dos registos telefónicos, então deixe que eu cuido disso. - Pediu estendo as mãos. Allarick lhe passou. - Senhor Adam passou por aqui faz uma hora, ele estava indo de viagem então veio deixar a declaração dele. - Relatou. Seu amigo fez um movimento que indicava que prosseguisse. - Segundo ele, Mariana não tinha qualquer problema. Apenas bastante ansiosa pelo caso que estava resolvendo. Mas ele disse outras coisas bem interessantes... - Resumiu tendo em conta as palavras do senhor.

- Tipo? - Questionou interessado.

- Deixei a declaração dele na sua mesa. - Fazendo olhinhos, ela falou.

- Parece que ninguém sabe nada, é até frustrante. - Comentou com ar aborrecido. Becky sorriu levemente. - A Sra Fox, já chegou? - Questionou.

- Na sua sala. - Respondeu indicando com cabeça.

- Nossa, você quer dizer. - Retificou.

- Eu não consigo pensar direito fechada em uma sala, e o André não deixa a sala de computadores a menos que seja muito necessário... Então considere como sendo sua. - Ofereceu lhe dando leves tapinhas no ombro antes de se afastar.

Allarick seguiu até a sala, se deparando com a mulher ruiva de pés cruzados e chávena de chá em mãos.

- Deve ser o detetive Allarick. - A mulher deduziu se levantando para lhe estender a mão. - Evelyn Fox. - Se apresentou apertando a mão do jovem.

- Obrigado por ter vindo. - Agradeceu indicando que voltasse a se sentar. Deixou o seu copo com café por cima da mesa que os separava, e então se voltou para ela. - A senhora disse  a minha colega que não se dava bem com a vítima, poderia me explicar porquê? - Sem rodeios questionou.

- Todos devem dizer que era pelo caso que eu queria, mas não é bem assim. Ela parecia muito perfeita para ser verdade, por isso não gostei dela desde o primeiro dia. - Contou. Allarick moveu os olhos espantado com tamanha sinceridade. - Deve estar pensado, como ela diz essas coisas de uma mulher morta, e porquê é tão diferente de tudo o que dizem os outros? - Questionou. - Ora bem, eu não gostava dela e não é porque morreu que vou fingir gostar. E antes que pergunte detetive, eu não a matei ou mandei matar... Não me ofereceria para vir aqui se tivesse feito. - Esclareceu.  Estava seis anos mais velha, mas ainda tinha o mesmo olhar afiado e pinta negra abaixo do lábio.

- Bom, a senhora notou alguma coisa estranha nela antes do assassinato? - Inqueriu levando em consideração sua ausência na morte da advogada.

- Ela estava pegando a maior parte dos casos que eu queria, e não apenas porque queria fazer bonito resolvendo casos mais complicados, mas porque eram os  mais lucrativos.... E também ficou sem se falar um tempo com a Helena. - Contou o que se lembrava. Allarick ficou pensativo.

O Segredo da Mentira.Onde histórias criam vida. Descubra agora