10- Não posso crer ...

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- Não concretamente. - Respondeu o homem que atendia pelo nome de Eduardo. O que aquilo queria dizer? Isso era algo que ele precisava explicar, porque queriam todos saber.

- Como assim? - Transparecendo confusão, questionou Ana Vidal. Tantos anos vivendo com eles, sem pagar renda ou aluguel, Marina nunca a tratou mal, desprezou ou lhe fez sentir como se não pertencesse àquela família, pelo contrário, era tão amável que sempre lhe fazia sentir como se ela fosse se facto a irmã mais nova de Anderson...

- Sim Dona Ana, devido à natureza do roubo acreditamos que...

- Roubo? - Elizabeth se sobressaltou interrompendo-o. Confuso com a explosão da menor, Simas afirmou movendo levemente a cabeça. - Viu o carro que minha mãe dirigia? Ou os cartões em sua carteira? - Devolveu não entendendo como ele poderia pensar havia sido fruto de um assalto quando quase todos os seus bens estavam intactos. - Se fosse um assalto, não acha que teriam levado o carro e os cartões? - Retornou irritada. Como ele poderia ser tão, tão... idiota?

Se questionou quase fervendo de raiva.

- Por isso mesmo, Senhorita Elizabeth. - Calmamente, disse o capitão que sério, olhava a menina. Confusa, a adolescente se perguntou qual seria a explicação lógica para aquilo? - O assassino levou apenas a pulseira de prata que a vítima usava e um valor menor a 2 mil, e isso nos leva a crer que o assassino seja alguém viciado em drogas. - Acrescentou. Estava passando por dias difíceis, mas havia conseguido, mesmo que com pouca ajuda, chegar aquela conclusão.

O quê?

A mente nada discreta de Elizabeth gritou. Seu pai suspirou abaixando a cabeça, e sua madrinha passou a fazer ligações em seu cérebro. Para ela aquela explicação era um pouco... Era difícil encontrar a palavra certa, mas se procurasse bem, talvez fosse dizer que era, estúpida.

Embora não quisesse faltar com o respeito a ninguém, foi seu primeiro pensamento. Mas depois lhe pareceu a mais lógica, porque outra, parecia demasiado bizarra.

- Isso não faz sentido algum. - Theo se manifestou. Parecia exausto, e não apenas pelas noites mal dormidas, mas porque não aguentava aquela história. Lhe parecia muito falsa.

- Eu sei que é difícil aceitar a morte de um ente querido, ainda mais por motivos tão banais. Mas foi isso o que aconteceu, sinto muito. - Simas pediu. Já havia perdido parentes, amigos e até conhecidos, então entendia a situação toda.

- O que o senhor está dizendo? Não tem relação alguma com não aceitar, é que não faz mesmo sentido. - Theo se defendeu. Não estava sendo um idiota irracional, esperava não estar sendo, mas verdade fosse dita, aquele homem e sua explicação meia boca, não faziam o menor sentido.

- Talvez até faça. - Foi a vez de Ana falar. Seus afilhados a olharam incrédulos, como aquilo poderia em algum lugar fazer sentido? - O assassino não levou o carro e nem os cartões porque apenas precisava de uma pequena quantia, e devido ao efeito ou falta de drogas acabou atacando Mariana. - Terminou seu raciocínio com lagrimas nos olhos. Elizabeth se espantou com a facilidade com a qual ela estava acreditando nos absurdos criados por Simas.

- É exatamente isso que concluí na investigação. - Falou o ser, que rapidamente, Elizabeth descobriu odiar. A máscara de homem sério escondendo o profissional incompetente que era.

O julgava um mau carácter naquele momento.

- E como explica o carro dela parado no meio da estrada? - Elizabeth perguntou cerrando os punhos por conta da irritação. Suas unhas quase rasgavam a pele de tão forte que apertava.

- Ela deve ter parado ao avistar o indivíduo, e ninguém deve ter visto por ser uma estrada desértica. - Mesmo incerto quanto a possibilidade de ser real, Simas deu a explicação mais bizarra de todas. No entanto, a bizarrice pareceu convencer Anderson e Ana.

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