Theodor de Almeida, era um arquiteto de prestígio. Havia desenhado a planta da clínica de seu pai, participou do projeto habitacional proposto pelo Prefeito local, e fez as plantas das casas de alguns dos maiores empresários da cidade.
Trabalhava em uma empresa local, de arquitectura, mas pouco se fazia presente no estabelecimento. Seu contrato de trabalho era diferenciado, e só aparecia por lá quando se fizesse necessário.
Ou seja, quando encontravam para ele um novo projecto. Quando queria concorrer em um, quando um novo cliente ia até lá solicitar o seu trabalho... De resto, trabalhava apartir de casa, ou onde estivesse. Tinha um vida estável. Dirigia o carro que era de sua falecida mãe, e morava em um apartamento bem mobiliado.
Poderia estar casado e com filhos, mas seu coração estava desocupado.
- Uau, pensei que não fosse chegar nunca. - Danilo resmungou, aborrecido abriu a porta para ele. Theodor o afastou com a mão e adentrou o local.
- Sua casa está cheirando a desinfetante. - Theo comentou jogando a bolsa de roupa no sofá. Observou a sala espaçosa. A lareira, as prateleiras carregadas de livros, a tela enorme e os vídeos jogos... Era o lar de um homem solteiro bastante organizado e disciplinado.
- A diarista acabou de sair. - Comentou o Dardario. Pretendia jogar com ele , então já se encontrava com a roupa de treino. - Então, o que fazemos primeiro? - Questinou fazendo o outro lhe direcionar o olhar. - Sofremos pelas nossas decepções amorosas, jogamos basket e você perde, ou falemos da última coisa boa por aqui: Trabalho e os milhões que renderá esse novo projeto... - Esclareceu.
Era dentista, de uma família abastada, não tinha qualquer relação ou interesse, mas acabava arranjando bons projectos arquitetónicos para seu amigo. Era o que amigos faziam, velar pelo crescimento dos outros, era o que dizia sempre que lhe perguntavam.
- Podemos falar sobre como estou prevendo a derrocada da minha família. - Simplesmente, Theo sugeriu se sentando de frente a tela. Pegou no controle e colocou um jogo. O volume foi posto no zero e Danilo o olhou espantado.
- Que conversa estranha é essa, como assim derrocada da família De Almeida? - Danilo não compreendeu, e buscou fazê-lo.
- Parece que Simas saiu do cargo, e nós decidimos tentar mais uma vez, buscar por respostas. - Respondeu. - Agora mesmo a Liz deve estar falando com esse novo capitão. - Contou.
- Eu espero que dê tudo certo. - Desejou o jovem. Theo afirmou movendo levemente a cabeça. - Mas porquê não foi com a sua irmã? - Questinou surpreso com a ação, ou melhor, com a falta dela.
Antes não era muito recorrente, mas depois da morte de Mariana, Theodor se tornou o tipo de irmão mais velho que segura a mão da mais nova e lhe acompanha para cada batalha... Por isso, Danilo se surpreendeu que não tivesse acompanhado Elizabeth.
- Porque combinei com o meu amigo que sofreriamos juntos, que ele me passaria o número de um cliente. E que eu ganharia dele... - Sobre o olhar atento de Danilo, Theo o deu de ombros. Mania péssima, já dizia sua mãe. - Se quer saber a verdade, eu me acobardei. - Confessou. Danilo suspirou em reconhecimento.
- Você está com medo de ir lá, tentar e nada mudar. - Deduziu. - Depois de todo o estresse que viveram, é bem compreensível. - Seu amigo comentou. Theo permaneceu em silêncio um pouco mais. - Mas então o que quer fazer, está querendo desistir dessa busca? - Procurou saber.
- E eu poderia? Poderia dormir tranquilo sabendo que desisti, poderia levar flores ao túmulo dela? Não, eu não poderia. - Theo comentou com certa melancolia. - É cansativo, mas eu não quero desistir, quando se trata disso, eu não quero.... Só estou um pouco cansado hoje, então vou deixar ela seguir em frente. Amanhã eu a alcanço, e não vou mais largar a sua mão. - Acrescentou pensativo.
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O Segredo da Mentira.
Mystère / Thriller🥇 Crime - Suspense/ Concurso Alice in Borderland. Em meados de 2012, Theo e Elizabeth, dois jovens alegres e cheios de vida, viram suas vidas mudar com a morte prematura de sua mãe. Frustrados, os dois se vêem de mãos atadas e não podem fazer nad...