- Liz, seu irmão está na linha. - De madrugada, enquanto dormia, lhe pareceu ouvir Cléo chamando de dentro do quarto. Elizabeth pensou se tratar de um sonho, porque se não fosse, teria lhe ouvido abrindo a porta...Tinha sono leve. - Liz.- Ouviu novamente.
- Me deixe. - Resmunguou sonolenta se apercebendo que não se tratava de um sonho. O cansaço havia expulsado o sono leve.
- Liz por favor, é importante. - Disse a moça . Elizabeth reuniu toda a energia que tinha para se sentar sobre a cama. Olhou para Cléo que já não estava de pijama. Que horas eram?
- Mato você se não for importante. - Ameaçou estendendo a mão para pegar o telefone. - Oi. - Meio azeda, disse assim que encostou o aparelho ao ouvido. Um bocejo escapou de sua boca, e os olhos pareciam menores por conta do sono.
- Tudo bem? - Theodor perguntou parecendo nervoso, e de facto estava nervoso.
- Sério isso, me acordou para saber se estou bem? - Elizabeth devolveu incrédula. Cléo ainda estava no quarto, esperando para o que fosse necessário.
- Não, eu... É que...- Gaguejou o moreno.
- Theo, aconteceu alguma coisa? - Elizabeth perguntou estranhando seu comportamento. Silêncio. - Theo. - Chamou alarmada.
- Estou indo para a clínica agora, parece que Naninha sofreu um acidente. - Despejou. Mãos no volante, e olhos voltados para frente. Não queria lhe alarmar, mas alguém tinha que lhe transmitir a notícia.
Então melhor que fosse ele.
- Como? - Elizabeth se espantou tanto que em um segundo estava em pé no chão. - O que disse? - Questionou na esperança de ter ouvido errado.
- Não sei os detalhes, mas parece que não é nada grave, então não se desespere. - Aconselhou tendo em vista os hábitos e comportamentos da irmã. Elizabeth não conseguiu voltar a falar, estava visualizando o funeral da mãe enquanto rezava para não ter que ir ao da madrinha também. - Liz, vai ficar tudo bem. - Sua voz retornou serena após um tempo em silêncio.
Retirando o telefone do ouvido numa letargia exagerada, Elizabeth caiu sentada sobre a cama.
"Como assim Naninha sofreu um acidente, de onde veio isso agora, porquê ela sofreu esse acidente?"
Sua mente martelou.
- Vista isso e em seguida vamos. - Cléo disse lhe estendendo uma muda roupa. Em que momento pegou? Não sabia, apenas sabia que se sentia péssima. - Podemos ir, certo? - Perguntou assim que a amiga terminou de se trocar. Quem a visse, diria que era indiferente, mas quem a conhecia, sabia que Cléo não era do tipo de ficar paralisada naquele tipo de situação, e Elizabeth agradecia por ela estar tomando as rédeas da situação.
O mundo parecia girar e um buraco se abrir de baixo dos seu pés.
- Não consigo respirar. - Se queixou levando a mão ao peito. Seus ombros tremiam involuntariamente, o peito pesado, o coração acelerou e o ar não parecia estar em lugar algum. - Não consigo respirar. - Voltou a se queixar, sentindo menos ainda a presença do ar.
- Respire fundo. - Cléo instruiu colocando a mão em seu ombro antes de mostrar como fazer. Inspirava e expirava lentamente, seu peito subia e descia regularmente... Elizabeth tentou fazer o mesmo. - Está indo bem. - Saudou. Passado algum tempo no exercício, Elizabeth estava se sentindo mais calma. - Podemos ir agora? - Cléo lhe abraçou. Ela mesma costumava ter ataques de pânico, sentia que poderia morrer toda vez que acontecia, então ficou feliz por ter ajudado.
- Podemos. - Respondeu secando as lágrimas com a mão. E em menos de 5 minutos já estavam na estrada. Cléo dirigia na velocidade máxima permitida, mas ainda assim parecia muito lento para aquela cujo coração quase errava nas batidas.
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O Segredo da Mentira.
Mystery / Thriller🥇 Crime - Suspense/ Concurso Alice in Borderland. Em meados de 2012, Theo e Elizabeth, dois jovens alegres e cheios de vida, viram suas vidas mudar com a morte prematura de sua mãe. Frustrados, os dois se vêem de mãos atadas e não podem fazer nad...