O Segredo da Mentira.

13- Futura cunhada.

Muito mais cedo do que o normal, Elizabeth chegou á empresa. Dentro do vestido justo e rabo de cavalo alto, balançava a chave do carro após ter lhe estacionado.

Saudou os seguranças que ficavam do lado de fora do estabelecimento, e depois adentrou. O saguão vazio e as luzes ainda apagadas a receberam.

- Está 10 minutos atrasada. - Clara declarou assim que a outra passou pelo balcão da recepção, que pelas horas, estava vazio. - Não sabe ser mais rápida? - Perguntou. Estava parada junto ao elevador ostentando um semblante pouco simpático.

- O que eu estou fazendo aqui? Não seria muito mais sábio pedir ajuda para á Cléo ou para á Margarida? - Elizabeth perguntou antes de levar a boca o copo que lhe foi oferecido. Café.

- Sim, mas não queria incomodar a Margarida a essa hora, e a Cléo é nossa amiga, deixe ela descansar um pouco. - Clara chamou o elevador. Perante a resposta, a morena só conseguiu pensar que sua amiga era uma desgraçada.

- E o que exatamente eu vou fazer? - Voltou a questionar, desta vez adentrando  o elevador. - O que é isso? - Curiosa,  inqueriu se referindo ao envelope que a "doida" depositou em suas mãos.

- São as fotos do lugar onde vai decorrer a cerimônia do casamento da Kimberly. -  Avisou enquanto Elizabeth olhava as fotos. O casamento seria realizado no jardim da casa da familia da ruiva, o que era um espaço bem grande para um casamento reservado, mas Clara estava gostando. - Usei uns programas para fazer  uma simulação de como vai ficar tudo após a organização, e  preciso que dê uma olhada e me diga o que acha. - Pediu assim que as portas do elevador se abriram.

- Não sei como ajudar, afinal eu nada sei sobre decoração ou mesmo organização de casamentos. - Relembrou Elizabeth enquanto caminhavam pelo corredor para chegar até a sala de destino.

- Talvez você possa me dar algumas dicas, já que conviveu por muito tempo com a Kimberly. E eu preciso mostrar a simulação ainda hoje... Sabe que o  tempo é curto. - Com um ar profissional Clara falou, mas em seguida parou no meio da a caminhada fazendo a outra parar também. Moveu os olhos e sorrir de forma traquina fazendo a amiga pensar no que poderia estar passando por aquela cabeça loira. -  Precisa estar tudo perfeito para que em nada mais pense além do casamento. É claro. -  Falou gesticulando com as mãos, parecia estar empurrando  alguma coisa invisível. O que ficou claro para as duas, era Kimberly.

Elizabeth riu se perguntando quando, depois de quase um ano sem tocar no assunto, havia ressurgido a paixonite que  mantia pelo irmão.

- Preciso ver a simulação primeiro. -  Elizabeth decretou e voltaram a andar. A sala de Clara era idêntica à de Cléo, deferindo na cor e na posição dos moveis. As duas continham uma mesa secretaria e seus respectivos três lugares, um armário acoplado a parede, uma mesa de centro com três sofás formando um triângulo, uma tela fixada na parede, um tapete bonitinho e ate um mini frigobar. - Escritório mais confortável que o seu, só o da Mary John. - Implicou jogando a jaqueta  que usava sobre o sofá.

- É para deixar os clientes mais confortáveis, afinal eles precisam se sentir acolhidos. Você não entende porque no seu departamento, só se fala com as folhas. - Clara rebateu ligando a tela posicionada de frente para o sofá maior. -  E quem é Mary John? - Devolveu bastante confusa. Puxou a gaveta da mesa de centro, retirou papel, prancheta e caneta e colocou por cima do objecto de madeira. E em seguida de sentou junto a mesa

- Uma escritora. - Elizabeth eespondeu jogando o envelope na mesa. Não precisava lhe ajudar, a amizade não acabaria se não o fizesse, mas gostava tanto de passar tempo com ela, que alinhava até para o que não sabia. -  Ao trabalho. - Declarou se sentindo estranhamente animada para algo que não sabia fazer.