14- Mimado, egoísta.

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Não foi tão cansativo quanto achou que seria ajudar a revisar os detalhes do casamento de Kim. E se tivesse que pensar bem, diria que foi até divertido.Clara  só precisou de sua ajuda com coisas como papel e caneta, ou seja, Elizabeth estava mais fazendo companhia do que ajudando...

Com a possível  troca das flores, Clara teve que pensar em trocar também a cor dos guardanapos e das toalhas de mesa e mais outras coisas que não percebeu o que eram. Na sua visão, Clara sabia de cabeça o que combina com o que, então não demorou quase nada.

Quando já eram 9 horas e o movimento na empresa já estava mais "agitado",  desceram para tomar café da manhã no refeitório da empresa. Cruzaram com um número considerável de funcionários, alguns estavam apenas indo fazer suas determinadas funções, outras também se dirigiam ao refeitório. Laura e suas roupas coloridas estavam entre eles.

Após o café, voltaram para a sala de Clara, que se vendo livre do trabalho naquela manhã, foi pegar as peças de dominó no armário para empilhar na mesinha de centro, já Elizabeth, aproveitou para descansar seu corpo sobre o sofá.

- Cléo está demorando.- Clara comentou depositando as embalagens sobre a mesa de centro e em seguida se sentou de frente a ela. Olhos focados, e mãos prontas para montar.

- Verdade, vou ligar para ela. - Reflectindo sobre o facto, Elizabeth anunciei alcançando a telefone no bolso da jaqueta que voltou a usar. - Desligado. - Falou após a tentativa falha de comunicação.

- Tente mais tarde. -  Fazendo uma cara engraçada, Clara imitou a voz da assistente telefônica. - Vá atender. - Ordenou segundos depois que seu telefone fixo começou a tocar.

- Não. Não sou sua empregada. -  Elizabeth resmunguou se esforçando para se fazer de ofendida.

- Por favor Liz, não posso deixar as peças assim. Vão cair. - Suplicou fazendo cara de cachorro molhado.

- Manipuladora. - Elizabeth rebateu  indo atender o tal telefone. - Alô. -  Respondeu ao que sabia vir da recepção.

- Liz, seu irmão está subindo. - Laura anunciou.

- Obrigado por avisar. - Agradeceu antes de desligar. Os antigos donos tinham razão: Laura era competente e prestativa. E para melhorar no pacote, a era simpática, e bastante energética. - Theo está subindo. - Anunciou para Clara voltando a sentar no lugar anterior.

- Legal, faz uma semana que não o vejo. -  Devolveu com foco total nas peças que empilhava. Montava uma torre com sete andares. Poucos minutos se passaram, e alguém adentrou, de forma brusca, a sala.

- É verdade? - Perguntou o querido irmão. Havia entrado sem bater.

- Olha só o que fez. - Clara bradou irritada. As peças que  tão cuidadosamente empilhava, caíram. Tudo culpa da entrada de Theo. - Idiota. - Resmungou começando a reagrupar as peças espalhadas pela mesa. Aquele era  seu hobby, e depois que foi tudo ao chão, tinha uma expressão de quase choro.

- Liz, é verdade sim ou não? -  Ignorando Clara e seus resmungos descontentes, voltou a perguntar. Daquela vez, menos afobado.

- Não bate na porta, derruba meu projeto, nem bom dia dá, e fica aí exigindo resposta sobre sei lá o que. -  Clara resmungava lenta e calmamente a medida que enfileirava as peças antes caídas. Tentava manter a calma, mas queria mesmo amaldiçoar aquele por qual mantinha uma paixonite.

- Se está falando do casamento da Kimberly, é sim. - Vendo- o sentar no sofá perto de Clara, sua irmã lhe confirmou. Respirando fundo, Theo se sentiu estressado.

- E você está ajudando. - Acusou lhe olhando firme. Os olhos pequenos e "perigosos", o corte moderninho... Era de se afirmar que não havia mudado nada naqueles seis anos.

O Segredo da Mentira.Onde histórias criam vida. Descubra agora