48 - O Terceiro Arcanjo

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Enquanto a Rainha Suprema e a ministra vampira estavam prontas para pôr à mesa todas as cartas que tinham contra Heimewdall, simultaneamente a quilômetros dali, o Rei Supremo também seguia a postos com sua missão.

Kinmyuu vestia um traje cerimonial branco que parecia emanar luminosidade própria, como se fosse tecido da mais pura luz. Uma túnica caía em pregas suaves ao redor de seu corpo bem definido, fluindo com cada movimento como se fosse uma extensão de sua própria aura semidivina. Detalhes dourados adornam as bordas da peça, brilhando suavemente à luz dos cristais luminescentes nas colunas do espaço ao redor, e criando um belo contraste com o branco imaculado do tecido.

Dada a ocasião, Kin também usava sua coroa sacra de ouro puro, cravejada com gemas cintilantes que parecem refletir as estrelas do próprio céu, ressaltando sua posição de majestade suprema.

Conforme o rei semideus caminhava, suas asas divinas começaram a se materializar em suas costas, surgindo de um jeito magnífico e majestoso. Feitas de penas brancas reluzentes e envoltas em um brilho celestial, as asas se estendiam para fora, ampliando sua aura de divindade e poder.

O pátio onde Kinmyuu realizaria o ritual era como uma visão esculpida diretamente  dos sonhos dos próprios deuses. Situado no ponto mais alto do templo, o pátio era um círculo perfeito, cercado por uma balaustrada finamente trabalhada e ornamentada com símbolos sagrados de Ghaceus.

O piso do pátio era composto por pequenos ladrilhos brancos e dourados dispostos em padrões intricados, formando uma imagem do Dominante Sol Sagrado; o símbolo supremo representando a presença de Ghaceus. Os ladrilhos dourados suavemente começavam a reluzir à luz do sol nascente no horizonte, criando uma aura de divindade que preenchia todo o lugar, refletindo também nas colunas esculpidas que se erguiam ao redor do pátio, cada uma adornada com motivos angelicais e entrelaçadas com vinhas de flores esculpidas em mármore branco.

Parado exatamente no centro daquele espaço sagrado, Kinmyuu estava pronto para convocar seus reais poderes celestiais e abrir os portais entre os planos, cumprindo seu destino como o escolhido pelo divino.

Não demorou muito para a primeira parte da cerimônia estar concluída. Usando a própria luz que emanava de si, com a ponta de seu dedo Kinmyuu terminava de traçar sobre o piso ladrilhado o último dos vinte e seis símbolos angélicos, que chamariam cada anjo correspondente a fim de proteger os santuários de artefatos sagrados de cada reino do Mundo Puro.

Ao lado, a tia sacerdotisa segurava um livro de capa branca perolada e páginas de bordas douradas, que detinha o aspecto de uma relíquia milenar. Tal livro se tratava de um dos principais do acervo de escritos sagrados da biblioteca do templo.

Havia um símbolo criado para representar de forma única cada um dos anjos existentes, e sempre que um novo ascendia ao reino celeste, seu glifo pessoal era milagrosamente acrescentado numa nova página do Códice Celestial. 

Através daquele guia, Myuusif orientava o sobrinho sobre qual emblema desenhar para evocar determinado anjo. Entretanto, a escolha de quem chamar não era dela e nem mesmo de Kinmyuu. Como parte do ritual de evocação, o rei semideus havia pedido através de uma prece que o próprio Arcanjo Rei, Kamyel, decidisse quais anjos seriam os mais apropriados para atender seu chamado. Sendo assim, quando a sacerdotisa virava a página de um anjo selecionado, o símbolo deste resplandecia em dourado para indicar que ele ou ela foi escolhido.

 
— Pronto, esse foi o último. Agora preciso conectar cada um dos símbolos ao emblema do Sol Sagrado de Ghaceus. Correto, tia? — Kin perguntou  para se certificar do próximo passo a seguir.

— Isso mesmo, Kimy. Conecte cada símbolo a um dos raios do sol e não deixe nenhum traço falhado, torto ou rompido ao ligar os glifos até o centro dele, ou o chamado pode falhar.

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