26 - Visita ao Grande Palácio

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O espeedar limousine real, que o Grande Rei enviara para buscar Mewhicann no local combinado, acabava de chegar no palácio de Nihsies com seu ilustre convidado. O Magistrado de Nova Homasafetown estava disfarçado, graças a um relógio de ilusão holográfica que escondia sua aparência reversa, ocultando seus chifres e a ponta espinhenta da cauda de bidente. 

Descendo do veículo de luxo, o felin parou diante dos portões abertos e observou o lugar. A última vez que esteve ali foi há anos e alguns detalhes estéticos haviam mudado bastante desde então. 

Um pouco ansioso, Mewhicann ajeitou a roupa antes de atravessar os enormes portões dourados, conduzido pelo comitê de recepção que o aguardava. Há décadas o bruxo reverso não participava deste tipo de associação diplomática entre realezas.

A filha adotiva Mewstary o tinha ajudado a se arrumar e escolher um traje apropriado para a ocasião, de acordo com o que pedia o dress code para um convite real.

Ele vestia uma camisa social de cor vinho, com um de seus tradicionais sobretudos pretos por cima, porém esse com detalhes bordados em prateado, calça formal e botas. E curiosamente em sua cintura, havia uma peça turquesa de aspecto aveludado e macio; o sobretudo o cobria quase totalmente, tornando difícil identificar o que realmente era. 

— Majestade, o Magistrado Mewhicann está aqui — avisou o secretário real Salomew para o Grande Rei, que já o aguardava na sala do trono.

Kinmyuu disse que ele podia entrar e pediu que fosse anunciado. Toda a família real estava presente, sentados formalmente em seus tronos, e se levantaram assim que Mewhicann entrou. 

— Magistrado Mewhicann, seja muito bem-vindo a Nihsies e ao meu palácio. Agradeço muito por se dispor a atender meu chamado tão prontamente — disse Kinmyuu ao recebê-lo cordialmente. 

Mewhicann fez uma breve reverência.

— Obrigado, Rei Supremo. Eu agradeço sua cordialidade. É um prazer conhecê-lo pessoalmente.

O magistrado reverso mantinha expressão e postura extremamente sérias, porém, não deixava de ser recíproco e educado. 

— O prazer é todo nosso — o rei respondeu, com um aperto de mão. — Permita-me apresentar minha família. Essa é minha esposa Anmyuu e nossos filhotes, Akenmyuu e Myu-Tsuki. 

Os membros da família real se aproximaram conforme Kin os apresentava. 

— Bem-vindo, Magistrado Mewhicann. Sua visita é muito estimada por nós — disse a rainha ao cumprimentá-lo. — Digam olá, crianças.

— Saudações, Lorde Mewhicann! — disseram Aken e Tsuki animadamente em sincronia, como se tivessem ensaiado.

— O senhor tem um neném? — A pequena Myu-Tsuki, de apenas cinco anos, perguntou repentinamente, surpreendendo a todos. 

— O… o quê? — Mewhicann indagou, sem saber exatamente o que a garotinha queria dizer.

— Isso é um betôzinho, não é? Eu também ainda tenho o meu, eu gosto de dormir com ele! — A princesinha apontava para o tecido na cintura de Mewhicann, que realmente se tratava de um cobertor de bebê, e estava bem na altura dos olhos azul-safira da pequenina, tornando impossível que ela não o notasse. — O senhor tem um neném, não tem? Ele tá aqui? 

A pequena sorria e o olhava curiosa. Mewhicann, a princípio, ficou sem reação, igual aos pais de Tsuki.

 Mewhicann, a princípio, ficou sem reação, igual aos pais de Tsuki

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