O deus supremo da Escuridão criou os reversos com um único objetivo em mente: destruir os puros colocando sua frágil mortalidade em evidência, e subsequentemente, apontando a falha de seu irmão em criá-los. Contudo, seu plano malevolente mostrou falhas logo em sua fase inicial, resultando na expulsão de Ghanog da dimensão dos deuses junto às próprias criações que ele tanto desprezava.
Na dimensão onde foi trancafiado, Ghanog criou um mundo à sua imagem - o Mundo Reverso, onde governava como o único deus supremo. O repúdio aos mortais que ele mesmo trouxe à existência o tornou um deus cruel, e seu mundo distorcido era um lugar tenebroso onde os felins reversos sofriam em demasia, cercados por um ambiente caótico, violento e imoral; onde acima de tudo imperava a maldade.
No topo deste mundo como seu governante absoluto, estava o Rei Reverso; que apesar do título, mais se equiparava a um temível imperador em sua soberania incontestável.
Este era Devimyuu Nekohashi - atual Lorde das Trevas, e terceiro semideus Arquemônio dessa era, como o nemesis do semideus Arcanjo.
O poder mágico que herdado em seu sangue o tornou um bruxo de poder implacável. Nada, nem ninguém abaixo dos deuses podia se igualar com a força de sua magia.Devimyuu era um felin cujo físico atraente fazia jus a beleza de um semideus. Alto, e de postura imponente, seus hipnotizantes e intimidadores olhos dourados contrastavam perfeitamente com sua pelagem em azul profundo.
Ele possuía três chifres; dois menores perto das orelhas e outro um pouco mais grosso e afiado no meio da testa, com boa parte oculta entre os pesados cabelos negros majestosos que iam quase até a cintura. Também havia quatro espinhos longos em seu rosto - dois de cada lado - e a peculiar ponta de sua longa cauda com a forma exata de um tridente sendo a marca de sua identidade como um semideus arquemônio.
A manhã no Mundo Reverso havia nascido há apenas algumas horas. Fria e apática como de costume, onde o miasma impregnado no ar do lado de fora quase não permitia que os fracos fachos do opaco sol reverso atravessassem muito além de seu lugar naquele céu cinzento.
Numa sala umbria no topo de uma torre da fortaleza impenetrável de sua majestade, o Rei Arquemônio se encontrava sentado numa espécie de trono macabro, em meio ao cenário sobrenatural mórbido. O local tinha as paredes preenchidas por livros de bruxaria - alguns tão antigos quanto as primeiras escritas - inúmeros vidros de poções e ingredientes para feitiços, guardados em receptáculos estranhos.
Num lado da sala, sobre um tripé redondo de prata, apoiava-se um grande e fundo caldeirão de ferro. Negro, reluzente e com a imagem de um crânio felino encrustado em sua superfície, cujos olhos eram duas gemas mágicas vermelhas hipnotizantes.
Havia um enorme espaço entre o trono macabro adornado com os ossos dos falecidos inimigos que ousaram se opor a seu dono e um tenebroso espelho encantado diante deste. A sala era o Santuário das Sombras, e o espelho era um artefato arcano chamado Sombríage.
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Reinos de Mysticat - Elos Entre Mundos
FantasiDois destinos, dois Grandes Reis e dois mundos opostos mas ainda assim ligados. Há mais de três mil anos, Ghanog - a divindade suprema da Escuridão, voltou-se contra seu irmão Ghaceus, a divindade suprema da Luz. Sua desunião trouxe o desequilíbrio...