49 - O Tesouro da Vampira

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A rainha e a vampira estavam paradas diante de uma porta imponente, feita de madeira escura quase negra, incrustada com entalhes góticos e decorada com arabescos de ferro que brilhavam à luz arroxeada dos cristais nas paredes. No centro da porta havia uma cruz ornamentada de prata, chamando a atenção de Anmyuu. A cruz era ricamente decorada com filigranas complexas e pedras preciosas incrustadas ao redor do brasão da linhagem Moldark, em seu centro. Uma relíquia de família respeitável, de fato. 

Para abrir a porta, a ministra vampira precisava oferecer uma gota de seu próprio sangue. Sendo assim, Rogue se aproximou e estendeu a mão com toda sua elegância sobrenatural, pressionando o dedo contra a ponta afiada da cruz. O metal frio e cortante perfurou sua pelagem com precisão, e uma gota de sangue rubi brotou da ferida, escorrendo pela cruz.

Imediatamente, uma série de mecanismos ocultos se acionou num suave estalar metálico, quase como um suspiro da própria porta, enquanto runas antigas gravadas ao redor da cruz começaram a brilhar em carmesim. A prata reagiu ao sangue da descendência familiar que seu brasão representava, fazendo a cruz lentamente se afastar da porta, como se estivesse sendo puxada por mãos invisíveis.

Anmyuu nunca havia estado naquela parte da casa e não escondia o quanto estava curiosa e admirada. Não conhecia muito sobre os biotipos noturnos até Devimyuu ter apresentado a namorada à melhor amiga. E depois de conhecer Mewrogue, passou a admirar os felins vampiros, com toda sua cultura envolta em mistério, sofisticação e tradições milenares — sem contar seus poderes e habilidades — os considerando uma das espécies mais interessantes que habitavam o Mundo Puro. 

 A porta se abriu deslizando suavemente para o lado, revelando o interior da câmara que era tão deslumbrante quanto a entrada: um espaço amplo e cavernoso, com paredes de pedra decoradas com tapeçarias e relíquias antigas. O teto abobadado, de onde pendia um belo lustre de prata ornamentado e com cristais luminescentes rubros, era sustentado por colunas góticas que pareciam se estender para além da casa acima. E no centro da cripta, em um pedestal de mármore negro, repousava o belo caixão da vampira, um sarcófago de ébano adornado com prata e ornamentos preciosos, refletindo a mesma riqueza e cuidado meticuloso visto na porta.

 E no centro da cripta, em um pedestal de mármore negro, repousava o belo caixão da vampira, um sarcófago de ébano adornado com prata e ornamentos preciosos, refletindo a mesma riqueza e cuidado meticuloso visto na porta

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Contudo, por mais impressionante que fosse, o que interessava às duas estava ao redor do caixão.  Em prateleiras e vitrines, estavam os objetos mais preciosos da ministra, como joias antigas,e artefatos de poder inestimável herdados pelas gerações anteriores de sua família. E ao lado de tudo isso, havia uma caixa de tamanho médio, de aparência impressionante e design meticuloso, tão bela quanto impenetrável. E era exatamente isso que vieram buscar.

Rogue apanhou a caixa e apoiou a mesma sobre uma mesa retangular de vidro ao lado de seu caixão, que mais lembrava um local para algum tipo de oferenda. Anmyuu a observou alisando a tampa onde via-se entalhada num relevo prateado a imagem de uma lua cheia eclipsada, cercada por uma revoada de pequenos morcegos.

A segunda coisa que chamou a atenção da rainha foi a fechadura, forjada em ferro negro com uma ponta afiada de prata. E tal como a cruz na porta, apenas o sangue de Mewrogue poderia destrancá-la.  Então, pressionando levemente a ponta do dedo contra uma pequena lâmina oculta na borda da fechadura, ela deixou uma gota de sangue cair no orifício central. Assim que a gota tocou a fechadura, a mesma se abriu num suave clique que ressoou pela câmara enquanto o mecanismo se destrancou. 

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