Um.

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Eu estou caindo de tanto sono

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Eu estou caindo de tanto sono. Tive que acordar super cedo para encontrar Chloe. Ela deu a louca e inventou de se mudar justo no final do ano. Quem em sã consciência faz isso?

— Você me paga. — digo, carregando as caixas para dentro do apartamento

— Desculpa, mana. Mas eu não podia perder a oportunidade de ficar com esse apartamento. Ele é incrível.

Reviro os olhos.

Empurro a porta com a minha bunda e coloco a última caixa no canto da sala.

— Ufa! — me jogo no sofá

— Por que não chamou o Dan? — ela pergunta, se sentando ao meu lado

— Ele disse que ia se encontrar com a mãe.

Chloe concorda.

— Já que estamos sozinhas. Posso te fazer uma pergunta? — Chloe se ajeita no sofá, apoiando seu cotovelo no encosto e ficando de frente para mim 

— Claro. 

— Você ama ele o suficiente para casar e ter filhos?

Quando Chloe faz essa pergunta, eu lembro da conversa que tive com Gabriel há cinco anos atrás. 

— Você me promete que vamos nos casar na praia?  

Gabriel me olha, com a sobrancelha erguida. 

Você quer se casar comigo? 

Óbvio que eu quero. disse, sorrindo Eu quero que meus filhos te chamem de pai. 

Deito a minha cabeça em seu peitoral e contorno suas tatuagens com os meus dedos. 

Eu te amo, Wallace. 

Levanto a minha cabeça e beijo seus lábios. 

— Eu acho que sim, Chlo. Dan é um cara legal. 

— Não foi essa a pergunta. 

Eu conheci Dan quando me mudei para Barcelona. Ele foi a primeira pessoa que eu conversei. Chloe se mudou um tempo depois. Então, ele foi meu amigo e companheiro já que não tinha ninguém. Depois de alguns meses, nós nos beijamos. Mas para mim, não foi nada além do que um beijo de amizade. Porém, com o passar das semanas, Dan foi ficando cada vez mais próximo. E eu fui me acostumando com a sua companhia. Até que nós transamos e ele me pediu em namoro. Eu aceitei.

Aceitei porque gostava de como ele me tratava e para mim, ele era meu melhor amigo. Só que no início, eu esqueci que ele seria meu namorado e não meu melhor amigo. Agora, eu consigo aceitar isso. Nós convivemos numa boa. 

Gabriel e eu perdemos contato. Eu precisei trocar de celular e acabei perdendo o número dele. Não sei se algum dia vamos nos encontrar, mas sinto a falta dele. Ele foi o único cara por quem me apaixonei verdadeiramente. Foi o meu último beijo. E não vou mentir, eu ainda o amo. 

— Eu preciso ir. — mudo de assunto, vendo a hora no meu celular 

— Você ainda não respondeu a minha pergunta. — ela bloqueia minha passagem com o seu corpo 

— Te amo. — deposito um beijo na bochecha de Chloe 

Eu não sou de esconder nada de Chloe, mas é que ela nunca tinha me feito essa pergunta antes. E eu e Dan nunca conversamos sobre nosso futuro. Acho que essa pergunta me deixou confusa quanto aos meus sentimentos.

○○○

Eu cheguei em casa e Dan já tinha chego também. Ele disse que iria fazer nosso jantar, então eu nem reclamei. Dan não mora comigo, às vezes, ele passa os finais de semana para me fazer companhia. 

Estou deitada na minha cama, mexendo no celular até que olho para a última prateleira do meu closet. A caixa rosa, que guardo minhas lembranças com Gabriel, me chama a atenção. Quando sinto saudades dele, eu vejo tudo o que guardei. E consigo lembrar de cada momento. 

Eu já tentei procurá-lo nas redes sociais, mas parece que ele sumiu do planeta. Não consegui achar nada sobre ele na internet. 

— Amor, já terminei. —Dan avisa, aparecendo na porta do quarto 

— Que bom. — me levanto — Estou com muita fome. — sorrio

Dan segura meu braço, cuidadosamente, e me prende contra a parede. 

— Eu te amo. — ele inclina seu rosto e me beija. Penso que vai ser só um selinho, mas ele o aprofunda, enfiando sua língua na minha boca

— Hm... — murmuro, me afastando — A comida vai esfriar. —deposito um selinho e saio do quarto 

Eu não posso deixar a pergunta da Chloe e os meus pensamentos interferirem no meu relacionamento com o Dan.

Sirvo a minha comida e me sento. 

— Sabe, eu estava pensando. — Dan coloca seu prato em cima da mesa e se senta — O que acha de procurarmos por uma casa maior?

— Maior? — franzo meu cenho — Para que? 

— Em algum momento nós vamos ter filhos, Nic. E precisamos de um jardim, mais quartos. — ele diz, levando a comida até sua boca

— Acho um pouco cedo para falarmos sobre isso. — sorrio, sem mostrar os dentes 

— Tenho para mim que você está fugindo dessa conversa. 

— Claro que não, Dan. Eu só preciso focar no meu trabalho agora. Filhos agora seriam um pouco demais, não acha? — limpo a minha boca

— Tem razão. Podemos falar sobre isso mais para frente. —ele acaricia minha mão 

Desvio meu olhar para um enfeite de globo de neve,  o qual está em cima do aparador da sala. Gabriel quem me deu. E foi o melhor presente que eu poderia receber no Natal. 

— Por que está com essa cara, Wallace? Gabriel se sentou ao meu lado, no meio fio da calçada

Hoje se completa um ano desde a morte do meu pai. — peguei uma grama e a piquei em vários pedaços

Eu trouxe um presente para você. — ele me entregou uma sacola colorida 

Não precisa gastar dinheiro comigo, Gabriel. — peguei a sacola e quando tirei o globo de dentro, um sorriso contagiante apareceu em meus lábios

Gostou?

Ele é lindo. — comentei, virando o objeto e deixando os flocos caírem

Sempre que estiver triste, olha para os flocos. Eles vão movimentar sua vida. — ele disse, me cutucando com o cotovelo e rindo

Bobo. — ri, secando as minhas lágrimas

Afasto o prato de comida da minha vista e fico pensando apenas no Gabriel. Como ele ainda mexe comigo sendo que eu nem sei aonde ele está?

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Primeiro capítulo, galera!! Espero que gostem!

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