-- Senhor? – Me viro para um Navin e faço um gesto com a cabeça para ele prosseguir. – Os filhotes estão invadindo, de novo. – Suspiro alto e confirmo.
Quando ele sai, dou as costas e fico na minha forma de gavião, indo na direção que aquelas pestes estavam. Sobrevoou o meu território olhando tudo, certificando se estava tudo em ordem, odeio desordem.
Quando vejo eles, desço próximo deles e os mesmos tentam se esconder, mas não adianta muito, já que os pego pela camisa os levantando, colocando em minha frente.
-- Ah, tio gal. – O ruivo reclama.
-- Meu nome é Galvan, não Gal. – Reclamo pelo apelido idiota.
-- O senhor está mais sério que o normal. Papai disse que é porque o senhor está com saudade da tia Hay. – O pequeno urso diz sorrindo, o que acaba deixando um tanto fofo, já que seus olhos se fecham quando sorri.
-- Quem trouxe vocês? – Cruzo os braços.
-- Foi a.. – Ele é cortado por uma voz bastante conhecida por mim.
-- Crianças? Olhem o que eu achei. – Me viro na direção que ela estava vindo.
De short jeans, blusa um pouco curta, cabelo preso em um coque alto. Ela vinha correndo olhando para a mão, a mesma estava segurando algo. Olho ela de cima a baixo, vendo um corte no seu joelho, saia um pouco de sangue.
Sinto meu gavião ficar inquieto, mostrando o quão incomodado ficou com aquilo e o mesmo me arranha para me aproximar dela, me recuso.
Assim que ela levanta a cabeça, para de sorrir um pouco assim que me nota. Seus olhos vão para as crianças e se encolhe um pouco com um sorrisinho de desculpa.
-- ... Oi, urubu. – Acena.
Ela se próxima devagar, olho para a mão dela e a mesma esconde, mas noto ser um filhote de pássaro rapino.
-- O que você está fazendo com ela, humana? – Pergunto me aproximando, mas ela se afasta um pouco.
-- Eu achei ele. – Dá de ombro.
-- É fêmea. Você não achou, você pegou. – Acuso.
-- Ele estava no chão. – Se defende.
-- Deve ter caído, era só devolver. –
-- Como eu ia saber? – Faz bico.
-- Olhasse para cima. – Pego, a filhote dela.
-- Ele estava sozinho. –-- A mãe dela deve estar atrás. – Passo a mão nas poucas penas dela.
-- Ela é uma desnaturada, como deixa o filhote assim, sozinho, com fome, triste. – Reviro os olhos pelo drama dela.
-- Vou devolver ela. – Falo já dando as costas. – E vocês? – Aponto para os filhotes. – Saiam do meu território, voltem para os pais de vocês. – Mando. – Você também. – Falo e vou saindo.
Abaixo meu olhar para aquela pequena criatura e sorrio de lado por a mesma se aconchegar em mim.
As coisas andam bem calmas pelos territórios, nada mudou, como ao mesmo tempo mudou. Os territórios ficaram mais unidos, claro, tem um pouco de exceção do lado das cobras, eles continuam retraídos, mas isso é por conta dos humanos.
A reserva é a que mais cresceu em torno desse tipo, mais humanos começam a visita-los, eles procuram antes da pessoa para deixa-la entrar no território, até agora isso não trouxe nenhum problema.
Assim que me aproximo dos ninhos que tinham ali, olho em volta e não demora para um pássaro fêmea se aproximar, sorrio e levo o filhote para o ninho que ela estava.
-- Aqui está ela. Desculpe, foi uma desnaturada que a pegou. – Ela trina como se tivesse agradecendo. Saio de lá e vou para o pico que gosto de ficar, não ficava longe daqui.
(...)
Me sento no chão e suspiro ao ver o sol, tendo a sensação de estar perto de mim, mas logo minha paz para quando sinto o cheiro da fêmea se aproximando.
-- Caralho, aqui é lindo. – Fala ao se aproximar de mim e se senta do meu lado.
Ignoro ela e continuo olhando para frente, enquanto a humana continua falando no meu ouvido.-- Você continua chato. –
-- Por que voltou, hein? – Reclamo.
Depois que o caso foi resolvido, ela junto com sua equipe foram embora, o que eu agradeci em partes, já que não teria mais os barulhos deles por aqui, ela ficaria distante também, o cheiro dela é atraente demais para o meu pássaro.
Sei o que isso significa, mas não quero que nada aconteça entre nós, não quero uma fêmea humana ao meu lado.
Ela me encara brava, mas logo respira fundo e se levanta para sair, de relance vejo que o ferimento está ficando mais aberto e que sangrava mais.
Mordo os lábios com a vontade de falar algo e fazer.
Resmungo pela garra do meu gavião, ele me arranha por ignorar o que ele quer que eu faça. Fico uns minutos parado, mas logo me levanto e sigo o rastro dela. Logo a frente, vejo ela mancando um pouco.
Parando em um lago, ela se abaixa e estica a perna, dobrando a outra em seguida. Me sento em um galho ali e sorrio de lado quando ela xinga baixo quando joga água no ferimento.
-- Desgraçado do caralho, doe. Merda! – Nego.
Com um pano, ela dá a volta no ferimento e amarra. Olho quando ela fica encarando o nada, mas logo se vira na minha direção.
-- O que você quer? Já estou de saída do seu território. – Fala e se levanta com um pouco de dificuldade.
-- Vou leva-la. – Me levanto.
-- Não pedi sua ajuda. Tenho pernas ainda. – Diz grossa.
-- É para certificar que está saindo mesmo. – Ela nada diz e sai.
Vou logo atrás dela quieto, sinto sua irritação e tristeza, me xingo por ser o causador disso. Quando ia falar algo, ouço um barulho alto e os pássaros voam para longe.
Que merda é essa?
-- Isso foi um tiro. – Ela diz olhando para cima.
Me transformo e voou na direção que aquilo veio. Alguns pássaros passam por mim, quase me derrubando. Quando chego perto, noto um humano mirando para cima. Olho na direção que ele estava mirando e voou mais rápido e empurro a fêmea que estava com o filhote.
Desvio por pouco e pego o filhote a ajudando sair dali, logo aparece o macho e lê entrego o seu filhote, ele trina em agradecimento. Desço na direção do humano e bico ele na mão, fazendo ele soltar aquela arma.
Sinto uma presença atrás de mim, saio da frente bem na hora que outro ia me segurar. Atrás dele vem a fêmea mancando, ofegante e bate na cabeça do humano na sua frente.
-- Sua vadia. – O que estava com a arma diz e aponta para ela, mas a mesma mostrando um negócio preto com dourado.
-- A baixa essa arma, ou prendo você por caça ilegal. Seu bostinha de merda. – Manda com raiva. Me abaixo e fico no ombro dela, mas tomando cuidado para não ferir ela.
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Meu gavião
FanfictionUma logista criminal em uma floresta ... O que pode dar de errado? Saga shifters: 1 Meu Macho× 2 Meu Urso × 3 Meu Gavião × 4 Meu Snake 5 Meu Shark 6 Meu Hunter ➕ 🔞