Meu gavião

Capítulo 3 👩🏿‍🔬

Fico passando as mãos no meu braço, tentando aliviar aquela dor que estava sentindo pelos meus ossos.

Meu jesus, não morri por bandido, mas vou morrer pelo frio.

Que morte ordinária.

Galvan já estava bem a minha frente, parecia nem sentir a chuva em seu corpo, como se fosse água quente o relaxando. Está muito escuro por aqui, já perdi as contas de quantas vezes tropecei.

-- Anda mais rapido, fêmea. – Reclama.

Senhor? Me segura, ou juro que faço pássaro assado.

Quando tropeço novamente, vejo ele bufar e se aproximar de mim. Faço de tudo para continuar olhando para cima.

O martelo do Thor está ... Para com isso, Hauyna!

Antes de falar qualquer coisa, sinto os braços dele na minha perna e sou erguida. Solto um pequeno grito de susto e me agarro mais a ele.

Uma ótima desculpa para toca-lo.

-- Anda muito devagar. – Reviro os olhos.

Ao sentir o corpo quentinho dele, me encolho um pouco e sinto meu corpo se arrepiar. Me aconchego mais nele e encosto minha cabeça em seu peitoral e uma das minhas mãos no abdômen dele.

Falei que ia tirar um pouquinho de aproveito disso.

Ele se arrepia levemente, talvez tenha sentindo o quão, gelada a minha mão estava. Ele olha para baixo e noto seus olhos dilatados e amarelados.

Assim que começa a andar, seus passos são longos e rápidos. No completo silencio da noite, dando somente para ouvir as corujas.
 
-- Como é ser? – Tento puxar assunto.

-- Ser o que? –

-- Um shifters. – Olho para ele, que continua olhando para frente.

-- .... Ser livre. Viver em paz. – Seus olhos brilham, mostrando o orgulho que tem por ser um.

-- Deve ser incrível mesmo. – Falo sonhadora. – Meu padrinho sempre me falava de vocês, me contava diversas histórias. – Sorrio ao lembrar. – Ele me contou que conheceu uma fêmea tubarão quando era mais novo. – Olho para baixo. – Mas, infelizmente ele parou de me contar essas histórias. –

-- Por que? – Sinto seus braços me apertarem um pouco.

-- .... Meu pai também sabia da existência de vocês. Mas diferente do meu padrinho, meu pai os odiava. – Finalmente ele olha para mim. – Eu sempre falei que queria um ...  Apanhava, sempre. – O ouço rosna baixo.

-- Machos humanos são desprezíveis, quando querem. –

-- Não posso descordar disso. – Fecho os olhos. Meu rosto está bem próximo do corpo dele, isso faz eu sentir o seu cheirinho.

Gostoso, por inteiro.

Fico nessa posição por alguns minutos, até sentir ele parando e quando abro os olhos, a primeira coisa que vejo, são algumas aves voando na chuva.

-- Nossa ... – Falo ao afastar o meu rosto.

Tinha casas por todo lado, e eram literalmente casas nas árvores, com escadas embaixo para pode subir e descer. Tinha crianças correndo de um lado para o outro, mulheres sentada em suas portas, enquanto balançava as pernas.

Aqui parece mais ter um padrão. Loiro, moreno e negro. A maioria são negros de olhos amarelados ou esverdeados, chegando no mel.

-- Aqui é ... – Tusso e espirro. – Lindo. Estou no paraíso dos deuses.  – Falo olhando na direção de um nego delicia.

Fecho o sorriso por pensar que ele pode ser casado. Posso ser uma vadia safada, mas não fura olho e talarica.

Galvan volta a andar e noto todos me encarando, não era nós, era eu mesmo, e eles nem disfarçavam isso.

-- Nunca nenhum humano entrou no nosso lar. Somente na proximidade, como aqueles. – Fala e solta um pequeno barulho.
-- Nossa. – Somente falo isso.

Assim que ele para novamente, olho a cabana a nossa frente, era a maior que tinha por aqui, era bem espaçosa, pelo que mostra daqui. Mas em vez dele ir até ela, ele dá a volta e começa a andar na direção que tinha algumas mulheres que estavam sentadas em pedras e outras estavam dentro de uma espécie de sauna.

Elas nos olham e se afastam um pouco, Galvan se abaixa e me coloca naquela água, cabo relaxando por sentir a água quentinha.

Por uns minutos volto a fechar os olhos, mas os abro quando sinto alguém se aproximar. Uma morena, bem na minha frente, com seus seios expostos, fica me olhando.

-- Uma humana nunca entrou aqui. O alfa nunca deixa, a não ser, somente pelas redondezas. – Seus olhos quase azulados parecem querer me seduzir.

-- Não ligue para o jeito dela. – Uma negra diz, ela transmitia um ar de soberba. – A espécie dela é assim mesmo. – Revira os olhos.

-- E vocês falcão, se acham os reis e rainhas. – Cruza os braços. – Por que não tira a roupa? Assim você toma um banho descente. – Sorri de lado.

É aí que realmente me lembro que estava com roupa. Tiro primeiro o short e logo a minha blusa, ficando nua da cintura para cima.

-- Você é linda. – Fala me olhando.

-- Obrigada. Eu acho. – Falo baixo a última parte.

-- Qual é o seu nome, criança? – Uma loira pergunta sorrindo.

-- Hauyna. – Sorrio de volta.

-- Diferente. – Antes de falar algo, sinto alguém atrás de mim.

Me viro, vendo Galvan me olhando todo sério e parecia irritado com algo. Em suas mãos, tinha uma blusa preta e uma espécie de toalha.

-- Por que tirou a roupa? – Pergunta com grosseria.

-- E dês de quando se toma banho com roupa? – Devolvo do mesmo modo.

Ele não diz nada, mas sua expressão mostra que ele não gostou. Ele estica a mão para mim, seguro ela e o mesmo me puxa com cuidado para cima, sem se preocupar com nada.

Acabo olhando em volta para ver se não tinha ninguém olhando. Mas todos estavam entretidos com o que estavam fazendo.

Ele começa a me secar, por inteira, sim, por inteira e logo em seguida, coloca a blusa em mim. Quando vou me despedir das meninas, ele me pega novamente e sai me levando na direção que veio.

-- Você é muito calado e sério, Galvan. – Ele somente resmunga.

Parando na frente daquela cabana grande, ele começa a subir, mesmo comigo no colo. Me seguro com mais força nele, o que o faz me segurar com mais força.

Adooorooo!

Já na cabana, vejo o quão bonito é isso aqui. Tudo era de madeira, pequenas almofadas no chão, não tinha fotos ou TV na cômoda a frente. A cozinha já era a nossa frente, ela é amadeirada e com vidros a escada, era de pedras claras. Aqui é muito lindo.

🌟.....

💬 40

Uma das seguidoras, me lembro de algo, eu não coloquei os personagens🤦🏾‍♀️.

Irei coloca-los.