Capítulo 4 👩🏿‍🔬

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Os quartos? Era um encanto

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Os quartos? Era um encanto.

O quarto em volta, era somente vidro, mostrando o que tinha lá fora e a cama ficava bem no meio, tendo como base feito de madeira e o colchão branco e grande, iria facilmente caber quatro pessoas.

Sem me deixar olhar mais, ele me leva para a cama e me coloca lá, me fazendo deitar e me cobre.

Olho para a coberta, e noto ser de pele .... De urso. Olho para ele, mas ele somente dá de ombro.

-- Dorme. - Ia reclamar, mas me calo quando ele solta aquele barulho de pássaro. - Dorme. - Sai do quarto.

Cara grosso .... Tomara que seja mesmo.

Tomada pelo cansaço, fecho os olhos e me encolho na cama, me cobrindo com aquela coberta de urso, tão fofinho.

(...)

De novo não.

Mesmo não querendo, acabo olhando para a cena em minha frente. Da criança apanhando de vareta, enquanto o pai batia com todos as suas forças.

-- Pa- Papai, pala.. - Pede em meio aos choros.

-- Isso é para o seu bem, meu amor. - Tomo susto quando ouço o barulho da vareta batendo nas costas.

Não, não, NÃO!

Me sento com rapidez na cama e tento regularizar a minha respiração. Passo a mão no meu rosto, tirando o cabelo que estava solto. Olho em volta, estava sozinha, estava chovendo.

Quando olho um pouco mais para cima, tomo um susto quando vejo um pássaro, ou melhor, um gavião parado na minha frente, em cima de um tronco que tinha ali, pendurado.

Ele me encarava, como se eu fosse a presa dele, e estou quase achando que sou mesmo.

-- Caramba. Você me assustou. - Ele continua quieto. - Nunca vi um da sua espécie, não tão de perto. Posso toca-lo? - Pergunto já me levantando, mas arfo quando sinto o chão frio. - Esquece, aqui está mais quentinho. - Acabo soltando um espiro.

Me sento na cama e me cubro, com ele ainda me encarando, abre as assas e voa até onde estou e para em cima da minha perna coberta, fazendo eu não sentir suas garras.

Seus olhos ficam amarelados e com a pupila dilatada. Sorrio e levanto minha mão, tocando sua cabeça, onde começo a fazer carinho.

-- Você é muito lindo. O outro não. - Dou risada quando ele faz um movimento com a cabeça, como se tivesse confirmado.

Solto um bocejo, me deito devagar, o mantendo ainda perto de mim, que se aconchega do meu lado e se abaixa, como se tivesse deitado.

Pássaros não deitam, hauyna!

-- Bons sonhos. Urubu. - Ele solta um barulho alto em protesto. - Tá bom. - Beijo ele e fecho os olhos.

Volto a dormir, enquanto passava a mão nos pelos dele. Tão quentinho, tão macio e fofinho.

(...)

-- AAAH .... - Acabo caindo no chão e bato a cabeça. Resmungo. - Aíí. -

Galvan se levanta rapido e para na minha frente, logo se abaixando e me olha por inteira, parando um pouco nas minhas pernas.

-- Você me assustou, caramba. - Me sento, com a mão onde bati.

Assim que abaixo minha mão, levanto meus olhos e dou de cara com o Galvan me encarando. O que tem de gostoso, tem de doidão.

-- Você é desastrada, fêmea. - Revira os olhos e se levanta, depois de me olhar de cima a baixo novamente.

-- Não vai me ajudar? - Pergunto com uma falsa indignação.

-- Você caiu sozinha, se levante sozinha. - Saiu do quarto.

Só para constar, ele está nu.

Bufo por conta desse ogro e me levanto do chão, indo para uma porta que tinha no quarto já aberta. Assim que entro, vejo somente uma pia, de madeira e uma privada, e adivinha? ... Não é de madeira.

Assim que vou até a pia, molho o meu rosto, limpando a minha pele e fazendo aquela cara de sono sumir. Coloco água na minha boca, faço gargarejo e cuspo a água.

Pego a toalha e seco meu rosto, logo depois, são do quarto e desço as escadas, vendo o Galvan conversando com um negão na porta.

-- Sim, senhor. - Os dois percebem a minha presença e me encaram, mas Galvan entra na frente do negão lindo.

-- Vá. - Manda.

O negão acena com a cabeça e sai, fazendo Galvan fechar a porta e se vira para mim. Me olha por um tempo, mas sai, indo na direção da cozinha.

O que faço o mesmo, e quando entro, vejo suco de laranja, pão, geleia de morango, frutas. Muitas frutas.

-- Senta e coma. - Manda.

Sem reclamar, ou rebater pelo modo dele falar, me sento na mesa amadeirada e começo a comer. É comida né? Come primeiro e briga depois.

Pego uma maça e suco de laranja, começando a comer sorrindo. Amo comer. Galvan se senta na minha frente e come somente ... Carne?

-- que você está comendo carne? - Estranho.

-- Porque eu preciso comer. - Revira os olhos.

-- Jura? - Pergunto com ironia. Por
-- Sou um gavião, preciso de carne. Como também frutas, mas, é mais pelo meu lado humano. - Explica.

-- Entendi. - Volto a comer.

Solto um espirro, tusso. Que desgrama!
Mordo a maça, começando a comer em silencio total, e Galvan não está com a cara que queria puxar algum assunto.

-- Então, Galvan ... - Ele me corta.

-- Irei sair, tenho que resolver assuntos do meu ninho. - Olha para mim sério. - Não sai daqui. -

-- Não sou prisioneira. - Cruzo os braços.

-- Estou falando sério, fêmea. - Suspiro. - Somos pássaros, mas isso não deixa a gente menos perigoso. -- Olhar dele mostra que não estava brincando.

-- Está bem, está bem. - Desisto.

-- Volto pelo fim da tarde e .... - Se cala.

Ele simplesmente me encara por um tempo e sai da cozinha, subindo para o andar de cima, mas depois de uns minutos, ele desce e vai embora.

-- Legal. - Olho em volta, afim de procurar o que fazer.

Tomo todo o suco e me levanto, vou andando pela sala, mas não tinha nada de interessante. Olho para fora, sorrio de lado, mas desisto da ideia ao lembra desse pássaro chato.

Ouço meu celular tocar, subo correndo para o andar de cima, vou até o quarto e assim que entro, vejo minhas coisas em cima de uma cômoda, pego o aparelho e vejo o nome de uns dos meus chefes.

Algo deu merda!

🌟.....

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