Capítulo 23 🪽

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Saio da janela e pouso no chão ao lado da cama, a mãe da minha fêmea me nota e toma um pequeno susto se afastando, enquanto o macho que estava abraçado nela antes tenta me afastar, mas bico o dedo dele, o machucando

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Saio da janela e pouso no chão ao lado da cama, a mãe da minha fêmea me nota e toma um pequeno susto se afastando, enquanto o macho que estava abraçado nela antes tenta me afastar, mas bico o dedo dele, o machucando.

Ainda estou irritado, não é bom eles querer me tocar.

-- N- Não! – Minha Hauyna diz e se senta, apertando os olhos ao sentir dor. – Ele é ... – Me encara. – Namorado. –

-- O quê? – Os três dizem juntos.

Volto para a minha forma humana, os fazendo arregalar os olhos. A mulher se afasta, o que aproveito e chego, mais perto da minha companheira que estava vermelha, assim como olhos e o nariz.

-- M- meu deus .... – Me sento e olho nos olhos dela, vendo que estava voltando a marejar.

-- Vamos, mãe. Depois a gente conversa com ela e faz perguntas. – Mesmo relutante, os outros dois saí.

Ela me olha por inteiro, mas para em meus olhos, onde encara fixamente. Levanto minha mão e limpo seu rosto, onde foi derramado uma lagrima.

-- Eu ... sinto muito. – Começa a chorar.

Com cuidado, pego ela e a trago para o meu colo. Me encosto no encosto da cama e aperto ela em mim, beijando sua cabeça. Não sei o que dizer a ela, mas espero que com meus gestos, ela entenda.

-- E- Eu não sabia .... Não senti nada .... Achei que fosse meu ciclo menstrual ....  Se eu soubesse teria ido vindo o mais rapido para cá. – Fecho meus olhos com força.

-- Não foi culpa sua. Está tudo bem. Pare de se culpar. – Ela levanta a cabeça. – Não estou te culpando, então também pare de se culpar. Ele não estava forte o bastante para aguentar e infelizmente se foi. – Soluça. – Está tudo bem. – A aperto mais.

-- F- Foi o meu pa ... – Solto um trinar.  – Você já sabia, não é? – Somente confirmo, inalando o cheiro dela. -- ..... Você fez algo com ele. – Não foi uma pergunta.

-- Está brava? – Pergunto. Ela nega. – Ele ainda está vivo. Terei consequências com isso, mas não me arrependo. –

-- Foi ele que mandou queimar e fazer tudo aquilo na sua floresta, no seu território. – A olho. – Fiz a minha investigação. A arma que eu e os meninos achamos, pertence a ele. E quando ele estava nos agredindo e meu tio o tirou, ele falou algo muito suspeito. –

-- Não vamos pensar nisso algo. – A puxo mais para cima. – Vamos cuidar primeiro de você. – Ela dá uma leve risada.

-- Nem parece o urubu que faltava arrancar a minha cabeça somente por falar perto de vocês. – Reviro os olhos.

Nem nessas horas ela para.

-- É diferente agora. – Coloca as mãos no meu rosto.

-- Sim. O passarinho foi preso na gaiola por sua dona. – Se gaba. Fico quieto, mas sorrio de lado. – É difícil fazer tu sorrir. –

-- Somente com você mesmo. – Dou de ombro.

Tenho que fazer ela esquecer um pouco, fazer ela se distrair. Sei que ela nunca irá esquecer, porque nem eu vou, mas não posso vê-la sofrendo. Por isso que estou puxando essa dor toda para mim, e nem notar ela estar.

-- Mas me diga. – Abaixa um pouco o olhar. – Como você está? –

-- A fêmea Carol disse que seu estou bem, e que não tive tantas sequelas. – Minto. Eu sei que ela quer saber sobre o ocorrido de agora, mas não quero falar disso. Ela suspira.

-- Duvido muito disso. Quando voltar, irei perguntar para ela. – Cruza os braços. Somente confirmo. Aperto um pouco a cintura dela, passando o dedão nas minhas garras que ficou ali.

-- Você mandou as aves para aquele lugar. – Se encolhe. – Eu disse que nunca mais pisaria ali. Eles me seguem para onde eu vou. –

-- Eu sei que aquele lugar te traz memorias ruins .... Mas, eu não podia ver eles dormindo em arvores, mesmo sendo dá suas naturezas. – Morde os lábios. – Peço desculpa em passar por cima da sua autoridade como o alfa deles, mas não me arrependo. –

-- Você também manda. – Me olha confusa. – Você é muito distraída. – Reviro os olhos, ela me dá um tapa no peito, brava. – Mesmo eu deixando claro para eles que nunca mais iria pisaria ali, eles obedeceram, você. Você é a alfa deles também. –

-- Somente foram por conta que eu disse que iria falar com você. –

-- Sim. Porque eles sabiam que eu iria .... Obedecer. – Me encara desacreditada. – Para nós, principalmente gaviões- reais, as fêmeas que mandam. Não é á toa que são maiores que os machos. – Ela começa a rir.

-- Então quer dizer que eu mando em você? – Mexe as sobrancelhas.

-- Eu não disse isso. –

-- Mas foi o que eu quis entender. – Zomba.

-- Por que você não dorme um pouco? Deve estar cansada. – Deito a cabeça dela em meu ombro.

-- Você não passa perfume, mas é tão cheiroso. – Passa o nariz em meu pescoço.

-- Durma, fêmea. – A cubro.

Sem dizer mais nada, ela se aconchega mais em mim e fecha os olhos, passando o braço pela minha cintura.

-- Não gosto quando fica pelado na frente das outras. – Sinto sua mão passar rapido por cima do meu membro. – Minha mãe viu você peladinho. Minha vontade é de socar você. – Começa a ficar mais lenta. – Mas, assim elas vêm que estou bem servida. – Acabo dando risada.

-- Vá dormir um pouco. – Confirma. – Bons sonhos, pequena. – Falo com um pouco de melancolia.

-- .... Te amo, urubu. – Fico surpreso.

Olho para ela, mas a mesma estava com os olhos fechados. Sorrio de lado e beijo sua cabeça, fecho os olhos, encostando minha testa nela.

’ Uma fêmea, deve ser tratada como um filhote. Levantamos se cair, cuidamos, protegemos e damos o nosso amor mais sincero. Você ainda irá sentir isso, e quando sentir, não deixe ir embora por medo ou algo do tipo. Protegemos aqueles que a gente ama, meu filhote. Lembre disse.’’

Lembro das palavras do meu pai quando eu ainda era bem pequeno. Me lembro que foi quando eu empurrei uma das meninas do penhasco no dia de aprender a voar, e essa menina começou a dizer que era aminha namorada e irritado, empurrei ela.

Meu pai brigou muito comigo nesse dia, para a sorte dela, tinha o professor por perto. Perguntei para o meu pai quando iria achar a minha companheira e se ela seria chata que nem aquela criança, e o mesmo me disse essas palavras.

Irei tentar seguir tudo que ele me ensinou, desde grandes a pequenas coisas. Ele sempre me ensinou a ser um gavião honrado com as mulheres, me ensinou como tratar a minha fêmea quando eu encontrar ela.

Mas olhando para ela em meus braços, vejo que falhei em algumas coisas. Por conta do passado, me fechei e quando ela mais precisou, eu não consegui chegar na hora de ajudar ela e nem o meu filho.

''Lembre-se, filhote. Insistência é um ponto forte de um gavião!''

Irei cuidar dela. Nunca mais alguém vai machuca-la.

Nunca mais  .....

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