Capítulo 22 🪽

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Já faz horas que estávamos aqui e nada de nenhum humano vim falar com a gente e isso está me deixando mais apreensivo

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Já faz horas que estávamos aqui e nada de nenhum humano vim falar com a gente e isso está me deixando mais apreensivo. Solto um suspiro alto, passo a mão no meu cabelo, tentando me acalmar.

Fecho os olhos, vendo se sentia alguma coisa, pelo menos algo pequeno mais não sinto nada. Ela deve estar dormindo, ou algo do tipo.

-- Hugo? – Abro os olhos e olho na direção que veio a voz.

Um humano negro, de cabelos com tranca e com um negócio parecendo um vestido branco estava em nossa frente. Seu olhar estava de cansado e triste, já me sinto desconfortável.

-- Doutor, Ygor? Veio valar da minha irmã? Como ela está? – O homem confirma.

-- Hauyna está sedada por agora. O sangramento que ela teve, é um aporto espontâneo. – A humana fica ao meu lado e noto seus olhos marejarem.

-- E- ela perdeu o bebê? – Presto atenção nessa parte.

-- .... Sim. Eu sinto muito. Ela .... – Não escuto mais nada, não presto atenção em mais nada ao meu redor.

Sinto minha boca seca, minha garganta arde, meus olhos ficam turvos e me sinto fraco. O que é isso?

Aquele cheiro, o cheiro que eu senti vindo dela .... Se foi? Consigo ainda me lembrar daquele cheiro, uma mistura minha com o dela. Era tão refrescante e suave.

Os gemidos de dor dela vêm em meus pensamentos, seus olhos cheios de lagrimas e sua expressão de dor, o sangue escorrendo entre suas pernas.

Começo a andar com presa, para sair atrás daquele maldito, mas paro ao sentir o cheiro dela. Meu pássaro estava a presa dele, era somente isso que ele queria.

Só que não posso deixar ela sozinha agora. Me viro para voltar, vendo alguns humanos arfarem surpresos ao olharem para mim e alguns com certo medo. Sem falar nada com eles, entro no quarto que ela estava.

Ao entrar, fecho aquela porta e olho para cama, vendo ela ali, deitada e com fios em seu corpo.

Me aproximo da cama, não tendo a coragem de tocar nela, não quero a machucar. Olho para as minhas mãos, vendo garras no lugar das minhas unhas. Puxo o ar, querendo sentir aquele cheiro novamente, mas não sinto nada.

-- Galvan ...? – Ouço sua voz baixa.

Olho para ela, seus olhos estavam baixo e piscava lentamente. Sentia o cheiro de remédio vindo dela.

-- E- Ele não está mais aqui ... – Uma lagrima desce de seu rosto. – Eu .... Pedi para o doutor Ygor deixar ele comigo .... Mas ele disse que o filhote tinha que ir .... Me desculpa. – Começa a chorar baixo. – Foi culpa .... Minha. – Seus olhos começam a se fechar. – Me .... Desculpa .... Urubu. --

Ela volta a fechar os olhos, mas dessa vez acaba dormindo. Abaixo minha cabeça, me ajoelho ao lado dela e coloco minha cabeça em sua barriga, sentindo raiva de mim mesmo, sentindo raiva .... Odeio, dele!

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