A Noite Estrelada

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O sol começava a se pôr no horizonte enquanto Akari terminava seu treino de taijutsu no quintal de casa. O som dos golpes precisos cortava o ar, indicando a dedicação incansável da jovem Uchiha em aprimorar suas habilidades. Ao finalizar seu último movimento, ela respirou fundo, sentindo a energia pulsante que percorria seu corpo. Foi então que seu pai, Yoshito, surgiu na porta da varanda, a observando com um sorriso orgulhoso.

— Akari, venha aqui por um momento. Preciso falar com você — chamou Yoshito, seu tom de voz calmo, mas carregado de seriedade.

Curiosa e um pouco apreensiva, Akari secou o suor da testa com as costas da mão e dirigiu-se até onde o pai estava. Observou por um momento o homem, que parecia apreensivo, sem saber como iniciar a conversa.

— O que foi, pai? — perguntou ela, curiosa.

— Estive com Madara Uchiha hoje. Ele gostaria de conversar com você esta noite. — disse ele, observando a expressão surpresa de Akari.

Os olhos da jovem se arregalaram. Uma mistura de surpresa e nervosismo começaram a tomar conta dela.

— O senhor Madara Uchiha? Por que ele quer falar comigo? — questionou ela, tentando conter a ansiedade que começava a se manifestar.

Yoshito deu de ombros, um sorriso enigmático brincando em seus lábios.

— Isso ele dirá quando chegar. É algo importante.

— E o senhor não pode me dizer o que é logo, oras? — Akari retrucou, com um tom de impaciência.

— Não, não posso. Madara Uchiha é um homem ocupado, o líder do clã. Se ele quer vir aqui para falar com você, eu não irei adiantar o assunto. — explicou Yoshito, mantendo o mistério.

Akari absorveu as palavras do pai, seu coração batendo mais rápido com a expectativa do que estava por vir. Mal podia esperar para descobrir o motivo pelo qual o líder do clã Uchiha queria falar com ela. Se soubesse que receberia uma visita do homem, teria ficado o dia inteiro mergulhada em óleos essenciais e cremes hidratantes, e não treinando de modo tão intenso!

— Tudo bem, pai. — ela bufou, resignada. — Como quiser.

— Ele virá para jantar. Sua mãe está na cozinha, preparando os pratos favoritos dele. — Yoshito continuou, enquanto observava a expressão de sua filha.

— E como ela tem essa informação? — Akari questionou, curiosa.

— A mãe de Madara faleceu muito jovem. As mulheres do clã que cuidaram dele e dos irmãos, que infelizmente já faleceram, então sabem muito sobre todos eles.— Yoshito explicou, com um tom de pesar na voz.

— Entendo. — respondeu Akari, absorvendo a nova informação. — Eu não me lembro dele na infância.

— Ele é um pouco mais velho do que você. Ou seja, quando você tinha discernimento para conhecer rostos, ele já estava em combate. — explicou Yoshito, com uma ponta de tristeza na voz.

— Isso é triste, pai. Espero que as crianças agora, na Aldeia da Folha, não tenham que nascer em combates. — comentou Akari, com pesar, encarando o vazio.

Yoshito abriu um sorriso triste.

— Eu também, filha. Apesar de pensar que isso está longe de ser uma realidade. — então, uma pausa. — Mas vamos nos concentrar no presente. Madara virá para jantar e falará sobre o que precisa com você. Se apresse para se arrumar.

Ela seguiu os conselhos do pai, e se apressou para se lavar.  Enquanto jogava a água no corpo, não conseguia evitar que sua mente voltasse ao encontro com Madara Uchiha. As palavras do líder do clã ecoavam em sua mente. Ao sair do banho, Akari se envolveu em um quimono de seda azul. Era uma de suas melhores roupas. Ela observou seu reflexo no espelho, tentando se tranquilizar enquanto ajustava os detalhes do penteado. Seus cabelos curtos caíam ainda úmidos por o seu rosto, e ela tentou secar com uma toalha, ficando com a cabeça pendurada na janela, afim de que o vento noturno batesse ali. Por fim, funcionou e em minutos, os fios estavam menos úmidos. Enquanto terminava de passar uma maquiagem leve, Akari sentiu uma pontada de frustração por não ter tido a chance de falar com Miyu naquele momento. Ela queria compartilhar a notícia sobre o elogio de Madara, mas agora já estava ali, prestes a jantar com ele. Suas pernas tremeram levemente, e ela se forçou a respirar fundo, tentando controlar a agitação que parecia não querer sair de seu coração. Com um último olhar no espelho, Akari decidiu que estava pronta. Sua mãe colocou a cabeça pela fresta da porta, abrindo um sorriso de orelha a orelha ao ver a filha.

Arte da Trégua  • tobirama senjuOnde histórias criam vida. Descubra agora