O Balanço

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Estar com Tobirama Senju não foi tão assustador quanto Akari pensou. Os dois caminharam de volta para a casa dela encharcados, mas devido ao calor intenso, já estavam parcialmente secos quando chegaram à frente da residência. Não trocaram muitas palavras pelo caminho, apenas discutiram o necessário sobre o quadro que seria pintado. Tobirama entregou a Akari os materiais de pintura e ficou de pé diante da porta enquanto ela abria. Ao perceber que sua mãe não estava em casa, Akari sentiu um alívio momentâneo, sem saber ao certo como Nina reagiria ao vê-la com Tobirama ali.

— Obrigada por me trazer. — Ela agradeceu sinceramente. Tobirama assentiu e continuou a olhá-la diretamente nos olhos sem hesitação antes de responder.

— Eu vou indo, então. — Disse, começando a se virar para partir.

— Espere! — Ela o interrompeu de repente, e ele virou-se novamente para ela, esperando.

— Eu estou com o seu casaco. Espere só um minuto que vou entrar para pegar. — Akari explicou rapidamente.

— Certo. — Ele concordou, ficando onde estava enquanto ela entrava na casa.

Akari entrou apressadamente, e tirou todas as roupas do baú, encontrando o que tinha escondido ali embaixo. Ela voltou alguns instantes depois com o casaco de Tobirama em mãos e o intregou.

— Aqui está.

Tobirama pegou o casaco e seus dedos se tocaram lentamente. Akari segurou a respiração e retirou rapidamente a mão. Como uma resposta, ouve uma estranha movimentação em uma plantação do lado esquerdo da casa, mas não parecia haver ninguém ali. Tobirama olhou naquela direção e se despediu:

— Até logo, Akari. — Ele respondeu, virando-se para partir.

— Até logo, Tobirama. — Akari não esperou o homem sumir de vista para entrar em casa. Organizou as roupas que tinha derrubado, e trocou as suas vestes molhadas por um vestido seco. Depois, guardou as anotações que tinha feito e se lembrou que precisava comprar as tintas. Preparava o esboço com carvão, e isso tinha muito em casa para o dia seguinte, mas haviam algumas tintas que não tinha disponível para o momento em que iniciasse a pintura. Enquanto preparava tudo, o seu oração não parava de bater forte em seu peito. Ela se sentia sem ar. Estava tão imersa nos últimos acontecimentos que nem viu sua mãe entrar, e se assustou ao ouvir passos perto de si.

— Ai, mãe! — Akari levou a mão até o coração.

Nina riu suavemente, aproximando-se da filha com um olhar curioso.

— Desculpe, querida. Não queria te assustar. — disse, com uma pitada de diversão na voz. — Parece que você está muito ocupada e... distraída. Tudo bem?

Akari tentou controlar a respiração, assentindo rapidamente.

— Sim, sim. Só estava me concentrando no trabalho. — respondeu, tentando soar casual enquanto organizava suas coisas. — Preciso comprar algumas tintas para o quadro.

— E como foi hoje?

— Tudo bem, mãe. — comentou suavemente. — Só estou um pouco cansada. Pensei demais. — riu. — Mas agora já sei exatamente o que comprar para o quadro.

— Que bom. Espero que não esteja cansada o suficiente para uma caminhada noturna com Madara Uchiha mais tarde.

— Como assim? — ela ergueu as sobrancelhas.

— Seu pai me disse que ele virá conversar sobre algumas missões que irão fazer nos próximos dias.— explicou.— E completou, todo enciumado, que Madara perguntou a ele se não podia levar você para uma caminhada depois.

Arte da Trégua  • tobirama senjuOnde histórias criam vida. Descubra agora