Naquele dia agitado, Tobirama Senju se afundava em documentos e preocupações, mas seu coração batia em um compasso diferente. Ao perceber o brilho do crepúsculo entrando pela janela, ele tomou a decisão de fazer uma pausa, chamando seu braço direito.
— Hiruzen, venha aqui um momento — sua voz ecoou firme pelo corredor, e Hiruzen entrou apressado, um misto de preocupação e curiosidade nos olhos.
Ao encará-lo, Tobirama deixou surgir um raro sorriso, um que revelava algo mais profundo.
— Vou me casar, Hiruzen. Na semana que vem — anunciou, sua voz grave transbordando uma emoção intensa e contida.
Hiruzen ficou sem palavras, mas rapidamente envolveu Tobirama em um abraço apertado, uma alegria genuína brilhando em seu rosto.
— Que notícia maravilhosa! Ela tem sorte... — comentou, rindo e batendo nas costas do Hokage.
A notícia se espalhou como fogo, e uma corrente de cumprimentos preenchia o gabinete a cada minuto. Os colegas de trabalho e amigos entravam um a um, carregados de sorrisos e felicitações, com piadas e bênçãos para o futuro casal.
— Finalmente decidiu se render ao amor, não é? Quem diria que você, o tão sério Segundo Hokage, encontraria alguém capaz de domar seu coração de pedra! — um dos ninjas brincou, batendo nas costas do homem.
— Espero que seu casamento seja muito feliz, Segundo Hokage.— um dos ninjas da ANBU dissera, ao passar por ali.
— Hokage, espero que sua futura esposa consiga suportar seu perfeccionismo! — disse um jovem ninja, aprendiz de Hiruzen, levando um pequeno tapa do mais novo. Tobirama estava tão feliz que não pode evitar rir.
Quando a noite caiu e o escritório enfim sossegou, Tobirama foi surpreendido pela visita dela. Akari bateu suavemente na porta e entrou, uma calmaria que ele ansiara o dia inteiro. Ao vê-la, seus olhos suavizaram, e ele não hesitou em levantar-se para acolhê-la em seus braços. Ela se aconchegou, o rosto repousando em seu peito, e ele respirou o perfume suave que sempre o lembrava dela.
— Está tudo bem? — perguntou ele, acariciando seus cabelos e depositando um beijo suave ali, como se pudesse ancorar toda a intensidade daquele momento em um simples toque.
— Está perfeito agora que estou com você — respondeu ela, com os olhos brilhando enquanto erguiam o rosto.
Ele traçou as linhas de seu rosto, os dedos desenhando delicadamente suas feições.
— Não consigo parar de pensar em você desde o momento em que abri os olhos hoje — murmurou, sua voz grave carregada de um amor profundo.
Ela sorriu, as bochechas ruborizadas com a intensidade do olhar dele.
— Este dia pareceu uma eternidade sem você por perto... mas, até o casamento, teremos que nos acostumar... — suspirou ela, olhando para ele com doçura, ainda se sentindo embriagada por sua presença.
— Me acostumar a quê?
— Aos preparativos. Você me deixou pouco tempo para decidir tudo! Miyu e eu ainda temos o templo, a doceria, a papelaria...
— Você quer me torturar? — ele perguntou, rindo de leve, enquanto plantava beijos rápidos por todo o rosto dela, arrancando risos e pequenos suspiros. — Se depender de mim, a festa dura só trinta minutos — sussurrou ele, com um sorriso travesso. — Só pra te levar pra casa mais cedo.
Ela riu e, divertida, colocou as mãos nos quadris.
— Oh, Tobirama, não se escapa de uma festa de casamento assim tão fácil!
Ele a puxou mais uma vez para perto, os olhos nos dela.
— Mas se for para levar você comigo antes de todo mundo... Estou disposto a enfrentar a dificuldade.
O riso dos dois ecoou pelo gabinete, um som que celebrava a certeza de que estavam prontos para dividir um novo começo.
🍃
No dia do casamento, o jardim onde a cerimônia acontecia estava imerso em uma quietude quase sagrada. A brisa leve e fria acariciava as flores de inverno, que formavam uma moldura ao longo do caminho que levava ao altar. Akari, vestida em um quimono branco tradicional bordado com flores de sakura, parecia flutuar com a leveza dos próprios passos, cada movimento resplandecendo uma serenidade profunda.
Ao avistar Tobirama, seus olhos brilharam, o peito acelerado pela visão dele à sua espera, imponente e elegante. Ele a observava, e naquele instante, o mundo desapareceu ao redor. O sacerdote, o mesmo que a aconselhara tempos atrás, deu início à cerimônia com uma prece suave, enquanto Tobirama mantinha os olhos fixos nos dela, o olhar penetrante e apaixonado.
Os votos foram trocados em meio a um silêncio respeitoso, cada palavra carregando a certeza e o compromisso de uma vida inteira. Akari, com voz cheia de ternura, prometeu caminhar ao lado dele em todos os momentos, ampará-lo nas dificuldades e compartilhar as alegrias que a vida lhes trouxesse. E Tobirama, com a voz firme e cheia de um amor sincero, jurou amá-la, protegê-la e respeitá-la, dedicando a ela seu coração e seu futuro.
Ao trocar os anéis, a emoção era palpável. Akari sentiu a ponta dos dedos formigarem quando ele segurou sua mão, os olhos cheios de uma intensidade que poucos já haviam visto. Na primeira fila, Miyu tentava conter as lágrimas, enquanto Tsunade, com o olhar curioso, não disfarçava a felicidade de ver seu tio-avô finalmente se render ao amor.
Quando o sacerdote os declarou marido e mulher, os sorrisos de ambos diziam tudo. Tobirama entrelaçou a mão na dela, e ela o apertou com força, sentindo a segurança de que estavam exatamente onde deviam estar. Os convidados explodiram em aplausos, e, entre abraços e risadas, o casal se perdeu na multidão de sorrisos e votos de felicidade.
A festa, iluminada por lanternas de papel, encheu-se de risadas e brindes calorosos. Quando finalmente tiveram um momento a sós, Tobirama a puxou para uma dança. Sem tirar os olhos dela, ele a conduziu pelo salão, e Akari não resistiu a encostar a cabeça em seu ombro, sentindo o coração dele bater em uníssono com o dela.
E, em meio ao brilho suave das lanternas e ao som das risadas de seus amigos mais próximos, Tobirama e Akari dançaram como se fossem os únicos no mundo, sabendo que aquele era apenas o começo do resto da vida juntos.
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Arte da Trégua • tobirama senju
FanfictionAkari foi resgatada em um campo de batalha por uma família do clã Uchiha, crescendo alinhada aos valores e ideais do clã. Desde cedo, ela foi testemunha do ódio profundo e da rivalidade mortal que existia entre os Uchihas e os Senjus. Anos depois...