Arte da Trégua • tobirama senju

Tudo É Rio

Tobirama caminhava pelas movimentadas ruas da Aldeia da Folha ao lado de Mito, sua cunhada, cuidadosamente carregando as sacolas de compras enquanto ela caminhava ao seu lado. Hashirama foi claro quando disse que Mito não deveria mais carregar peso por aí; e, para certificar que a mulher seguiria as recomendações médicas, o mais novo dos Senju estava com aquela nobre missão naquela manhã de primavera.

— Obrigada por bancar o babá hoje. — disse Mito, agradecida, enquanto olhava para ele com um sorriso. — Eu não acredito que Hashirama o obrigou a fazer isso... — ela riu, olhando o peso que o homem levava. — Mas até que está sendo bom não ter que carregar mais nada além da minha barriga.— balançou os braços com alegria.

Tobirama apenas acenou com a cabeça.

— Sem problemas, Mito. Estou feliz em ajudar. — respondeu.

Enquanto caminhavam, Mito aproveitou a oportunidade para puxar assunto sobre um dos assuntos que Tobirama estava mais envolvido recentemente.

— Tobirama, sobre essa Academia Ninja que você está organizando... — começou ela, com curiosidade. — Como estão os preparativos?

Tobirama endireitou os ombros, expressando  seriedade.

— Estão indo bem. Na verdade, eu mesmo vou até lá hoje para ver como estão as obras. Estou ansioso para ver tudo pronto para a inauguração.

Mito assentiu, parecendo impressionada.

— É uma ideia maravilhosa, Tobirama. Tenho certeza de que será um grande sucesso. Estou ansiosa para ver como tudo ficará quando estiver pronto.

— Quero criar um bom futuro para os meus sobrinhos e para todos os netos que quer ter. — ele disse, em um tom agradável.

Mito sorriu, tocada pelas palavras dele.

— Tenho certeza de que você fará um excelente trabalho. — a ruiva respondeu. — E Hashirama ficará muito orgulhoso de você.

Tobirama acenou com a cabeça em agradecimento, sentindo a responsabilidade ainda maior em seus ombros. A missão de ajudar Mito acabou, e após a ajudar a guardar as compras, o homem de cabelos claros se preparou para visitar a obra. Foi até o seu quarto, onde se encontrava todos os seus pergaminhos em confecção, e pegou um, onde ele mesmo havia desenhado a planta do local. Levou junto a si para conferir, e atravessou a Aldeia da Folha, afim de chegar ao local desejado. Após um tempo de caminhada, ele contemplou o local com um olhar crítico. Os trabalhadores estavam ocupados, dando forma ao projeto que havia idealizado. Hashirama já havia feito a estrutura com o seu jutsu, mas alguns ninjas estavam responsáveis pelos detalhes. Era uma sensação de realização ver tudo aquilo ganhando vida diante de seus olhos. Ele não via a hora de tudo estar finalmente pronto! Com a planta em mãos, caminhou pelo local, verificando cada detalhe para garantir que tudo estava de acordo com o planejado. Ele conversou com os responsáveis pela obra, mostrou as anotações e deu algumas instruções específicas para garantir que o projeto continuasse no caminho certo.

Após algumas horas de inspeção minuciosa, Tobirama sentiu que havia feito o que era necessário naquele momento. Satisfeito com o progresso da construção, ele guardou a planta e se despediu dos trabalhadores, prometendo voltar em breve para acompanhar o andamento do projeto. Resolveu voltar pela floresta. Ele conhecia cada trilha e cada árvore daquela área, pois muitas vezes recorria à floresta em busca de paz para seus momentos de meditação. O Senju sabia que boa parte de uma mente sã e produtiva vinha do silêncio total, e levava isso a sério em sua vida. O som da água correndo pela cachoeira criava uma melodia relaxante, enquanto o vento ecoava entre as folhas das árvores. Tobirama se deixou levar, permitindo que seus pensamentos flutuassem livremente. Seu coração estava quase conectado com a sua mente, e ele estava próximo ao estado de meditação completa, quando ouviu uma risada alta. Ele abriu os olhos rapidamente, pensando ser seu cérebro o enganando, mas ouviu de novo. Agora eram duas. Bufou, tentando se ajustar de novo e ignorar o ruído, mas agora, as vozes femininas continuaram. E pareciam próximas da cachoeira, a alguns metros dali. Por mais que não conseguisse ver de onde estavam, conseguia ouvir perfeitamente.