Arte da Trégua • tobirama senju

Valores Pessoais

Akari estava imersa na conversa animada com sua mãe enquanto cortava os legumes na cozinha. As flores que comprara mais cedo estavam dispostas sobre a mesa, colorindo o ambiente com suas pétalas delicadas. Nina, sua mãe, estava muito curiosa, e logo direcionou a conversa para Madara Uchiha.

— Então, Akari, como vão as coisas entre você e Madara? — Nina perguntou com um sorriso astuto.

Akari corou levemente e mexeu os legumes com mais intensidade para esconder sua timidez.

— Que coisas, mãe? — ela fingiu um riso despreocupado.— Ele é o líder do nosso clã, e é isso.

— Um líder do clã que anda por aí caminhando com você. — brincou.— Ele não caminha com as outras moças Uchihas.

Akari sentiu seu rosto ficar ainda mais quente. Tentou se concentrar nos legumes, mas sabia que sua mãe não deixaria o assunto morrer tão facilmente. Não conseguia negar que sentia algo especial quando estava perto de Madara, mas preferia não alimentar expectativas. Afinal, tudo era bem claro em sua mente; ele era o temível Madara Uchiha. E ela, não era ninguém.

— Mãe, isso é bobeira.— disse, evitando contato visual.— Ele só está me ajudando com a pintura e a integração entre os clãs. Nada além disso.

Nina parou de mexer na massa que preparava e olhou diretamente para Akari, com um olhar sério.

— Madara sempre foi desinteressado nas questões do coração, Akari. O conheço desde pequeno.— suspirou.— Mas já percebi que ele está dando mais atenção a você do que a qualquer outra pessoa.

— Não quero me iludir com algo que talvez nem exista.— admitiu.

— Mas você gostaria que existisse? — Nina perguntou, e Akari não disse nada. Apenas em pensar naquela possibilidade sentia uma agitação estranha em seu corpo.

— Akari, se você quer se relacionar com um Uchiha, e principalmente com o líder do clã, há algumas coisas que você deve saber. — seus olhos tinham um brilho sério agora. Aquela era uma conversa séria.

— O que, mãe?

Nina respirou fundo antes de continuar.

— Em primeiro lugar, os Uchihas tem seus valores pessoais. São muito intensos em tudo o que fazem, principalmente nos sentimentos. Se Madara realmente estiver interessado em você, ele será dedicado e protetor, mas também esperará o mesmo em troca. Além disso, sendo o líder do clã, ele carrega um grande peso nos ombros. Você precisará ser forte e compreensiva, apoiar suas decisões e, muitas vezes, lidar com as pressões e expectativas da posição dele.— explicou, categoricamente.— E quando digo intensos, são muito intensos mesmo. Beirando até a... — ela fez uma pausa. — Loucura.

Akari ouviu atentamente, absorvendo cada palavra. Sabia que sua mãe tinha razão e que se envolver com Madara Uchiha não seria simples.

— Meu pai não beira a loucura.— ponderou, e a mãe concordou com a cabeça.

— Seu pai é uma exceção dentro dos homens do clã Uchiha.— disse, e havia algo a mais em suas palavras que não conseguia dizer.— Não espere que todos sejam gentis como ele.

— Entendi, mãe. — respondeu com sinceridade. — Mas eu queria alguém que fosse tão fiel e bondoso comigo como o meu pai é com a senhora.

— Sempre haverão sinais para observar.— disse, agora voltando a atenção para a comida. — Preste sempre atenção nos sinais, querida.

Akari continuou a cortar os legumes, refletindo sobre as palavras da mãe. O ambiente estava silencioso, exceto pelo som rítmico da faca contra a tábua de cortar.