Orgulho e Preconceito

119 13 15
                                    

Na espaçosa casa dos Senjus, situada no coração da Aldeia da Folha, os dias amanheciam com uma atmosfera diferente. Mito Uzumaki estava no sexto mês de sua gravidez, aguardando com expectativa o nascimento do primeiro filho de Hashirama Senju. Seu ventre já demonstrava um grande sinal de vida, uma imensa e graciosa curva que iluminava o rosto do Hokage com um encanto indescritível, que ele não fazia questão de esconder. Os dois estavam em clima de festa quando Tobirama adentrou na sala para o café da manhã. Ele gostava de treinar antes do sol nascer e mantinha uma rotina regrada, acreditando que ordem e disciplina eram cruciais para ser um ninja excelente. Esses, afinal, eram seus outros sobrenomes.

— Bom dia, Tobirama — Mito, sempre gentil com o cunhado, o cumprimentou com um sorriso caloroso.

— Bom dia, Mito — respondeu Tobirama, suavizando a expressão fechada por um momento. — Irmão.

Hashirama sorriu amplamente ao ver o irmão mais novo.

— Está pronto para a reunião de hoje?

— Sempre pronto — respondeu Tobirama, pegando uma tigela de arroz. — Mas você sabe o que eu acho dela.

— Pare de ser porquinho e vá se lavar antes de comer! — Mito brincou com ele, apenas para o irritar. Ela e o cunhado possuíam uma ótima relação, desde sempre e fora a ruiva que insistiu para que o caçula de seu marido morasse com eles.

Tobirama revirou os olhos, mas não pôde evitar um leve sorriso.

— Meu estômago não tem bons modos, senhora Senju.— Disse, mas deixou a tigela em cima da mesa e seguiu para o banheiro, para seguir o que a mulher tinha solicitado. Ele sabia que ninguém merecia comer ao lado de uma pessoa fedendo a suor, muito menos uma grávida.

Após se lavar e trocar de roupa, agora limpo, Tobirama se assentou à mesa. Hashirama e Mito estavam em uma leve conversa sobre o bebê, e a ruiva relatava ao marido o quanto estava aliviada dos sintomas dos primeiros meses terem passado.

— O que você acha que é o bebê, menino ou menina? — Mito perguntou ao cunhado.

— Será um menino, grande e forte, para o tio ensinar a ser um bom ninja.

— E não poderá ser se for uma menina? — Hashirama brincou.

— Claro que poderá. — Tobirama assentiu com a cabeça enquanto comia. — Vou ensinar ela bastante taijutsu para espantar os espertinhos que quiserem se aproximar.

Hashirama riu, apreciando a resposta do irmão.

— Com um tio desse, ela será celibatária para sempre.  — comentou ele, com um sorriso.

— Ah, isso não... — Mito riu. — Quero uma casa cheia de netos no futuro! E também quero que meu filho ou filha seja muito feliz... E não há nada que deixe a gente mais feliz do que casar com quem amamos.

— Fala isso por experiência própria, não é? — Hashirama gabou-se, com seu charme natural.

Mito corou ligeiramente, mas sorriu, seu olhar amoroso fixo em Hashirama.

— Sim, falo. — respondeu ela, com sinceridade. Tobirama continuava a comer, alheio a tudo. Estava acostumado com as declarações do casal com quem morava.— E você, Tobirama?

— Eu? — Ele perguntou, confuso.

— É, você, não pensa em se casar?

Tobirama olhou para Mito, depois para Hashirama, e soltou um suspiro breve antes de responder com a habitual franqueza.

— Não. — disse ele, de forma direta.

Mito trocou um olhar significativo com Hashirama, que apenas sorriu, conhecendo bem o irmão.

Arte da Trégua  • tobirama senjuOnde histórias criam vida. Descubra agora