Akari estava voltando para casa após um momento muito bom com Miyu. Ela se sentiu levemente angustiada quando viu um grupo de pessoas em frente a uma casa de quem ela sabia muito bem de quem era. Rika estava conversando de maneira animada, e a encarou com frieza ao vê-la passar. Akari começou a ouvir os murmúrios maldosos que já estava acostumada, e sentiu olhares de desprezo em sua direção. Ela não olhou para eles, e ergueu a cabeça, como Yoshito havia lhe ensinado. Mas não pôde evitar encarar a multidão quando ouviu uma voz estridente, no meio de todos:
— Tudo mudará agora que Madara voltou e me pediu em noivado, sabiam? — Rika anunciou alto o suficiente para que Akari ouvisse.
As palavras de Rika caíram como um golpe no coração de Akari. Ela viu o anel brilhar no meio do fim da tarde e engoliu em seco. Seu coração acelerou e ela começou a suar frio, mas não queria dar o gosto de desmoronar na frente daquelas pessoas. Respirou fundo, e continuou a caminhar, sob o olhar de desgosto dos demais Uchihas. Um mês havia passado muito rápido. Algumas coisas começaram a passar em sua cabeça, e Akari se perguntava se veria Madara Uchiha em breve ou não. Ela começou a correr, ao se recordar que Nina estava em casa e do que o ex namorado havia dito antes de ser exilado. Chegando em casa, encontrou a residência silenciosa e escura. Chamou pela mãe, sua voz soando fraca e insegura no ambiente vazio.
— Mãe? — repetiu, o coração apertado pela ansiedade e pela incerteza do que poderia encontrar lá dentro. Não houve resposta, e ela apressou o passo. — Mãe!
— Que prazer te ver, Akari. — era a voz dele. Um arrepio a subiu pela espinha, e ela sentiu nojo, as pernas tremendo de tanta tensão. Ao entrar na sala, seus olhos se fixaram imediatamente no buquê de flores frescas em um vaso de cristal sobre a mesa, iluminado pela luz fraca de uma vela. A visão daquelas flores contrastava dolorosamente com o clima tenso e o presságio sombrio que pairava no ar. E então, atrás do buquê, viu Nina. Sua mãe estava sentada, mas não sozinha. Uma figura escura estava ao lado dela, segurando uma espada firmemente posicionada no pescoço de Nina. Akari reconheceu imediatamente quem era, mesmo que uma parte dela se recusasse a acreditar.
— Madara... — sussurrou, sua voz trêmula de choque e raiva contida.
Madara Uchiha, o homem que havia trazido tanto sofrimento para sua vida, estava ali, desafiadoramente calmo. Seus olhos vermelhos brilhavam mesmo em meio ao breu. Nina estava desmaiada, e Akari mordeu os lábios com força ao ver a cena.
— Surpresa em me ver? — sua voz era suave, mas carregada com um tom ameaçador.— Eu trouxe até flores do País das Ondas para vocês. Veja como sou um homem atencioso...
Akari engoliu em seco, sentindo o nó na garganta. Ela sabia que não podia demonstrar fraqueza diante dele, não agora.
— O que você quer, Madara? — sua voz saiu mais firme do que ela esperava, mesmo que por dentro, ela estivesse prestes a desmaiar.
Madara inclinou a cabeça levemente, como se estivesse a avaliando.
— Não é óbvio? — questionou, sarcástico.— Estou aqui para conversar.
— Não temos nada para conversar.
Em um movimento calculado, passou a ponta afiada da espada pelo braço de Nina, causando um enorme corte que começou a sangrar. Akari sentiu um aperto no peito ao ver aquilo e gritou, desesperada. O sangue começou a descer, e ela agradeceu mentalmente por ao menos a mãe estar inconsciente, e não demonstrar nenhum resquício de dor no rosto.
— Acho que vamos ter uma conversa, sim. — ele riu, de maneira macabra.
— Você vai a matar...— grunhiu, desesperada.— Por favor, não faça isso...
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Arte da Trégua • tobirama senju
FanfictionAkari foi resgatada em um campo de batalha por uma família do clã Uchiha, crescendo alinhada aos valores e ideais do clã. Desde cedo, ela foi testemunha do ódio profundo e da rivalidade mortal que existia entre os Uchihas e os Senjus. Anos depois...