Tobirama entrou no bar com passos firmes, decidido a dissipar o estresse acumulado ao longo do dia. O ambiente estava animado, com ninjas e civis conversando em mesas espalhadas pelo salão. Ao longe, ele avistou uma figura familiar: uma ninja com quem já havia trabalhado antes da fundação da Aldeia da Folha. Ela notou a chegada dele e sorriu, levantando a mão para o cumprimentar.
— Tobirama! Não esperava encontrar você aqui. O que aconteceu com aquela regra? Como era mesmo... — pareceu pensar por um instante.— Um ninja deve estar longe de jogos, bebidas e mulheres. — lembrou. com um tom brincalhão.
Ele ergueu uma sobrancelha, respondendo com uma leve ironia:
— Hashirama virou Hokage se aproveitando das três coisas, não foi?
A mulher riu, mexendo nos cabelos dourados e concordando enquanto chamava o garçom para pedir duas bebidas. Ela olhou para Tobirama com um olhar perspicaz.
— Você parece tenso. — falou. — O que há de novo na sua vida?
Tobirama suspirou antes de responder:
— Não estou tenso, só muito trabalho como sempre, Natsuko.— ele analisou o copo de bebida que o garçom colocou em sua frente no balcão. — E também tivemos a visita de uma pintora Uchiha recentemente, que irá nos retratar em uma obra de arte. Parece que Hashirama está cada vez mais empenhado em fortalecer as alianças entre os clãs e deixar isso claro para a história da nossa Aldeia.
A ninja levantou as sobrancelhas, interessada.
— Pintora Uchiha? — pensou por um instante. — Ah, uma que vive andando com Madara agora?
Tobirama pensou em Akari na mesma hora. Se recordou perfeitamente de seus cabelos, de seus olhos e de como parecia indefesa no dia que a salvou. Também veio em sua mente o exato momento em que passou seu casaco pelos ombros dela e de como se sentiu desesperado ao vê-la inconsciente. Tentando afastar os pensamentos, o ninja bebeu um gole considerável de saquê.
— Não fazia ideia de que ela estava tão próxima do Madara. — Tobirama finalmente respondeu, enquanto colocava o copo vazio de volta no balcão. O saquê queimava levemente em sua garganta, dissipando um pouco da tensão que sentia.
— Parece que é, sim. Estava voltando de uma missão e vi os dois conversando, com toda aquela aura de romance, quando as bochechas ficam coradas e saem risinhos bobos, sabe?
Tobirama sentiu uma sensação estranha ao ouvir aquilo e não soube identificar o que era. Mas sabia que era desconfortável. Ele não sabia muito ao certo como reagir à observação de Natsuko. Só sabia que se a tal pintora era mesmo namorada de Madara, era automaticamente sua inimiga.
— Hum, interessante... — murmurou. O saquê, que antes parecia dissipar sua tensão, agora contribuía para uma confusão interna. Sentia-se dividido entre a curiosidade em relação a Akari e uma espécie de preocupação inexplicável.
— E como vão os preparativos para a academia ninja? — ela perguntou, mudando de assunto de maneira natural. — Ouvi dizer que você tem se empenhado bastante nesse projeto.
Tobirama pareceu agradecer a mudança de assunto, mesmo que fosse momentânea. Ele se recompôs, focando-se no que era mais familiar e confortável para ele: o trabalho.
— Sim, está tomando bastante tempo, mas é um projeto importante. Queremos garantir que as próximas gerações tenham o melhor treinamento possível. — ele respondeu, retomando um pouco da seriedade que normalmente o acompanhava.
A conversa fluiu para outros assuntos relacionados ao trabalho e à vida na Aldeia da Folha. A boa companhia de Natsuko serviu para que ele se sentisse confortável naquela noite, e até demais, pois bebeu além do que possuía costume. Quando estava um pouco atordoado, resolveu pausar, mas já tinha consumido saquê o suficiente para sentir seus reflexos lentos. Odiava se sentir tão vulnerável; as luzes pareciam dançando ao seu redor e ele foi tomado de uma alegria muito esquisita.
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Arte da Trégua • tobirama senju
FanfictionAkari foi resgatada em um campo de batalha por uma família do clã Uchiha, crescendo alinhada aos valores e ideais do clã. Desde cedo, ela foi testemunha do ódio profundo e da rivalidade mortal que existia entre os Uchihas e os Senjus. Anos depois...