O Amor É Um Cão Dos Diabos

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Vinte anos depois

Do alto de seu gabinete no Hokage, Tobirama observava as casas e prédios meticulosamente alinhados, cobertos por um grosso manto de neve. A sala estava impecável, como era de seu fetil. Vestido com suas vestes tradicionais de Hokage, segurava um copo de saquê entre os dedos, afim de se aquecer, mas sua mente não estava focada na bebida. Seu olhar sério e profundo refletia a responsabilidade que carregava como líder da vila, as decisões que precisava tomar e também em como sua vida nunca mais fora a mesma depois do falecimento de seu irmão. Como as coisas haviam mudado no último ano... Foi então que uma vozinha doce interrompeu seus pensamentos. Uma pequena figura loira entrou na sala com uma energia vibrante, carregando consigo uma aura de alegria inocente que Tobirama não pôde deixar de sorrir ao ver. Era Tsunade Senju, a neta de seu falecido irmão, Hashirama Senju, que morrera tragicamente um ano antes. Ela tinha apenas sete anos de idade; mas era muito inteligente para a sua idade, o que encantava o seu tio-avô.

— Tio Tobirama! — exclamou Tsunade, correndo até onde ele estava, como se estivesse sem ar. — Estava te procurando!

Tobirama olhou para Tsunade com um sorriso gentil.

— O que é tão urgente que te fez correr assim na neve, Tsunade? — perguntou ele, brincando com ela, enquanto se agachou para ficar da mesma altura da pequena. Ele deu batidinhas nos ombros da loirinha, afim de dissipar os flocos que se acumularam ali.

Tsunade ergueu os olhos brilhantes para ele, radiante de entusiasmo.

— Os comerciantes já estão chegando para a grande Festa de Ano Novo da Folha! Eles têm tantas coisas legais, tio Tobirama! — ela exclamou animada, dando pequenos pulinhos. — Eu vi uma mulher muito bonita com um lenço nos cabelos, e ela sorriu para mim e acenou quando chegou com a maior caravana de todos os comerciantes!

Tobirama escutou com atenção, encantado com a descrição animada de Tsunade. Ele sabia que a Festa de Ano Novo era um evento importante para a vila, e que a pequena garotinha amava uma boa bagunça.

— Parece muito legal! — respondeu ele, tentando manter a animação da menina. Era díficil vê-la tão feliz assim, principalmente após o falecimento do avô, que ela amava tanto. — Você já viu algo que gostaria de ter na festa?

Tsunade acenou com a cabeça, seus cabelos loiros balançando.

— Sim! Eu vi um brinquedo de madeira incrível que eu nunca tinha visto antes. E também tem doces coloridos que parecem ser deliciosos! O senhor vai comprar para mim?

Tobirama assentiu.

— Claro. — sorriu, afagando os cabelos dela. De repente, a pequena Tsunade se distraiu com o quadro do gabinete. Era o tradicional quadro de Hashirama, Madara e Tobirama, na fundação da Vila.

— Uau, sempre fico impressionada com esse quadro! — ela suspirou, o olhando debaixo. — Aqui o vovô parecia tão jovem, não é?

— Parecia, sim. — Tobirama concordou, e mesmo contra a vontade, seguiu para ver o quadro também. Aquilo parecia ter sido uma semana atrás; e já haviam se passado longos vintes anos. — Mas pode ver que eu sempre fui mais bonito que ele.— brincou.

— Ah, tio Tobirama, você é sempre tão modesto — ela brincou, olhando para o retrato com admiração. — Deve ter dado um trabalhão pintar isso com tantos detalhes, não é?

Tobirama assentiu, um leve sorriso nos lábios, mas seus olhos traíam uma melancolia que Tsunade captou imediatamente. Ela conhecia bem seu tio-avô e sabia que ele tinha seus momentos de lembrança dolorosa.

Arte da Trégua  • tobirama senjuOnde histórias criam vida. Descubra agora