A Sombra Do Vento

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No gabinete do Hokage, Tobirama estava cercado por pilhas de documentos e pergaminhos, cada um demandando sua atenção imediata. Era apenas o quinto dia do ano, mas as obrigações e responsabilidades pareciam já estar se acumulando implacavelmente. Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos prateados e rosto cansado enquanto assinava mais um pergaminho.

— Segundo Hokage, tem alguém querendo falar com o senhor no jardim do Gabinete. — anunciou Danzou, que estava no gabinete nos últimos dias para algumas pendências urgentes. Ele mantinha sua típica postura ereta e passos firmes.

— Estou muito ocupado, Danzou. — respondeu Tobirama, sem levantar os olhos dos documentos. — Dispense essa pessoa, e diga para ela voltar... Me deixe ver... Daqui a três anos.— resmungou.

Danzou hesitou por um momento antes de acrescentar:

— Digo a Akari para vir depois, então?

Tobirama ergueu os olhos de imediato, a menção do nome chamando sua atenção.

— Não sabia que era ela, seja mais direto da próxima vez. — ele disse, deixando tudo de lado e se levantando de sua cadeira. — Irei até lá.

Danzou concordou, com um pequeno sorriso malicioso nos lábios que não conseguiu disfarçar. Com passos decididos, o mais velho deixou o gabinete, seguindo em direção ao jardim. A neve caía muito esporadicamente agora, mas naquele momento, os flocos dançavam timidamente pelo vento. Ao chegar ao jardim, encontrou Akari esperando, a figura dela contrastando com o ambiente tranquilo.

— Akari Uchiha. — ele disse, o nome soando como música aos seus ouvidos.

— Estou te incomodando, Tobirama? — ela perguntou, sua voz gentil. O homem balançou a cabeça, dando alguns passos  e se sentando onde ela estava, em um banco de madeira.

— Não. Na verdade, eu precisava mesmo sair para tomar um ar. — ele disse, sua expressão suavizando. — O gabinete pode ser sufocante às vezes.— concluiu, e ela assentiu lentamente coma cabeça. Eles ficaram em silêncio por um momento, apenas se observando, como nos velhos tempos. — É bom ver você aqui. — Tobirama sussurrou.

— Eu também estou feliz em te ver. — Akari respondeu. O ombro dos dois se tocavam agora, mas ambos olhavam para frente. — Eu... estou pronta para aquela conversa que precisamos ter. — Ela hesitou por um momento antes de continuar. — Você quer ter essa conversa agora ou depois?

Tobirama sentiu seu coração acelerar, entendendo exatamente o que aquilo significava.

— Acho que nós merecemos um encontro, como nos velhos tempos. — disse ele, sério. — E não apenas uma conversa com eu todo sujo do trabalho.

— Você até fica bonito mesmo todo sujo do trabalho. — ela brincou.

— Vejo que desenvolveu um péssimo gosto, ein?

— Talvez você seja muito obcecado por regras, ainda. — ela suspirou, e seus olhos ficaram nostálgicos. — Ainda é fanático pelo trabalho, não é? Ou tem arranjado tempo para se divertir?

— Como assim, se divertir? O que é isso, é de comer?

Ela rolou os olhos.

— Bom, não sei se fico aliviada ou preocupada por ouvir essa pergunta.— brincou. — Aliviada por saber que você não tem um harém cheio de gueixas. — ponderou com a cabeça. — E preocupada por a possibilidade de você cair duro e infartar a qualquer momento...

— Um harém de gueixas, Akari? — Tobirama começou a rir. — Você realmente acha que eu teria tempo para isso? — ele respondeu, ainda sorrindo.

— Você nunca sabe o que acontece por trás das portas fechadas dos gabinetes, Tobirama. — ela provocou, dando de ombros.

Arte da Trégua  • tobirama senjuOnde histórias criam vida. Descubra agora