Akari chorava copiosamente, suas lágrimas expressando a dor e a confusão que sentia por dentro.
— É... é complicado, Tobirama. — murmurou entre soluços, tentando encontrar as palavras certas para expressar seus sentimentos. — Não é tão simples assim.
Tobirama se aproximou um pouco mais dela, mantendo seu olhar firme e sincero.
— Não precisa ser complicado, Akari. — disse ele suavemente, tentando oferecer conforto. — Se alguém não te faz feliz, você não precisa ficar com essa pessoa, não é? Não há necessidade.
Akari assentiu lentamente, concordando com suas palavras, mas ainda lutando com suas emoções.
— Eu sei, mas... — começou ela, antes de ser interrompida por Tobirama.
— Você acha que Madara Uchiha te ama, Akari? — perguntou Tobirama, a olhando profundamente nos olhos. O coração da jovem Uchiha batia forte quando ele a encarava daquela forma. Akari fechou os olhos por um momento, sentindo as lágrimas pesadas escorrerem por seu rosto machucado. Ela ponderou sobre a pergunta, sobre tudo o que viveu ao lado de Madara, as alegrias e as dores.
— Ele... ele me ama do jeito dele. — murmurou ela finalmente, com a voz embargada. — Eu sei que pode ser difícil de entender, mas...
Tobirama a interrompeu suavemente.
— Eu duvido. — disse ele com sinceridade, fazendo Akari abrir os olhos novamente para encontrá-lo com o mesmo olhar sobre ela.
— Por que?
— Porque quem está aqui com você, sou eu.
Eles permaneceram em silêncio e um barulho veio do quarto. Miyu apareceu coçando os olhos e quebrando o clima que havia se formado ali entre os dois. Ela bocejou e pareceu surpresa em ver Tobirama ali. Ele a cumprimentou com um aceno leve.
— Boa noite, Miyu. — cumprimentou Tobirama com um sorriso gentil.
Miyu sorriu de volta, parecendo acordar um pouco mais.
— Boa noite, Tobirama. Que surpresa agradável te ver por aqui. Está tudo bem? — perguntou ela, agora com uma expressão preocupada.
— Eu só vim ver como Akari estava. — respondeu Tobirama, tentando não parecer invasivo.
Miyu assentiu compreensiva.
— Fez bem. Vou fazer um chá verde para vocês, já volto. — disse ela, desaparecendo pela cozinha.
— O que mais meu pai disse a você antes de falecer? — perguntou Akari, sua voz carregada de emoção.
— Ele me agradeceu por ter salvo você de um afogamento. — respondeu ele com sinceridade.
Akari franziu o cenho, surpresa.
— Como ele soube disso? — perguntou ela, tentando entender.
Tobirama olhou para ela com seriedade.
— Eu contei para ele. Achei que ele merecia saber, especialmente depois de tudo o que aconteceu. — explicou Tobirama.
— Entendo.
— E ele disse para eu cuidar de você. E é isso que farei, pois dei minha palavra. — falou, mais como um ninja do que como um homem. Akari sentiu seu rosto queimar e borboletas estranhas invadirem seu estômago, sem pedir licença. Tobirama retirou um pequeno frasco do bolso e começou a cuidar dos ferimentos de Akari com cuidado, focando nos cortes delicadamente. Ela se sentia estranhamente arrepiada sob seu toque, uma sensação que a pegou de surpresa. Não pôde evitar olhar nos olhos carmesim dele por um momento, perdendo-se na profundidade daquele olhar que transmitia tanto. Então, um pensamento repentino a fez fechar os olhos com força. Madara. Ela se repreendeu mentalmente por deixar aquele momento afetá-la dessa forma. Ele era seu namorado, o líder do clã Uchiha, e não havia espaço para confusões sentimentais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Arte da Trégua • tobirama senju
FanfictionAkari foi resgatada em um campo de batalha por uma família do clã Uchiha, crescendo alinhada aos valores e ideais do clã. Desde cedo, ela foi testemunha do ódio profundo e da rivalidade mortal que existia entre os Uchihas e os Senjus. Anos depois...