Tasteful Depravity

Rosto Angelical, Tentação Infernal

Essa é a última vez que eu deixo o idiota do Matt escolher um lugar pro nosso rolê. Não bastando o animal escolher um clube de strip, ele ainda tem a ousadia de pagar por uma dança e me deixar sozinho. A música é tão alta que eu mal consigo ouvir meus próprios pensamentos, não tô afim de acordar de ressaca em pleno dia de aula então não posso me passar na bebida, e pra piorar as garotas obviamente perceberam que eu sou só um moleque que não tem onde cair morto então elas nem me dão bola. Puta ideia de gênio Matt!

Pelo menos a "vista" nos palcos é boa, não dá pra reclamar das mulheres daqui, elas são competentes no trabalho delas, não posso negar. Decidi que o melhor a se fazer seria me aproximar e assistir ao show, o palco principal se estende até o que provavelmente deveriam ser os "bastidores". Em volta existem outros palcos menores totalizando sete, agora olhando mais de perto, as mulheres se apresentando até são decentes, mas elas parecem apelar mais pra nudez do que pros próprios movimentos. Digo, não tô reclamando de ver uns peitos mas, sendo sincero, mulheres nuas não são difíceis de encontrar por aí na internet e a maioria é de graça! Mas não é como se isso fosse grande coisa, elas tão se sustentando é o que importa.

Olhando em volta percebo que muitas mulheres também frequentam o lugar como clientes, o que me surpreende, já que clubes de strip não são também chamados de "gentlemen's club" ou "mancave" atoa, e até agora as dançarinas foram todas mulheres, dúvido muito todas essas clientes sejam lésbicas ou bissexuais, isso acaba me intrigando.

Bem quando eu tomo coragem de perguntar a uma das freguesas, percebo que todas as dançarinas desceram dos palcos, direcionei meu olhar aos fundos do palco principal a tempo de ver a última delas desaparecer por entre as cortinas e com uma cara de poucos amigos. O lugar fica silencioso e as luzes se apagam. Posso ouvir passos lentos e descalços atravessarem o palco e pararem no poste, após mais alguns segundos de silêncio, O dj toca uma música menos frenética e mais... sensual, digamos.

---Senhoras e senhores, a espera acabou, o momento mais aguardado da noite está sobre nós.---Algumas luzes se acendem ao fundo, me dando visão da silhueta da mulher no palco e seu corpo torneado.---Esvaziem as carteiras, mintam pras esposas e maridos, preparem um novo par de roupas íntimas.

Ao meu redor, os fregueses e freguesas começam a vibrar e assobiar. Por minha vez, estou confuso e um pouco ansioso, o que poderia ser melhor que sete strippers peitudas pra deixar uma multidão de tarados efervescente desse jeito? Essa dançarina deve ser maravilhosa.

---Prestem suas preces a depravação em pessoa, o senhor do desejo---Senhor!?---, vindo pra melhorar sua noite: Eros Asmon Diaz!

O neon azul se acende revelando a minha maior surpresa desse dia, num clube cheio de mulheres, esse era o único homem, ou melhor, garoto. Vestindo apenas um short de couro preto bastante apertado mostrando todo resto da pele alva imaculada e lisa, com feições andrógenas simplesmente angelicais, olhos dourados que escanearam o lugar de maneira confiante e um sorriso nos lábios carnudos, o tal Eros inclinou a cabeça levemente, fazendo alguns fios de seu cabelo rosa chiclete caírem sobre a face.

Ele não perde tempo. O primeiro movimento já arranca gritos da plateia ao meu redor, deslizando lentamente com as costas no poste e as pernas abertas, chegando ao chão, ele encara a plateia de forma maliciosa enquanto corre as mãos sensualmente pelo abdômen e as coxas, até a música atingir um pico e ficar um pouco mais frenética, nesse ponto ele se virou e usou o poste pra se levantar arqueando as costas, empinando e rebolando de maneira sexy de um lado pro outro lentamente. O que veio depois fez algo estalar no meu cérebro, os movimentos do Eros só podem ser descritos como perfeitos, colocando ênfase nas partes mais atraentes do seu corpo: bunda e coxas. Em um momento ele está girando de ponta cabeça se segurando apenas com as pernas, no outro ele balança os quadris em um espacate no chão. A clientela faz chover dinheiro no palco, alguns mais ousados estufam maços de dinheiro em seus shorts quando ele se aproxima.