O Inferno de Dante III

30 8 56
                                    

Salvador é quente, muito quente. Só de descer do avião eu consegui sentir isso. Eros e Laura parecem não sentir enquanto eu e Isa quase derretemos. Felizmente, dois carros nos esperavam do lado de fora, Eros e eu entramos em um, Laura e Isa entraram em outro. Os vidros são escuros, então não consigo ver muito bem pra onde estamos indo. O clima tá meio tenso, pelo menos pra mim. Algo me faz pensar em coisas um pouco mais profundas, e tudo gira em torno dele.

—Eros, por que você me escolheu?

—Hm?

—Digo, na noite em que a gente se conheceu. Você poderia ter escolhido qualquer um, por quê eu?

Os olhos dele me estudam por trás das lentes vermelhas, procurando uma resposta, talvez? Eros desvia o olhar pra janela por um momento.

—Sempre que tô no palco, eu leio as mentes na plateia, sempre escuto a mesmas coisas: Pessoas cheias de tesão fantasiando em como elas fariam se tivessem uma noite comigo, as vezes eu também ouço coisas pesadas, caras planejando drogar alguma garota, stalkers pensando em me machucar…—O olhar dele volta pra mim, consigo ver um brilho inexplicável em seus olhos.—Naquela noite eu fiz o de sempre, dançar ao som dos pensamentos impróprios do público, mas aí escuto algo que eu nunca tinha ouvido antes. “Ele é lindo.”

Sinto meu rosto esquentar com a lembrança, Eros me olha com um sorriso travesso nos lábios antes de continuar.

—Clubes de strip são lugares de sexo, não de romantismo, então quando ouvi isso eu te achei meio fofo e ingênuo. Mas algo sobre um garoto inocente questionando a própria sexualidade por minha causa me intrigou e me deixou animado, tanto que não dancei pra plateia naquele dia, eu dancei pra você.

Eros se aproximava sorrateiramente, seu olhar se tornou algo que eu nunca tinha visto antes. Talvez apaixonado?

—Então, quando eu tive a impressão de que você olhava pra mim…

—Eu realmente estava, eu não consegui tirar os olhos de você. Naquela noite, não tinha plateia ou música, éramos só você, eu, e o som dos seus pensamentos.—Sua boca estava tão próxima a minha que eu podia sentir sua respiração contra o meu rosto, naquele momento eu ansiava por seus lábios.—Eu tinha que te ter, não podia permitir que uma vadia qualquer daquele clube colocasse as mãos imundas em você.

Nos beijamos, um beijo intenso e caloroso. Sua longa língua se mexia de maneira gentil mas opressora, possessiva. Quando menos percebi, senti seu peso em cima de mim, estando sobre meu colo. Quando apartou o beijo, senti sua mão sobre meu pau, ainda bem guardado nas calças.

—Eros, estamos prestes a nos encontrar com a sua família.

—Foda-se, eu amo meus irmãos, mas amo foder tanto quanto.—Eros tirou meu pau pra fora, usando uma das mãos pra me masturbar devagar.—Além do mais, ainda é um longo caminho até a mansão, até lá, eu quero me divertir.

—Mas e o motorista?

—Ele não pode nos ver ou ouvir, me certifiquei disso no momento que entramos no carro. Pra ele nós estamos sentados em silêncio cada um no seu canto.

Era óbvio que ele planejava foder no carro, percebi isso no momento que vi que os vidros eram escuros. Eros tirou os shorts(ele tirou o plug no banheiro do aeroporto) e se empalou no pau de frente pra mim, gemendo alto ao fazê-lo. Como ele mesmo disse, o motorista apenas continuou seu trabalho alheio ao nosso sexo. As quicadas lentas porém fortes dele me deixavam com cada vez mais tesão, até que não aguentei. Alguns minutos depois, forçava o rosto dele contra o couro do assento enquanto segurava seus braços em suas costas e o fodia com sua bunda empinada pra mim. Nossos gemidos se espalharam pelo interior do carro, Eros implorava por mais e mais e cada vez que sentia seu interior me apertar o fodia um pouco mais forte. Gritamos juntos de prazer enquanto gozamos juntos, Eros manchando o couro preto e eu manchando seu interior com meu semen.

Ficamos ofegantes por algum tempo, após nos vestirmos e limparmos o banco(no caso Eros limpou com a língua) sentamos perto um do outro, ele deitou sua cabeça no meu ombro e adormeceu pouco depois. O motorista nos lançou um olhar confuso pelo retrovisor, indicando que os poderes do Eros foram desativados, mas logo voltou sua atenção pra estrada.

Após algumas horas, a figura de uma mansão de arquitetura gótica se fez presente no horizonte.

Tasteful DepravityOnde histórias criam vida. Descubra agora