Prólogo

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Foi em 2005 na pequena Quinton, cidade do interior gélido de Quebec. Os detalhes do que ocorreu naquela noite são um mistério até mesmo pra mim. Era uma noite de inverno rigoroso quando as enfermeiras do hospital regional relataram que uma mulher grávida adentrou o hospital em um estado deplorável. As únicas roupas que ela usava eram trapos sujos de sangue, ela não respondeu nem sequer reagiu às perguntas, parecia estar em estado catatônico. 

Ela não possuía nenhum documento de identidade e as enfermeiras não a reconheceram apesar da cidade ser pequena. Ela foi levada às pressas pra sala de parto e foi aí que as coisas começaram a ficar estranhas. A mulher não reagiu como esperado, na verdade, ela não teve reação alguma ao parto, nem quando os médicos a abriram ou quando ela teve que empurrar os bebês, ela apenas se deitou como se fosse um cadáver numa mesa de necrotério. Mas o mais bizarro foi depois, ela teve sete filhos, quatro meninas e três meninos, algo extremamente raro, mas não impossível. 

O problema não eram as crianças em si mas, assim como a mãe, nenhuma delas esboçou reação, eles não choraram e gritaram como um bebê deveria fazer,  eles apenas encararam os cirurgiões de maneira fixa e com expressões completamente neutras, além disso, a única coisa que eles tinham em comum eram os olhos amarelos o que não seria um problema normalmente mas, nesse caso, cada um dos bebês era de uma etnia diferente, as fotos deixam isso claro. Foram duas meninas negras, um menino indiano, uma menina asiática, dois meninos e uma menina caucasianos.

As enfermeiras alegaram que a condição da mulher foi piorando conforme as crianças iam nascendo mas, mesmo assim, ela sussurrou nomes pra cada um deles em sussurros quase inaudíveis e sem emoção alguma, era como se ela não sentisse nada pelos próprios filhos, o que fez os cirurgiões se questionarem se ela sequer estava viva. Estes eram os nomes por ordem de nascença: Yara, Amber, Raj, Mei, Eros, Camilla e Connor.

Quando a última criança nasceu, o estado da mãe ficou crítico e os médicos não foram capazes de salvá-la. Na manhã seguinte, todos os bebês desapareceram sem deixar rastro…

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