O Inferno de Dante IV

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A mansão Morningstar é enorme e possui dois andares, as cores são todas escuras, existem até gárgulas no telhado, o portão, por outro lado, era dourado. Eros acordou lentamente com um bocejo, ele dormiu por uma hora inteira. O carro onde as outras estavam chegou um pouco depois. Isa e eu pegamos as malas enquanto Laura e Eros se dirigiram pra porta da frente, mas alguém a abriu antes que pudéssemos fazê-lo. Era uma mulher asiática um pouco mais baixa que o Eros, com olhos dourados, uma maquiagem leve e discreta e cabelo castanho que vai até os ombros, seu corpo é meio gordinho, combinando isso às bochechas rosadas a torna um tanto fofa. Ela usa uma camisa listrada preta e branca, uma blusinha jeans e uma saia cor vinho. Ela abre um sorriso ao ver Eros e corre pra um abraço.

—Eros! Que saudade, irmãozinho!—Eros a abraça com um sorriso no rosto, a levantando levemente do chão.—Nossa, como você emagreceu! Vem, entra e se aconchega, vou preparar um bentō pra todo mundo quando eu voltar.

—Não precisa, Mei, eu tô sem fome.—Eros a coloca no chão e ela dá um tapinha de brincadeira em seu ombro.

Então essa é Belzebu, o pecado da gula. Se não fosse por tudo que eu já vivi nesses últimos dias, eu jamais teria pensado que ela poderia ser um demônio, quem dirá um dos que governa o inferno.

—Besteira! Eu já ia sair pra comprar ingredientes pra cozinhar de qualquer forma.

—Então vocês iam comer sem mim, é?—Fingiu estar chateado.

—Claro que não, seu bobo, íamos te esperar nem que você chegasse às três da tarde.—Mei cumprimentou e trocou algumas poucas palavras com as meninas, seu olhar se tornou curioso diante a minha presença, mas eu percebi algo além, estranheza.—Eu não te reconheço, e você claramente não é um demônio, quem é você?

—Esse é o Will, meu namorado.—Mei franziu o cenho quando ouviu a palavra "namorado"

—Você? namorando?—Foi a vez do Eros ficar confuso.

—O que isso quer dizer?

—Você sabe...—Ela coça a nuca enquanto tenta se explicar, claramente desconfortável.—É que você... quer dizer... v-você nunca apresentou namorados pra gente.

—Sei. Enfim, Will, essa é a minha irmã, Mei.

—Prazer.—Nos cumprimentamos.

—Muito prazer, o Eros tem bom gosto, pelo visto.—Ela solta um risinho antes de nos separarmos.—Você tem alguma alergia?

—Não, por quê?

—Só por segurança, não quero matar meu cunhado sem querer na primeira visita dele.—O sorriso e a animação dela são contagiantes.—Bem, sinta-se em casa, cuide bem do meu irmãozinho e não deixe esses malucos te assustarem, ok?

—Pode deixar, vou tentar me dar bem com todo mundo.

Mei acenou uma despedida e saiu em direção a um carro junto a um homem que eu não havia percebido antes.

—Aquele é o braço direito da Mei, Alastor. É um sujeito meio estranho, mas minha irmã confia nele.—Eros se voltou pra porta de entrada.—Enfim, vem conhecer o resto da família.

Adentramos a casa, sou abordado pela visão de um salão luxuoso. Há um lustre de cristal acima de nós, uma tv enorme pendurada na parede mais a esquerda, uma mesa de centro de vidro oval e um sofá bem grande onde o que eu assumo ser os outros integrantes da família esperavam sentados, atrás dessa sala tem uma escadaria que leva ao segundo andar com dois bustos nos pilares de cada lado da base, há quadros dos possíveis integrantes da família pendurados nas paredes, deduzi isso pois tem um quadro do Eros entre eles, o chão é feito de um azulejo xadrez bem polido e ao lado mais à direita tem uma entrada que leva à outro cômodo.

Tasteful DepravityOnde histórias criam vida. Descubra agora