—Se a gente quiser encontrar o codex, vamos precisar de umas coisas minhas, só tem um problema, eu não faço ideia do que aconteceu com elas. Os anjos devem ter se livrado, mas dúvido que tenham destruído, eram valiosas demais pra simplesmente jogar fora.
—E o que você espera que eu faça, saia por aí perguntando de porta em porta?
—VOCÊ não vai fazer nada, EU vou. Pode ter passado um bom tempo, mas eu ainda tenho as manhas, sei onde procurar.
—É pra eu fazer o que você manda então?
—Não, acho melhor eu fazer isso pessoalmente, vamos pro distrito vermelho, tem um lugar perfeito pra começar.
Assim como ele disse, fiz meu caminho até a área mais badalada de Quinton quando o próprio desapareceu.
Não sei se é por conta dessa ser a cidade do Eros, mas o distrito vermelho daqui é completamente intenso, mesmo no meio do dia, as pessoas parecem dominadas por um lado hedonista que talvez até pra elas seja desconhecido. Prostitutas e strippers se exibem com roupas curtas e obscenas, tentando atrair potenciais clientes, bares lotados com casais de todos os gêneros e idades, se pegando sem pudor na frente de todos, bêbados, é claro. Mas agora consigo perceber o porquê dessa safadeza toda, todo mundo que trabalha aqui tem os olhos cinzas. Me lembra do dia em que eu conheci o Eros, passei por uma enxurrada de peitos e peitorais sarados se esfregando em mim até chegar ao clube junto com o Matt, não sei o que o Dante espera encontrar aqui, mas espero que eu não tenha que passar muito tempo nesse lugar.
—E você não vai, moleque.—Falando no diabo, ele apareceu ao meu lado, caminhando com os braços cruzados na nuca.—Tinha um bar aqui perto na época em que eu ainda era vivo, acho que ainda tá de pé, o nome é Éden, um lugar do caralho, é uma fachada pra um clube subterrânea secreto chamado sodoma. Acontece todo tipo de parada ilegal lá, mas também é ótimo pra descolar umas informações que mais ninguém te consegue.
—Nunca vi nenhum bar aqui com esse nome.
—Não é o tipo de lugar que um humano frequenta.
Ao chegarmos no ponto central do distrito, Dante me direcionou pra um beco afastado dos olhos curiosos. Ao chegarmos no final, me deparei com uma porta com um ferrolho na altura dos olhos.
—Bate duas vezes, entendeu? Duas, nem uma a mais, nem uma menos.
—Relaxa, não sou idiota.
Fiz o que ele disse, o som dos meus dedos contra o metal reverberando nas paredes sujas do local. O ferrolho foi aberto e dois olhos acinzentados me encararam pelo outro lado.
—O que o fruto deu ao homem?—Uma voz feminina me perguntou.
—Livre arbítrio.—Minha boca se mexeu sozinha, dizendo palavras que eu não queria dizer.
O ferrolho se fechou e a porta se abriu logo depois, revelando uma mulher de pele negra e cabelos black power pretos, um pouco mais baixa que eu e de curvas acentuadas, vestida com uma calça jeans, um top preso com um nó e coturnos pretos. Um pingente de pentagrama disposto em um colar de prata e um batom preto nos lábios.
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Tasteful Depravity
RomanceEstar preso em um internato no auge da vida adulta normalmente seria um porre, e no caso de William é um porre. Estando no seu segundo ano na Quentin, uma escola interna para garotos, William Rupert de 19 anos acaba conhecendo um novo colega de quar...