- Capítulo 42

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Enquanto a doutora espalhava o gelzinho por toda a superfície de minha barriga, ela soltou a seguinte pergunta:

- Antes de descobrirmos qual o sexo do bebê, quero saber se as mamães já têm um palpite... - disse a doutora.

- Eu acho que é uma menininha, doutora! - respondeu Simone.

- Eu também acho que é uma menininha, até tive um sonho... - contei sorridente.

- Eu sei que você perguntou somente às mamães, doutora, mas eu acho que é um rapazinho! - disse Leila.

- Tinha que ser a única diferente, né, gatona! - retrucou Janja, fazendo todas rirem.

- Independente do que seja, acho que esse pequeno herdeiro vai ser muito amado - brincou a doutora.

Logo, a doutora começou a passar um aparelho por meu baixo ventre, revelando meu interior através da televisão. Assim que a doutora colocou o aparelho, meu bebê começou a se movimentar na minha barriga, causando um misto de dor e cócegas.

- Acho que meu bebê não gostou muito disso - eu disse em meio a caretas.

- É normal o bebê se agitar durante o processo. Ele vem mexendo muito, mamãe? - perguntou a doutora.

- Ontem foi a primeira vez que esse pequenino se mexeu - respondi e fitei os olhos de Simone, que estavam brilhantes de emoção.

Enquanto a doutora mexia o aparelho, fitávamos o telão com toda a atenção. Pela primeira vez em anos, me deparei em uma sala fechada em que Leila e Janja não estivessem conversando ou retrucando com Simone. A mão de Simone estava gelada sobre o aperto da minha, entregando o quanto ela estava nervosa.

A doutora ajustou o aparelho, e na tela, pudemos ver claramente o perfil do nosso bebê. Seus bracinhos e perninhas se moviam, como se estivesse acenando para nós. Simone soltou um suspiro emocionado, e Leila e Janja sorriram, compartilhando o momento.

- Olhem só! - exclamou a doutora. - Aqui está o coraçãozinho dele, batendo forte e saudável.

O som do batimento cardíaco ecoou na sala, e eu senti uma onda de amor e gratidão. Era incrível pensar que dentro de mim havia uma vida em formação, um serzinho que logo estaria nos nossos braços.

- E então, doutora? - perguntou Simone, com os olhos ainda fixos na tela.

A doutora sorriu e disse:

- Bem, parece que vocês estavam certas! É uma menininha! Parabéns, mamães!

As lágrimas escorreram pelo meu rosto enquanto eu olhava para a imagem da nossa filha. Simone me abraçou, e Leila e Janja se juntaram a nós. Naquele momento, todas as nossas diferenças e discussões pareciam insignificantes. O que importava era o amor que compartilhávamos e a vida que estava prestes a chegar.

Nossos corações estavam transbordando de alegria enquanto continuávamos a observar nossa filhinha na tela. A doutora continuou a realizar o exame com cuidado, garantindo que tudo estivesse bem com nossa pequena Aurora. Ela nos mostrou cada detalhe, explicando o desenvolvimento e a saúde da nossa bebê, enquanto nós quatro absorvíamos cada palavra com admiração.

- Ela está se desenvolvendo muito bem, meninas. Parece bem ativa e saudável - comentou a doutora, com um sorriso carinhoso.

- Aurora... Que nome lindo, não é mesmo? - disse Leila, com um brilho nos olhos.

- Sim, Aurora. Significa amanhecer, um novo começo - acrescentou Simone, olhando para a tela com ternura.

- Até que a coroa fez uma boa escolha nome em, parabéns! - disse Janja com um meio sorriso.

Fazenda Monte Azul (Simone & Soraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora