Capítulo 3: Caminhos Divergentes.

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          Dias após a reunião dos duques no castelo de Lys, uma multidão de todas as partes do reino se reuniu no portão oeste de Fatae para assistir à partida da caravana rumo ao Estado Acadêmico de Broken Hill. Entre os viajantes, não estavam apenas os filhos de nobres, mas também de comerciantes, artesãos e até camponeses, algo que incomodava boa parte da nobreza e da burguesia, que observavam a cena com expressões de desagrado. Finn, por outro lado, estava cheio de entusiasmo para a jornada. Ao seu lado, estavam seu tio Angrod e Ferdinand.

— Está pronto, meu filho? — perguntou Angrod, sua voz firme revelando, no entanto, um toque de ansiedade. — Se você quiser desistir, ainda há tempo para ficar.

— Não se preocupe, tio. Eu quero ir e explorar o mundo! Passei a vida toda preso entre essas muralhas. Desta vez, eu vou, com certeza! — O brilho nos olhos de Finn refletia pura empolgação.

— Muito bem, se essa é a sua decisão. Mas tenha cuidado e não arrume encrenca, filho. E me mantenha informado.

— Espero que a viagem seja tranquila, embora você saiba com quem está viajando, certo? — disse Ferdinand, quase rindo enquanto um sorriso malicioso tomava conta de seu rosto.

— Obrigado, tio, e obrigado, Fer. Prometo que vou tomar cuidado e me dedicar!

          As carruagens foram carregadas, as famílias se despediam e os estudantes embarcavam pela estrada oeste. Angrod ficou observando até as carruagens sumirem no horizonte, um olhar de orgulho e tristeza em seus olhos; Ferdinand ficou parado ao lado do pai, feliz, com um sorriso de satisfação.

          No topo da imponente montanha Nostrue, com o sol nascendo atrás de si e lançando longas sombras sobre o vale, o Grande Mestre da Magia observava a caravana se afastar em direção ao oeste. Um sorriso iluminava seu rosto, enquanto seus olhos brilhavam com memórias. Ele se lembrava do menino que ajudou a criar, das tardes passadas sob as árvores contando histórias para Finn, e dos dias dedicados aos treinos e aulas que o prepararam para o futuro.

— Cresça, Finn. Faça amigos em quem possa confiar e viva todas as experiências que este vasto mundo tem a oferecer. Explore, divirta-se, e torne-se mais forte.


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          A leste de Flavo, no vasto mar de Alon, encontra-se o reino de Caeruleum, também chamado de Ilhas Azuis. Esse deslumbrante arquipélago é habitado pelos sereianos, um povo que vive em harmonia com as águas cristalinas. A capital, Hohys, está situada na maior ilha do conjunto. Mais ao norte, distante da movimentada capital e no coração do oceano gélido, ergue-se o majestoso Palácio das Conchas, sede da família real. Construído sobre uma montanha de corais, o palácio é famoso por suas torres espiraladas, que lembram conchas gigantes esculpidas pela própria natureza.

          Sentado em seu trono, o rei de Caeruleum, Harudi Harym, segurava com firmeza o tridente prateado, símbolo do poder de seu reino. Harudi era um homem imponente, alto e robusto, com pele negra e longos cabelos brancos trançados que desciam sobre seus ombros. Seus olhos, de um azul enigmático, contrastavam de forma marcante com o tom profundo de sua pele, conferindo-lhe uma beleza única. Ele vestia uma calça de seda azul e um manto branco com bordados prateados, deixando o torso exposto, sem a necessidade de camisa, exibindo seu físico.

          À esquerda do rei estava a rainha, Sysaga Harym, célebre por sua inigualável beleza entre as sereias. Seus longos cabelos verdes ondulavam suavemente, emoldurando seu rosto de pele alva e suave. Seus olhos castanhos eram profundos, complementando sua aparência graciosa. Ela trajava um elegante vestido verde com detalhes em branco, adornado por um decote que descia até o final dos seios. A simplicidade de sua vestimenta era equilibrada pela coroa dourada, delicadamente esculpida em formas que lembravam conchas do mar.

O Segredo dos Sete Reinos:   Prelúdios de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora