Prólogo

145 25 74
                                    

          O caos se instaurou na capital real. A grande muralha, que outrora suportará antigas guerras, encontrava-se caída. Um exército de criaturas, que ninguém nunca havia visto antes, agora caminhava pelas ruas. As criaturas tinham a pele negra como obsidiana, e partículas roxas fluíam pelos seus corpos como o sangue flui pelas veias.


          As ruas da capital estavam um caos: casas destruídas, pessoas em pânico corriam por suas vidas, choros de mulheres e crianças podiam ser ouvidos, lamentando a morte de seus parentes. Alguns dos soldados, que estavam de guarda no momento em que a invasão começou, lutavam contra as criaturas que avançavam com força e fúria.


          Pessoas estavam caídas, poças de sangue se formavam onde tais criaturas alimentavam-se dos que abatiam.


— Que tragédia! — disse uma mulher que observava o pandemônio do alto de uma torre do castelo.

— O que devemos fazer?

— Abram os portões do Castelo, abriguem o máximo de moradores que conseguirem, reforcem as muralhas, tragam todos aqueles que conseguirem curar. O general cuidará de limpar a cidade, proteger o castelo é nosso dever.


          A guarda real, força que protegia a capital, fora pega de surpresa e agora preparava-se para enfrentar tais criaturas.


— Defendam os moradores, salvá-los é nossa maior prioridade! — gritava o grande general aos soldados.


༺═──────────────═༻


          De frente para o trono, uma figura encapuzada e mascarada olhava para o soberano do reino, sentado em seu trono de pedra incrustado com pedras preciosas. As pilastras do grande salão foram derrubadas, as paredes do castelo cortadas, os belos quadros que ornamentavam as paredes estavam destruídos.


          O velho rei ofegava, sangue escorria de sua testa e suas vestes estavam rasgadas.


— Agora que chegou até mim, o que pretende fazer?


          A figura encapuzada cerrava os punhos, seu olhar fitava o rei com força.


— Se o que disse é verdade, então morra em silêncio!


          A figura sacou uma espada e apontou para o rei no trono. O velho rei levantou-se cambaleando e, de dentro de suas vestes surradas, retirou uma espada curva.


          Ao brandi-la, os restos das pilastras que ainda estavam de pé foram arremessados para longe. Uma forte ventania surgiu, fazendo a capa do homem mascarado voar. Com um movimento rápido, o mascarado saltou para o encontro do rei.


          Ao colidir de suas espadas, faíscas se formaram, enchendo o grande salão escuro com flashes de luz. O rei balançava a espada com força; porém, o homem mascarado acompanhava os movimentos sem muito esforço.


          Fora um duelo de mestres espadachins; ocasionalmente, a espada do rei fazia leves cortes no manto do homem e causava pequenas feridas. Enquanto isso, o mascarado, com mais vigor, usava sua força para empurrar o rei para uma das paredes do grande salão.


༺═──────────────═༻


          Os soldados que avançavam pelos corredores do castelo finalmente avistaram a sala do trono. Porém, algo os impediu de se juntar à sua majestade contra os invasores. Quando se aproximavam do portão do grande salão, uma grande explosão destruiu aquela área do castelo.


          Escombros foram arremessados para longe, e fogo e fumaça encheram o ar. Alguns dos soldados foram atingidos e jogados longe. Depois disso, tudo o que alguns homens chegaram a ver foi uma figura encapuzada se afastar para as sombras daquela noite como um morcego.

O Segredo dos Sete Reinos:   Prelúdios de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora