Capítulo 13: Fogo e Ferro

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          Ao entrar no quarto com a adaga em punho, pronto para enfrentar qualquer um que tivesse invadido seu espaço, o coração de Finn, que batia acelerado, acalmou-se ao ser surpreendido por um largo sorriso familiar que ele não via há alguns meses. O Grande Mestre da Magia estava parado, com um largo sorriso no rosto e os braços abertos.

— Finn, meu garoto! — disse com um tom saudoso em sua voz e um largo sorriso. — Que bom que pude vê-lo antes de partir.

Finn suspirou e guardou a adaga no coldre de seu cinto, um sorriso se formando em seu rosto. Em seguida, caminhou até o Mestre e lhe deu um forte abraço.

— O que faz por aqui? — perguntou Finn, desvencilhando-se do abraço saudoso.

— Bem, estava de passagem e resolvi fazer uma visita ao meu neto.

          Finn sorriu e coçou o cabelo.

— Vamos! Sente-se. Preparei chá e uns biscoitos para nós.

          Disse o Mestre, apontando para uma mesinha de centro cheia de guloseimas que Finn reconhecia muito bem, afinal, eram suas favoritas. Finn sentou-se enquanto o Mestre servia o chá. Finn olhou bem para seu mestre e sabia que algo não estava certo; os olhos cor de mel que costumavam brilhar pareciam apagados, e Finn não sabia dizer, mas o Grande Mestre da Magia parecia verdadeiramente velho agora.

— Como estão as coisas em casa? — Finn serviu-se de um bom gole do chá preto que seu mestre lhe servira; era amargo.

— Tem alguns dias que estou viajando — respondeu prontamente o Mestre. — Mas, quando saí, seu tio havia mandado Ferdinand para FlameHeart.

          Por serem uma das famílias mais antigas e prestigiadas, os Erwin são conhecidos como senhores dos picos de fogo, e têm como sede o castelo chamado FlameHeart. Embora Finn também fosse um Erwin por parte de mãe, nunca conhecera o castelo lar de sua família. Como o costume em Flavo é que os quatro duques governem junto com o rei, eles deixam seus castelos e passam a viver no Palácio das Quatro Estações, em Fatae.

— FlameHeart? Espero também conhecer o lugar onde minha mãe cresceu e viveu junto com meu tio. — O olhar de Finn estava longínquo.

— Então! Como está indo? — O Mestre bebericava sua xícara de chá.

— Bem, as aulas são tranquilas se comparadas ao seu treinamento. — O sorriso no rosto de Finn se alargou.

          Então Finn contou como eram seus dias e dos amigos que fez, falou sobre as comidas e passeios que dera, e a cada frase o sorriso se alargava. Os dois riram quando Finn falou sobre como Valist tentara desesperadamente chamar atenção nas aulas de feitiçaria, que Aradia dominava.

— Fico feliz que esteja se divertindo. — O Mestre pousou a xícara sobre o pires de porcelana branca. Seus olhos caíram sobre o líquido preto ondulando.

          Finn observou aquilo e percebeu que algo estava errado. Ele crescera sob os cuidados desse homem e nunca o vira demonstrar uma face tão séria e triste.

— O que houve? — questionou Finn, olhando seriamente para seu Mestre.

— Agora que estamos longe dos ouvidos da raposa, acho que não posso adiar esse assunto com você, Finn.

          Finn tentou entender sobre o que ele estava falando, e o que Áina Vaare tinha a ver com isso. Ele sabia que a senhora de Avalon era astuta e orgulhosa, mas o que ela impediria o Mestre de lhe contar?

— O que você quer dizer com isso, Mestre?

— É exatamente! — disse-o, levantando-se e caminhando em direção à janela onde o vaso com a pequena árvore de Sylas repousava.

O Segredo dos Sete Reinos:   Prelúdios de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora