Ciclo de Pedra. (Part/2)

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          Enquanto desciam as escadas que serpenteavam pelo interior da colina, Rukdin gesticulava animadamente, sua voz ecoando suavemente nas paredes de pedra fria. As escadas eram estreitas e irregulares, cercadas por um túnel escuro que exalava um leve odor de umidade, como se a própria terra estivesse respirando. As lamparinas penduradas nas paredes lançavam sombras dançantes, criando uma atmosfera de mistério e expectativa. Rukdin, com um brilho nos olhos, explicava sobre as nações. Os discentes, com a curiosidade despertada, observavam as inscrições antigas nas paredes, e se deixavam levar pelas palavras do mestre, enquanto o eco de seus passos se misturava ao murmúrio distante das correntes subterrâneas.

— Cada nação e seu povo têm uma especialidade — Rukdin afirmou, sua voz ressoando nas paredes do túnel subterrâneo, como um eco. — Um exemplo são os sereianos de Caeruleum, mestres na arte da magia de água. No entanto, essa não é uma regra absoluta.

— É verdade! Já conheci um sereiano que dominava a magia de fogo — comentou Sean.

          A luz tremulante iluminava os degraus de pedra fria, revelando marcas de tempo e o desgaste dos passos de gerações passadas.

— Sean está certo — acrescentou Jin, seus olhos brilhando com entusiasmo. — E não podemos esquecer que a linhagem sanguínea também desempenha um papel crucial na magia. Existem famílias que se destacam por suas habilidades em magias elementais específicas, como se o próprio sangue carregasse o peso de suas tradições e poderes.

— É comum herdarmos nossas magias de nossos pais. E, considerando que todos vocês vêm de famílias bastante conhecidas, torna-se fácil determinar quais elementos têm a capacidade de manipular — explicou Rukdin, sua voz ressoando no ar denso do túnel.

          Ele olhou atentamente para a turma que lhe fora designada, filhos de nobres poderosos e herdeiros de longas dinastias, cujos olhares refletiam tanto a expectativa quanto a pressão de suas heranças. Cada um deles carregava não apenas o peso de seus sobrenomes, mas também a promessa de legados grandiosos. Enquanto as lamparinas lançavam sombras flutuantes sobre os rostos jovens, Rukdin sentiu a responsabilidade que tinha em suas mãos: moldar esses jovens em mestres de suas próprias magias, preparando-os para os desafios que o destino reservava.

— A família dos Vaare, por exemplo, é conhecida pela sua excelência em magia de vento... Embora... — Antes que pudesse prosseguir com sua explicação, um leve pigarreio ecoou pelo túnel, cortando a fala de Rukdin que se virou, sua expressão imediatamente mais séria.

— É claro, Instrutor Lanvegloom — respondeu Valist, sua voz impregnada de orgulho.

          Valist mantinha um largo sorriso que parecia brilhar, ele se posicionou com confiança, como se quisesse que todos notassem sua presença. Seu nariz estava empinado e os olhos, iluminados não apenas pela chama das lamparinas, mas também pelo orgulho exuberante, refletiam uma certeza que poderia ser confundida com arrogância — Finn não sabia ao certo.

— Nossa linhagem é extremamente conhecida; todos reconhecem nosso imenso poder — Valist proclamou, lançando um olhar superior que percorria a sala, como se quisesse assegurar que cada um dos presentes sentisse o peso de sua herança.

— Obrigado pela explicação, Valist — interrompeu Rukdin, com um tom que misturava paciência e determinação, tentando trazer o foco de volta à discussão e evitar que o orgulho do aluno ofuscasse a importância da colaboração entre eles.

          Valist fechou a cara e bufou, seu orgulho ferido, enquanto Finn não pôde conter um leve sorriso; ele sabia que Valist detestava ser interrompido em suas fanfarronices.

O Segredo dos Sete Reinos:   Prelúdios de GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora