O Segredo dos Sete Reinos: Prelúdios de Guerra

Capítulo 24: Aradia del. Gardner

          Aradia era a sétima princesa do Grande Império Lilac, um vasto território que dominava a parte mais ocidental do continente oeste. Desde a infância, ela cresceu na capital, ConHia, uma cidade grandiosa e pulsante que era, sem dúvida, a maior de todo o continente. ConHia, situada ao pé de uma cadeia de montanhas que a protegiam e a isolavam, abrigava riquezas e segredos de um império milenar.

          O centro de poder da cidade era o Castelo de Lan'Danzza, uma construção monumental e impressionante, que se destacava pela sua arquitetura única e grandiosidade. Diziam que, além de ser o maior castelo de seu reino, o Lan'Danzza era rival apenas a outras fortalezas igualmente magníficas, como o Castelo Broken Hill, situado nas Terras do Estado Neutro; o Instituto Elíseo, localizado no coração do reino subterrâneo dos anões; e os três castelos do reino de Grisao, morada dos gigantes, cujo tamanho e robustez refletiam a imponência de seus habitantes.

          O pai de Aradia, o primeiro Imperador, Tlasiyss del. Gardner, era um homem cuja ambição e sede de poder o tornaram uma figura emblemática e temida. Determinado a expandir a influência do Grande Império Lilac, Tlasiyss se casou com várias mulheres nobres de diferentes reinos, cada casamento cuidadosamente planejado para firmar alianças e fortalecer as relações políticas do império. Foi essa busca estratégica por alianças que lhe rendeu sete filhos, cada um nascido de uma linhagem distinta, representando laços com poderosas casas nobres. Para Tlasiyss, essas crianças não eram apenas seus descendentes, mas símbolos vivos de suas alianças políticas e peças valiosas em seu jogo de poder.

          Como era tradição na casa Del Gardner, todos os herdeiros de Tlasiyss foram nomeados em homenagem a flores raras e exóticas, refletindo a beleza e o prestígio que o imperador desejava associar à sua linhagem. Para ele, esses filhos não eram apenas símbolos de alianças políticas cuidadosamente tecidas; eles eram também emblemas de seu poder e de sua influência sobre reinos distantes. Cada um deles, conforme crescia, revelou habilidades extraordinárias que os distinguiram entre os demais nobres, tornando-se conhecidos em todo o continente como as Seis Estrelas do Império.

          A primeira princesa e herdeira imediata do trono era Peônia del. Gardner, uma mulher de beleza impressionante, conhecida por seus longos cabelos de um vermelho vivo e olhos de um azul profundo, quase como o oceano ao anoitecer. Desde pequena, Peônia demonstrava uma postura refinada e uma aptidão natural para a diplomacia. 

          Assim que começou a andar e falar, foi enviada para terras estrangeiras, onde recebeu um rigoroso treinamento, transformando-se em uma diplomata habilidosa. Seu papel era crucial para o império: enquanto o pai conquistava alianças por meio de casamentos, Peônia consolidava essas relações com sua inteligência política. Devido às constantes viagens e aos acordos que firmava em nome do imperador, Aradia raramente tinha contato com ela, e sua presença no império era tão rara quanto desejada.

          A segunda princesa, Protea del. Gardner, era igualmente admirada, mas por razões muito diferentes. Com um volumoso cabelo afro e uma pele retinta, Protea era uma figura de imponência e ternura ao mesmo tempo. Seus olhos, de um castanho claro, transmitiam empatia e compaixão. Conhecida entre o povo como "A Santa de Lilac", Protea dedicava sua vida aos menos favorecidos do império. Ela caminhava pelas favelas da capital e pelas vilas mais afastadas, levando alimentos aos famintos e utilizando suas habilidades curativas para tratar os enfermos.

          Não havia distinção para ela entre nobres e plebeus: Protea atendia a todos com amor, escutando suas histórias e demonstrando um respeito genuíno por cada pessoa que cruzava seu caminho. Ela era vista não apenas como uma princesa, mas como a protetora do povo, aquela que trazia esperança e alívio, onde o alcance do imperador não chegava.