O Segredo dos Sete Reinos: Prelúdios de Guerra

Capítulo 7: Ciclo de Pedra. (Part/1)

          O som das botas ecoava nas paredes de pedra, acompanhando o ritmo acelerado de seus corações. Eles sentiam a urgência em cada movimento, conscientes de que o tempo estava contra eles. Finn, com o cenho franzido, tentava manter o foco, mas não podia evitar pensar que talvez estivessem atrasados novamente. Sylas, ao seu lado, mantinha uma expressão séria, mas o suor na testa revelava o esforço que fazia para continuar. Ferow, por sua vez, tentava esconder a fadiga com sorrisos entrecortados de suspiros pesados.

          Quando finalmente chegaram a uma ampla porta de madeira, os três estavam exaustos, ofegantes, com a respiração pesada e gotas de suor escorrendo pelas testas. Parecia que haviam corrido uma maratona, e cada passo era um lembrete do quanto ainda estavam desacostumados à vastidão de Broken Hill. As passagens do castelo eram um verdadeiro labirinto, sinuosas e infinitas, estendendo-se como se o próprio castelo quisesse testar sua perseverança. A cada corredor que percorriam, o próximo parecia ainda mais longo, mais estreito, e mais desafiador, suas curvas e desvios dando a impressão de que estavam correndo em círculos.

          Ao abrir a pesada porta, o barulho metálico das dobradiças ecoou pela sala, o som agudo anunciando sua presença de forma quase teatral. Finn parou por um breve momento, sentindo o peso de olhos sobre si. O que se revelou diante dele foi uma ampla sala semicircular, o espaço tão vasto que as paredes pareciam se afastar em direção às sombras. No centro, um palanque elevado dominava o ambiente, onde estava o professor Rukdin del. Lanvegloom, com sua presença imponente e o olhar severo. Atrás dele, um imenso quadro negro se estendia, ainda limpo, mas que prometia carregar o peso de incontáveis lições.

          À frente, as carteiras estavam dispostas em fileiras crescentes, quase como uma arena acadêmica, onde os alunos já estavam acomodados. Finn notou Tyrian, que os cumprimentou com um sorriso discreto, seu olhar acolhedor entre tantas expressões distantes. Mais ao fundo, Aradia acenou com uma das mãos, o gesto sutil, mas amigável. Já Alren Leof, com seu ar usual de superioridade, nem se deu ao trabalho de virar a cabeça. Chandler e Melissa que estavam ao seu lado, ambos tão alheios quanto Alren, completamente desinteressados na chegada dos recém-chegados.

          Porém, foi Valist que atraiu a atenção de Finn. Sentado à esquerda, seus olhos estreitos cravaram-se em Finn com uma mistura de desprezo e desgosto, como se a simples presença do garoto fosse uma afronta. O ambiente parecia tenso, cada expressão e gesto carregando mais do que simples cordialidade ou indiferença. Era como se alianças e rivalidades já começassem a se formar silenciosamente naquela sala.

          Finn respirou fundo, sentindo o peso das expectativas e da tensão no ar. Ele sabia que aquela seria apenas a primeira de muitas provas em Broken Hill, e cada escolha, cada palavra, poderia moldar seu caminho naquela nova fase de sua vida. Com um aceno discreto para Tyrian, que os observava com um olhar acolhedor, ele se dirigiu às carteiras junto com Ferow e Sylas.

          Rapidamente, os três se acomodaram ao lado de Tyrian, procurando se enturmar sem chamar muita atenção. O clima da sala estava carregado de uma mistura de ansiedade e curiosidade, como se todos ali estivessem aguardando o início de algo grande, mas sem saber ao certo o que. Finn podia sentir que, apesar do ambiente acadêmico, havia uma competição silenciosa entre os estudantes. Enquanto observava de relance os outros alunos, ele se preparava mentalmente para tudo o que aquele lugar tinha reservado.

— Muito bem, agora que todos estão aqui, poderemos começar — disse Rukdin, com a voz firme, enquanto seu olhar penetrante pousava diretamente nos três que acabaram de entrar. Finn, Sylas e Ferow sentiram o peso da expectativa de todo o grupo, mas mantiveram-se em silêncio, tentando se misturar ao ambiente.

          Com um movimento elegante de sua varinha, Rukdin acenou para o quadro negro atrás de si. Instantaneamente, runas antigas começaram a se formar, fluindo como tinta mágica pelas superfícies escuras. O silêncio na sala aumentou, capturando a atenção de todos os presentes.