O Segredo dos Sete Reinos: Prelúdios de Guerra

Capítulo 23: Floresta Infinita.

          Jin guiava os meninos para o leste, seguindo pela orla da Floresta Infinita. Seus longos cabelos negros esvoaçavam com a brisa suave que escapava entre as copas das árvores, carregando consigo o perfume de rosas que emanava dela. O aroma era adocicado e envolvente, impregnando o ar ao redor deles e criando uma atmosfera de tranquilidade que acalmava o coração de Finn. Eles caminhavam em um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelo farfalhar das folhas ao vento. Contudo, o clima sereno não aliviava a inquietação de todos — Ferow, cada vez mais tenso, lançava olhares nervosos para a profundidade da floresta, enquanto Sylas, com as sobrancelhas franzidas, mexia distraidamente em sua pequena bolsa de couro, como se em busca de algo que pudesse oferecer alguma segurança.

          Finn sentiu seu coração acelerar ao passo que a tensão crescia dentro dele, o ar frio da floresta preenchendo seus pulmões em um misto de ansiedade e excitação. Atravessando a neblina densa que cobria a floresta, ele percebeu Jin parar repentinamente. À sua frente, erguiam-se duas pedras altas e robustas, com uma terceira pedra posicionada horizontalmente sobre elas, formando uma estrutura tosca, mas que lembrava uma entrada arcana, antiga e imponente. Aquele portal rudimentar parecia convidá-lo a atravessá-lo, e Finn não pôde evitar uma onda de apreensão ao observá-lo.

— Muito bem, meninos! — disse Jin, lançando um olhar firme aos três jovens à sua frente, cujas expressões eram de concentração e seriedade. — Dentro de algumas horas, o professor Rukdin enviará um sinal com sua varinha sobre a floresta. No momento em que o sinal surgir, a prova estará oficialmente começada, e vocês estarão autorizados a entrar.

          A voz de Jin carregava um peso de expectativa e cautela, como se quisesse assegurar que cada palavra fosse absorvida e compreendida. Ele deu um breve olhar à Floresta Infinita, como se visse nela mais do que um simples conjunto de árvores e sombras — um lugar de provas e revelações, que colocaria à prova o que aqueles jovens tinham aprendido até então.

— Não fiquem tão nervosos — disse Jin, tentando suavizar a tensão que dominava o trio. — Esta floresta está completamente sob o controle da diretora Cristalys e, por consequência, do professor Rukdin. Estaremos monitorando cada passo de vocês lá dentro.

          Ela lançou um sorriso tranquilizador, como se quisesse dissolver o medo que transparecia nos olhos dos jovens. A presença dos professores, parecia transformar a floresta de um labirinto imprevisível em um campo de treinamento supervisionado, onde cada erro e acerto seria observado. Jin esperava que a ideia de estarem sendo acompanhados trouxesse a segurança necessária para que pudessem enfrentar o desafio com coragem.

— Esse não é bem o problema — respondeu Sylas, enquanto prendia com firmeza a pequena bolsa de couro em seu cinto, ajustando-a para que ficasse ao alcance de suas mãos. — O problema é ter que enfrentar os outros. Isso vai tornar tudo bem mais complicado.

          Sua expressão era de preocupação contida, mas suas palavras revelavam a apreensão que sentia ao pensar nos outros competidores. A floresta, com seus mistérios e desafios, já seria difícil o bastante; mas o verdadeiro obstáculo, para ele, era a concorrência, principalmente de Alren Leof.

— Muito bem, pessoal — disse Finn, sua voz tremendo levemente enquanto tentava manter a ansiedade sob controle. — Vamos seguir o plano que traçamos. Nossa prioridade é evitar a equipe da Aradia e também a equipe do Chandle, que tem duas pessoas cujos poderes ainda são desconhecidos para nós.

          Ele respirou fundo, seu olhar se fixando nos companheiros com uma determinação que tentava disfarçar o nervosismo crescente. A estratégia que haviam planejado parecia sólida, mas a incerteza sobre as habilidades dos oponentes tornava o desafio ainda mais imprevisível. Finn sabia que, para vencer, precisariam confiar uns nos outros e estar preparados para o inesperado.