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Pov- Soraya...


_Como ele pôde mamãe? como?_ sinto sua mão acariciar meus cabelos.

Me encontro deitada no sofá da sala de sua casa, com a cabeça em seu colo, recebo seu carinho e toda a sua atenção, acho que minha mãe nunca me viu tão mal como está me vendo agora, estou completamente arrasada ainda pelo o que aconteceu em minha vida.

Tudo isso pelo Carlos, eu não consigo acreditar que ele me amava, talvez ele amava me mostrar para todos como o seu troféu, eu via a satisfação em seus olhos quando ele fazia isso ao estarmos no meio de várias pessoas.

_Ele disse que fez isso por amor a mim_ digo a minha mãe isso novamente.

_Não concordo muito com isso_ ela diz.

_Com o quê exatamente mamãe?_ pergunto.

_Ele diz que fez isso por amor a você para que a culpa do ocorrido não ficasse totalmente nas costas dele_ fala.

Abro minha boca algumas vezes mas nada sai, as palavras da minha mãe se repassam em minha cabeça e concordo com ela, não foi por amor a mim, pela mulher que eu sou.

Na verdade foi por poder satisfazer as minhas vontades e me mostrar para todos seus amigos e qualquer outra pessoa, a pessoa que ele tinha ao seu lado, eu era como um objeto.

_Não foi por amor a minha pessoa mamãe_ falo.

_Sim, não foi_ volto a chorar.

Agora fazem exatamente uma semana desse acontecido naquela empresa, a qual foi a falência em questão de horas após o grande roubo, e pensar que isso se deu por ajuda do Carlos, me dói, porque eu confiava nele, na sua competência de trabalho, não consigo acreditar em mais nada agora que venha dele.

_Estou cansada de visitas impertinentes no apartamento_ falo.

Com o dinheiro que ainda tinha em minha conta, consegui pegar para alugar um apartamento pequeno para mim, mas todos os dias é uma visita lá, seja da polícia ou do advogado que está cuidando desse caso do Carlos.

_Não quer vir para cá?_ penso um pouco no que ela diz.

Penso e repenso, não quero, não quero porque vai ter polícia na porta da casa da minha mãe todos os dias e eu não quero esse tormento para a vida dela, não mesmo, já dei muito trabalho quando eu era criança, não farei isso depois de adulta, preciso saber lidar com essa confusão que está acontecendo, vou deixar ela de fora disso.

_Mãe, não se preocupe, eu vou continuar lá no apartamento_ me sento um pouco.

_Seria melhor vir, estou aqui do seu lado_ seguro sua mão.

_Eu sou muito grata por ter seu apoio e sua confiança_ lhe olho com carinho.

Dos "amigos" que tínhamos, somente uns dois ou três acreditaram que eu não tinha nada a ver com isso que aconteceu, muitos se afastaram de mim de forma rápida, Carlos foi esquecido por seus grandes amigos num piscar de olhos, logo depois que foi decretada sua prisão.

_Preciso ir agora_ digo a ela.

_Fique um pouco mais_ pede.

_Tenho um depoimento para dar mamãe_ conto.

_Novamente?_ assinto.

_Sim mãe_ levanto.

_Tudo bem_ ela levanta comigo.

_Eu ligo para a senhora quando chegar_ chegamos até a porta.

_Ligue a hora que for preciso_ assinto.

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