A agiota

▶︎28

Pov- Soraya...
▼
▼
▼

_Soraya Thronicke_ ouço o chamado.

_Vem sol, vamos lá_ sinto a mão de Gleisi pegar a minha.

A doutora muito simpática nos deu passagem para entrar em sua sala, nos acomodamos em cada cadeira e ela logo veio para a sua, após deixar um leve aperto no meu ombro, suspirei com isso, eu tava nervosa, e então comecei a pensar naquele dia com ela.

Eu não sei o que deu em mim para pedir que Simone mirasse sua arma em minha direção, eu pedi para que aquela mulher apertasse o gatilho, eu queria que aquilo acabasse, mas ela não o fez, e eu me abracei a ela, pois lá no fundo eu tava com um medo terrível.

_Ei amiga, sol_ me chamam.

_Hum, oi?_ olho para ela.

_A doutora está falando com você_ diz.

_Ah, perdão doutora, estou ouvindo agora_ falo.

_Então, eu estava aqui analisando seus exames e..._ ela começa a falar.

Eu permaneço em silêncio, lembro de Simone outra vez, e estou aqui agora nesse hospital, nessa sala com a médica, por causa dela, dessa agiota, que voltou a sumir de novo e nem imagina onde posso estar nesse momento, e se ela for me procurar, não vai me achar, nem no apartamento, nem na loja e nem em outro lugar.

_Bem, sua gravidez..._ eu então a olho.

Não me causa mais nenhum impacto se o meu mundo está desabando outra vez, me acostumei a vê-lo desabar que não me surpreendo mais, porém, essa notícia me causa um choque, um choque de pura realidade, tentei fingir que isso não era verdade, mas é, eu estou grávida, e estou grávida daquela agiota.

Nunca me imaginei em uma situação assim, na verdade eu nunca me vi como mãe, esse não era meu sonho como é de muitas mulheres, meu então ainda marido, que se tornará ex em breve, que assim seja, sempre quis ser pai, mas eu não era a pessoa certa para gerar um filho para ele.

_Quantas semanas doutora?_ Gleisi quem pergunta.

_A gravidez já está com um mês_ sinto o olhar da minha amiga em mim.

_Um mês já doutora? Deus do céu, Soraya_ ela me chama.

_Você não sentiu nenhuma mudança... nada?_ pergunta a médica.

A médica está achando que só vim fazer o exame agora, para assim ser descoberto a gravidez, mas eu já havia feito aquele teste, e ainda agindo como idiota, eu quis fazer outro, que foi aquele que Simone viu quando foi no apartamento.

_Ela não queria aceitar doutora, ela fez o teste dias atrás_ diz minha amiga.

_Eu entendo, é compreensível, já vi muitas mulheres passarem por essa situação_ nos fala.

_Um mês_ eu consigo dizer.

Essa criança foi feita no dia que Simone surgiu no meu apartamento, após ter mandado flores e chocolate, transamos feito louca no meu quarto, não nos cuidamos, e por raiva que eu senti de ter acordado e não vê-la ali, eu acabei esquecendo de tomar qualquer remédio.

"Mira sua arma na direção do meu coração e aperte o gatilho, acabe comigo e com todo esse amor que sinto por você, vá em frente"

Minha fala se faz presente agora, não sei se foram as mesmas que impediram Simone de dar continuidade no que ela poderia fazer com toda naturalidade do mundo, em seguida eu lembro do que eu disse a ela.