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Pov- Simone...


_Um mês?_ eu pergunto surpresa.

_Sim, um mês_ repete.

_Deus do céu_ sussurro.

_Pois é_ diz.

Faço com que ela saia de cima do meu peito, me sento na cama e deixo os pés de fora, sobre o tapete azul ali, levo as mãos ao meu rosto, começo a pensar, a mulher que está aqui do meu lado carrega agora um filho meu, e é meu, não posso negar.

Queria entender como eu pude ter sido tão babaca naquele dia, como eu fui capaz de agir daquela forma com ela? sou uma canalha mesmo, sei que ela jamais também iria me enganar, jamais.

_Como anda o processo do divórcio?_ pergunto a ela.

_Ele não tem pernas para andar_ responde.

_Estou falando sério, não é hora de brincadeira_ digo.

_Tá parado, ele continua relutante_ diz.

_Quero ver se ele vai continuar assim quando tiver uma arma na cabeça dele, aí ele assina_ me levanto.

_Cobre isso_ ela diz ao olhar para o meio de minhas pernas.

_Agora a pouco você estava adorando brincar com ele_ pego minha cueca.

_A vontade de brincar já passou_ ela diz.

Eu dou um leve sorriso, mas o mesmo some do meu rosto quando eu a vejo correr do quarto, ao ouvir um pequeno barulho sei que está no banheiro, coloco o sutiã e a blusa, sigo até ela.

Depois de termos transado em primeiro momento, ela já havia ido vomitar, não sei o que deu nela depois que parecia se sentir renovada, fizemos mais vezes, e foi somente sexo, nem beijo trocamos.

_Quanta coisa, nossa_ murmuro ao ver.

_Teu filho que está me causando isso_ fala.

_Nosso, é nosso filho_ eu digo.

_Tanto faz_ dá de ombros, ainda está ajoelhada.

Fico lhe olhando, estou percebendo sua relutância com a criança, rapidamente sinto um medo dela querer abortar, eu não poderia deixar ela fazer isso, o filho que ela está carregando é meu também, eu posso amá-lo, e eu estou disposta a reconhecer, como já estou reconhecendo.

_Você quer tomar um banho? eu faço algo para você_ digo.

_Tudo bem, preciso ficar sozinha_ eu assinto.

_O que vai fazer querendo ficar sozinha?_ ela me olha.

_Apenas quero ficar sozinha em baixo do chuveiro pensando nesses problemas_ diz.

_Um filho não é um problema Soraya_ a porta bate em minha cara.

Levanto as mãos em rendição mesmo sem ela vê, vou até sua cozinha, procuro por algo que eu possa preparar um chá, e logo começo a fazer, enquanto a água ferve eu fico andando pra lá e pra cá, pensando na gravidez.

_Um filho_ digo.

Eu vou ser mãe, a mulher pela qual me apaixonei, não consigo mais negar essa paixão, ela está esperando um filho meu, nunca me imaginei com uma criança que eu poderia dizer que era minha, mas agora aconteceu, e com alguns meses ele ou ela estará aqui.

Estará, é como eu desejo, ela ainda tá mal com tudo isso, e o máximo que posso fazer é lhe entender, não posso jamais pressioná-la, começo a sentir medo de novo de perder aquilo que jamais pensei em ter, um filho.

A agiota Onde histórias criam vida. Descubra agora