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Pov- Soraya...


_O-oi... er... entre_ dou a ela passagem.

_Resolveu fazer uma mudança?_ pergunta ela já ali na sala.

_Sim, aproveitar esse dia de quase folga_ falo, ela me olha.

_Quase folga?_ sua testa franze mas ela sorri.

_É, não é folga totalmente porque eu tenho outro serviço mais tarde_ acabo dizendo.

_Deixe-me adivinhar, está com um trabalho a mais para dar conta de pagar o que deve, acertei?_ lhe olho.

_S-sim, é... é isso mesmo_ encosto a porta.

Vou passar por ela e minha mão roça na sua, não sei e não entendo porque aquele longo arrepio toma conta do meu corpo, fico de costa para ela, ouço um passo e logo a agiota está mais próxima de mim.

_Está fugindo de mim dentro do próprio apartamento que mora?_ sua pergunta me assusta.

Meu coração dá uma acelerada por ela estar aqui tão perto de mim, meu peito sobe e desce, fico mais tensa ainda quando sua mão toca a minha cintura, não entendo essas sensações por estar tão próxima assim dela.

_Relaxe loira, eu já disse que não mordo_ suas mãos então tocam meu ombro.

_O que está fazendo?_ consigo perguntar.

Ouço uma risadinha dela atrás de mim, arrepio novamente, suas mãos massageiam meu ombro, é como se ela tivesse tentando fazer minha tensão aliviar, mas como? se é ela quem causa essa tensão em mim?

_O que... o que você veio fazer aqui hoje?_ me afasto e suas mãos saem de mim.

_Uma visita_ ando até o banco perto da janela.

_Veio fazer uma visita em algum dos apartamentos daqui também?_ pergunto.

_Hoje não, ele resolveu colaborar, assim como você está colaborando_ diz.

Penso novamente no que ela é capaz de fazer com aqueles que não conseguem pagar a ela o que lhe devem, esse é meu maior medo, não conseguir juntar todo o dinheiro suficiente para que lhe pague a boa quantia que peguei com ela.

_Ainda tem a rosa? achei que teria jogado fora_ ela diz.

_Não faria isso_ falo.

_Aposto que seu marido te enchia delas, não é?_ a olho.

_Sim_ é o que respondo.

Me viro, ficando de costa para ela outra vez, pego o pincel e volto a passar próximo da janela, onde eu estava terminando de pintar, quis dar uma inovada, com um pedacinho do dinheiro que tenho para comprar as coisas de casa, resolvi comprar duas pequenas latas de tintas para mudar aqui.

_Esse apartamento é legal até_ lembro de sua presença aqui.

_É simples, mas é aconchegante_ digo.

_Se adaptou rápido a ele?_ pergunta.

_Precisei_ ela sorri.

_A gente consegue se adaptar a tudo_ me diz.

_É, sim_ sinto ela ficar me olhando por mais tempo.

O apartamento então ficou em silêncio, de repente esqueci de sua presença novamente quando me virei e continuei a pintar, mas logo eu lembro dela aqui, quando eu fui fazer o primeiro pagamento, ela disse que viria aqui na noite daquele mesmo dia.

A agiota Onde histórias criam vida. Descubra agora