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Pov- Simone...


_Agora assine_ digo.

_Aqui?_ pergunta.

_Isso mesmo_ lhe entrego a caneta.

_Certo_ ele baixa a cabeça.

Me encosto na minha cadeira a frente dele, cruzo meus braços, atentamente eu o vejo assinar, sorrio com isso, desde que um tentou bancar um de esperto comigo, comecei a tomar as devidas precauções em relação ao que eu faço na minha vida, para não ser mais enganada dessa forma.

_Muito bem_ falo.

_Cadê o dinheiro?_ sorrio.

_Quanta pressa Pacheco_ me levanto.

_É que eu estou com pressa_ diz.

_As pessoas só vem até mim quando estão com pressa, engraçado_ murmuro.

_Preciso ajudar..._ iria dizer.

_Me poupe de detalhes, já entendi_ ando até meu armário.

Pego uma pasta do mesmo e guardo ali a cópia do documento que ele assinou, onde fala do dinheiro que ele está pegando comigo, e o valor, tudo está aqui, em caso de algum problema, ele já sabe o que vai acontecer, assim como todos sabem o que acontecem quando não cumprem com o combinado.

_Aqui, agora vaza_ jogo o pacote sobre seu colo.

_Eu... Tebet, eu volto em breve para lhe pagar_ fala e levanta.

_Eu sei que sim, caso contrário..._ afastei um pouco da minha jaqueta.

Na minha frente, havia a minha arma, ele olhou assustado e eu sorri, vi o medo em seus olhos, mas logo ele me olhou, deu um sorriso amarelo.

_Eu volto_ repete.

_Sabemos que volta_ aponto para a saída.

_Até breve_ e sai caminhando.

_Até_ digo e fecho a porta.

Já é o terceiro somente nessa manhã que vem desesperado atrás de determinada quantia porque está acontecendo isso e aquilo, já sei de cor todas as histórias que eles contam ao vir atrás de mim.

_É isso_ me sento no sofá de couro.

Estico minhas pernas, pego ao lado uma maçã e o canivete que há do lado, começo a cortá-la e comer cada pedacinho, de repente eu lembro de alguém, penso comigo, como um marido tem coragem de enfiar a sua própria mulher no buraco ao cometer tal burrice como essa que ele fez?

_Muito louco mesmo_ nego com a cabeça.

Desde o momento que eu a vi quando ela ia passando em frente aquele bar, eu consegui de imediato enxergar a sua fragilidade com essa confusão que está em sua vida, reconheci ela rapidamente.

As notícias correm rápidas, e para piorar a sua situação, ainda colocaram a foto do marido nas imagens com ela ao lado, posso imaginar que aquela mulher não sabia de nada do que ele aprontava junto dos outros culpados, já vi casos assim, a mulher sempre é a última a saber.

_Tola_ sussurro.

Agora volto a lembrar do momento onde esbarrei com ela naquela calçada, a vi saindo daquela delegacia, confesso que pela primeira vez nada vida, mesmo sem conhecer, eu senti pena daquela loira, vi o medo e tudo quanto é ruim estampado no rosto dela.

_Soraya Thronicke_ profiro seu nome.

Volto para a realidade com o toque do meu telefone, sorrio logo ao atender, era a minha mãe, a única mulher por quem dou a minha própria vida e que sou capaz de fazer tudo por ela, pelo seu bem estar, faria tudo isso pelo meu pai também, mas tiraram ele de nós da pior maneira possível.

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