Imagines - Séries

Chishya - Até o fim

- Então esse é o fim?- s/n comentou, em cima de um topo de prédio, ao olhar o céu estrelado, tão bonito quanto o quadro de Van gog. Que infelizmente contrastava com um pânico ao olhar para as ruas a baixo.

- Pelos meus cálculos...- ele enrolou, buscando alguma solução lógica para vencer aquele jogo. Era o pior que já tinha jogado, parecia que era todos os naipes misturados em um. E não tinha jeito de vencer, eles tentaram.- Sim.- Chishya centenciou.
As imagens de tantos sacrifícios vieram a mente de S/n , ela tinha tido outra vida ali, ela se tornou uma outra pessoa, mais forte, com mais apego as pessoas, e até mesmo paixão, algo que até então ela desacreditada fielmente, mas ao encontra-lo tudo mudou.

Chishya era um tipo de pedra no sapato, que uma hora você se acostuma, ou como aquele filme que você ama dizer que é ruim , mas assiste várias vezes.
Ele tinha entrado na mente dela, todas as vezes que ele falava algo inteligente, ou todas as vezes que peitava a milícia, ou mesmo as vezes que a salvava... e isso era algo que ele destinava apenas a ela e kuina, era algo que o decretava como anjo do seu coração.

- Acha que foi uma vida boa?- ela perguntou, se sentando ao chão.
Ele a olhou e riu, calculou mais uma vez o tempo, e soube que era impossível lutar. O melhor era aproveitar o momento.
Então se sentou no chão ao lado dela e olhou para o céu.

- A melhor parte dela foi encontrar você.- suspirou. A declaração fez ela o olhar abismada, ela bulbucionou algo, mas nada disse.- O que?- ele riu.- Está assustada? Você não sabia que eu a amo?

- Você o que?!- interrogou, arregaçando os olhos. Uma expressão assustada e fofa que fez ele rir, e acariciar o rosto corado dela.

-Eu não entendi de primeira. É um sentimento estranho, eu juro que achava isso tão besta.- riu. - - Mas olha só para nós agora, no topo de um prédio prestes a encarar o fim, e aqui estou eu, confessando que amo você. Ironias da vida, não é mesmo? - Chishya sorriu, observando as estrelas como se buscasse nelas respostas para o que viria a seguir.

S/n, ainda atônita pela revelação, tentou processar a informação.

- Eu... não esperava por isso. Em meio a tudo isso, você encontra tempo para uma declaração?- indagou sorrindo.

Chishya apenas a encarou com ternura. - Às vezes, os momentos mais assustador são os que nos mostram o que realmente importa. E agora, mais do que nunca, eu quero que você saiba.

. - Talvez tenha sido uma vida intensa, cheia de desafios, mas me encontrar com você tornou tudo isso valioso, e suportável. Esse mundo louco... eu só sobrevivi tanto tempo por sua causa. Eu... eu te amo Chishya.

Chishya a puxou para um abraço, como se quisesse protegê-la do caos lá embaixo.
- Independentemente do que aconteça, estamos juntos até o fim, eu nunca liguei pra vida... nem pra muita coisa. Mas eu queria que você pudesse viver mais, e ... fosse feliz.- explicou, fazendo ele sorrir e afundar a cabeça no seu peito.

- Eu sou... eu sou feliz.- sussurrou.
Chishya, então sorriu, descobrindo que talvez não fosse tão apatico, e que sentimentos eram bons.
Por impulso ele trouxe o rosto dela pra perto , ela sorriu assim que encarou os olhos dele, assim, no topo do prédio, sob o céu estrelado como um quadro de Van Gogh como testemunha, eles selaram seu amor com um beijo, ignorando por um momento o pânico lá embaixo

O beijo deles foi como um suave encontro de lábios, um momento em que o tempo pareceu pausar para dar espaço à intensidade do sentimento compartilhado. As mãos de Chishya encontraram o rosto de S/n, acariciando suavemente sua pele, enquanto os dedos dela se entrelaçavam suavemente em seu cabelo.
Conforme beijavam, o corpo e a alma aqueciam.
Ele pararam por um segundo, apenas para olhos as bochechas coradas um do outro, e os olhos que demonstravam tanto sentimento, souberam que era aquilo que queriam fazer nos últimos momentos de vida.

- Você podia ter me dito seus sentimentos antes... teríamos mais tempo, idiota.- zombou rindo.

- Sim, eu fui um tolo. Me julgue.- riu.

- Eu perdoo você, temos menos que uma hora de vida né?- riu. Fazendo ele ter a mesma reação.

- Então mostra que me perdoou.- ele a puxou novamente para um beijo, tão calmo e pacífico, acalmava a alma turbulenta que outrora ficava pelo medo da morte. Mas aquilo fluía tão natural, a trilha dos dedos dançando na pele um do outro, a língua reivindicando aquilo que tanto desejavam. As roupas sendo jogadas ao vento em meio a sorrisos, fugindo totalmente de realidade.- Eu te amo..- ele sussurrou antes de entrar nela.

- Eu te amo...- ela sussurou em resposta, fechando os olhos por um breve momento, apenas para apreciar como era a sensação de plenitude ao ter ele a completando.
E aquilo era diferente de tudo que outrora ambos tiveram, não era sexo em busca apenas de prazer, mas era confirmação de um amor que eles nunca antes tinham sentido.
Os toques, os beijos, os sussurros de amor, suaves como uma pena.

Eles permaneceram juntos, até o ápeci, e quando acabaram abraçaram um ao outro olhando o céu.

- Acha que vai doer?- ela sussurrou, deitada ao peito dele.

- Ah jeitos piores de morrer...

- O que será que tem depois daqui?

- Eu não sei.- ele suspirou, tentando imaginar.

- Seja o que for... eu te espero lá. - ela jurou, e ele sorriu.
Eles sabiam... apenas sabiam que aquele era o último momento. Chishya pensou que era a melhor morte que já tinha planejado pra si.

Eles apenas se beijaram novamente, um selinho prolongado. Puderam sentir o clarão se formando no céu. Apenas se apertaram mais, e no segundo seguindo o lazer os atingiu, dando a eles a morte mais bela que já sonharam para aquele maldito lugar. Era o final infeliz, mais feliz que podiam imaginar.