Capítulo 26 - Parte 2 de 2

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Cap. + 18 anos

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Boa leitura!

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Os dias que se seguiram foram marcados por uma rotina simples, mas cheia de significado para as duas. Maya continuava a sair do trabalho e, sem falhar, caminhava até a livraria, onde sempre tomava café com Carina. Esse pequeno ritual, quase sagrado, ia pouco a pouco reconstruindo o que elas haviam perdido. O ambiente da livraria, que antes carregava a tensão do afastamento, voltava a ser um lugar confortável. George, que assumira definitivamente a vaga de barista, às vezes lançava um comentário casual sobre como a presença de Maya ali parecia deixar o ar mais leve.

Mas em alguns dias, só o café na livraria não era suficiente para o tempo que queriam passar juntas. Nesses dias, Maya ia para a casa de Carina, e era como se ali, no espaço íntimo e acolhedor do apartamento, a conexão entre elas fluísse de uma maneira mais natural. Entravam, tiravam os sapatos e se jogavam no sofá, como se aquele gesto fosse parte de uma rotina antiga, algo que só elas entendiam. As conversas surgiam com facilidade, assim como as risadas. Os beijos, que antes carregavam certa hesitação, agora aconteciam com a mesma frequência de antes, carregados de uma familiaridade que parecia recém-aconchegada.

Sentadas lado a lado, os corpos relaxados e entrelaçados de uma maneira quase natural, bebiam algo — às vezes vinho, às vezes um drink e em outras até um chá, menos café, esse tomavam bastante na livraria — Elas simplesmente aproveitavam a companhia uma da outra, sem a pressão de grandes discussões ou confissões. Apenas estarem juntas já era o suficiente, e nesse reencontro silencioso, sentiam que o que haviam recuperado era ainda mais valioso do que antes.

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Uma noite, depois de um jantar simples, o apartamento estava silencioso, exceto pelo som suave de suas respirações e o ocasional sussurro de palavras trocadas. Carina estava com as pernas esticadas no sofá, e Maya deitava com a cabeça em seu colo, os olhos fechados, como se quisesse se perder naquele instante. Os dedos da italiana deslizavam pelos fios loiros, brincando, quase inconscientemente, com o cabelo, enrolando mechas finas entre os dedos. O toque era suave, mas havia uma intenção não dita ali, como se a italiana estivesse tentando prolongar o momento, mantê-lo sob seu controle pelo tempo que pudesse.

Maya suspirava a cada toque, sentindo o corpo relaxar ainda mais, o calor da proximidade preenchendo o ambiente. Era como se aquelas carícias silenciosas fossem capazes de dizer tudo o que as palavras ainda não tinham ousado expressar.

— E então? Como foi a reunião com o chefe novo? — A voz de Carina quebrou o silêncio com suavidade, carregada por aquele sotaque italiano que sempre se intensificava nas horas mais íntimas. Enquanto falava, seus dedos continuavam a correr pelos cabelos de Maya, como se não quisessem parar.

Maya abriu um pequeno sorriso, ainda de olhos fechados, gostando da sensação dos dedos deslizando em sua cabeça. — Foi tranquila... Ele é mais jovem do que eu imaginava — respondeu meio que pensando alto, uma impressão que tinha tido, a voz saindo quase num suspiro.

Carina continuou com as carícias, mas, dessa vez, uma leve pausa entre os gestos denunciava a pergunta que viria em seguida. — Ele é bonito? — A voz soou casual, mas Maya percebeu o leve peso de curiosidade por trás das palavras.

Maya, ainda com os olhos fechados, esticou levemente o pescoço, abrindo um olho para encarar Carina, uma mistura de surpresa e diversão em sua expressão. — Que pergunta estranha...

Libri e Latte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora