Cap + 18 anos
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Boa leitura!
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Semanas depois, em uma manhã de sábado, o apartamento de Carina estava envolto em uma paz preguiçosa, o tipo de silêncio confortável que só surge após noites de intimidade e manhãs sem pressa.
Durante a semana, era raro que Maya dormisse ali, mas nas sextas-feiras, quase sempre, a noite terminava com as duas compartilhando a cama da italiana. E naquela manhã, o cenário era perfeito — tranquilo, familiar, e deliciosamente íntimo.
O som mais presente no apartamento era o suave virar de páginas, enquanto Carina, sentada confortavelmente no sofá, lia com atenção. Com o livro em uma das mãos, sua outra mão descansava sobre a coxa de Maya, traçando carinhos lentos e distraídos na pele macia. Suas pernas estavam esticadas sobre a mesinha de centro, e o conjunto simples de camiseta folgada e calça de moletom envolvia seu corpo com aquela sensação despretensiosa e acolhedora, típica de manhãs sem pressa.
Ao lado dela, Maya estava esparramada com uma familiaridade que só o tempo juntas podia proporcionar. Usava shorts curtos e uma camiseta larga que caía suavemente sobre o ombro, revelando a pele quente que captava os raios do sol da manhã que atravessavam a janela. As pernas dela repousavam despreocupadamente sobre o colo de Carina, e, enquanto seus dedos deslizavam devagar pela tela do celular, sentia o toque suave da namorada em sua coxa, que, sem dizer uma palavra, transmitia um conforto íntimo.
De vez em quando, Carina erguia os olhos do livro e observava Maya com um sorriso discreto nos lábios. Ela gostava de ver os pequenos gestos distraídos da loira — o jeito que Maya mordia levemente o lábio inferior enquanto lia uma mensagem, ou como seus dedos batiam suavemente na lateral do celular em um ritmo quase musical. Havia algo quase infantil na concentração dela, e, para Carina, era fascinante. Mas, além do fascínio, havia uma pontinha de algo mais. Algo sutil, que surgia sempre que via Maya rindo baixinho para a tela do celular.
Era um leve desconforto, uma faísca de ciúme que ela tentava racionalizar, mas que insistia em permanecer.
A cada página virada, Carina se distraía intencionalmente, mas sua atenção estava mais voltada para a presença para a namorada do que para as palavras impressas no livro.
De repente, o som de uma risada baixa chamou a atenção da italiana. Ela olhou para a mais nova, que ainda estava imersa no celular, e sentiu aquele pequeno aperto no peito, como uma dúvida passageira. Ela sabia que não havia nada de errado, mas, ao mesmo tempo, a curiosidade a picava levemente.
— Algo interessante? — Carina perguntou casualmente, sem tirar os olhos da página, mas claramente tentando puxar conversa. Sua mão, que estava sem o livro continuava sobre as pernas da loira, se moveu devagar, os dedos traçando linhas leves na pele exposta.
Maya deu uma risada baixa, ainda olhando para o celular. — Ah, nada demais... Uma colega do trabalho contando sobre o happy hour de ontem. Parece que foi divertido — respondeu, a voz carregada de um certo desinteresse, como se aquilo não tivesse importância real.
Carina ergueu uma sobrancelha, disfarçando a leve contração que sentiu no peito. Seus dedos, que até então estavam descansando de forma relaxada sobre as pernas de Maya, apertaram um pouco mais a pele, como se aquilo pudesse dissipar a pequena onda de desconforto que a conversa trazia.
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Libri e Latte (Concluída)
Fanfiction[Finalizada] Sinopse Um bilhete escondido em um livro e uma inesperada vaga de emprego em uma charmosa livraria-cafeteria entrelaçam os destinos de duas pessoas. Entre cafés derramados, segredos guardados, conversas humoradas e reflexivas, e muito...