Capítulo 10 - A outra parte do dia - Parte 1

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Vamos ver como foi aquela tarde

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Boa leitura!

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Pelas duas da tarde, o movimento na cafeteria tinha diminuído, mas na livraria tinha algumas pessoas e Maya aproveitou para organizar algumas coisas na bancada. Quando ela levantou os olhos, reconheceu de imediato o rosto familiar entrando pela porta.

April, com a timidez de uma criança entrando numa sala de aula nova, olhava ao redor com uma mistura de curiosidade e hesitação. Totalmente diferente do normal dela, mas até que fazia sentido, a ruiva nunca tinha estado ali. Maya sorriu de canto com a surpresa e acenou para que ela se aproximasse.

— Ei, April! Venha cá! — chamou baixinho, acenando com a mão de forma quase conspiratória.

April, sentindo o aroma quente de café recém-preparado que preenchia o ar, deu alguns passos na direção de Maya, o chão de madeira rangendo levemente sob seus pés. Ela deslizou para um dos bancos altos da bancada que dividia a livraria da cafeteria, e passou levemente os dedos na superfície polida como se estivesse se familiarizando com o lugar.

— Ei! Estava aqui perto e decidi que  já era hora de conhecer a famosa livraria e, claro, colocar um rosto no nome da mulher que está dominando os seus pensamentos — disse, com um sorriso malicioso, inclinando-se sobre a bancada.

Maya revirou os olhos, sentindo um friozinho na barriga. "Lá vem," pensou, tentando disfarçar o nervosismo que se misturava com um rubor leve nas bochechas.

— Pelo amor de Deus, age direito, tá? — Maya murmurou, lançando um olhar rápido para ver se alguém estava prestando atenção. — Já me arrependi de ter contado essas coisas.

April riu, inclinando-se um pouco mais na bancada, como se estivesse prestes a contar um segredo.

— Que coisas? —  Perguntou divertida

— Você sabe muito bem "que coisas", meus pensamentos intrusivos... — não acreditava que estava realmente falando aquilo, mesmo em susussos, no seu ambiente de trabalho.

— Ah, seus pensamentos intrusivos... Eu lembro deles — Sorriu balançando a cabeça 

Maya fez uma careta que April logo entendeu que era para parar com as gracinhas, bem... Pelo menos por ora.

— Nem um "bem-vinda", Maya? — disse, ainda sentada, mas colocando as mãos nos quadris e fingindo estar ofendida. 

Maya suspirou, tentando relaxar. "Isso vai ser longo," pensou, mas não pôde evitar um sorriso.

— Bem-vinda, minha amiga. — Ela sorriu. — Agora, por favor, não faz besteira. — recomendou novamente, nunca seria o suficiente.

— Ah, você sabe que não posso prometer isso — April piscou, seus olhos vagando pela livraria antes de voltarem para Maya. 

— O que? — Tinha realmente ficado com medo dela não se comportar, conhecia a peça.

— Eu to brincando, Maya! Relaxa... É claro que não vou fazer nada. Então, onde está ela? — perguntou, os dedos agora tamborilando ritmicamente na bancada, o sorriso travesso nunca abandonando seu rosto.

Maya lançou um olhar rápido na direção de Carina

— Vou te mostrar, mas só se você prometer se comportar. E se se comportar, faço uma bebida por minha conta para você — disse, tentando mudar de assunto.

Libri e Latte (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora